2004: OS PEDRAS CD 'PARA TODAS'
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2004: Os Pedras - "Para Todas"
por Pazcheco
Os Pedras – Para Todas
Formato - CDr
Faixas
Pegadas / Mãe Terra / Oceano de pensamentos / Concreto / Tigreza / Miragem / Planeta dos Macacos / Aurora / Pedras para que te quero / Na Espanha... Brasília, sei lá! / Dança do Saddam / Mundo Melhor / Mel / É lei tombar ao chão / DETRANCO / Mulher versos homem / Não importa o que digam / Desce outra / Arco-íris / Borboletinha
Os Pedras: André Pedra: vocal / Marcelo Pedreira: guitarra e voz, Ricardo Ned Pedra: guitarra / Fabiano D'Marte: contrabaixo e Humberto Sprovieri: bateria
os piores discos são aqueles que gostaríamos de ter produzido...
Eu tinha 10/11 anos e cantava fora do tom na missa de domingo. Meu tio ouviu aquele disparate e pensou: ele está propositalmente avacalhando o vocal...
Magoado mesmo fiquei quando o Zezé me pediu pra fazer mímica no coro de Lucy in the sky, pois umas gatas iam aparecer pra ver o ensaio...
Nos anos 70, elegemos um LP do Jo Jo Gune como o pior da década. Nos anos 80, o eleito foi "Rikki and the Last Days of the Earth". E nos anos 90 e milênio, caçadores ao título de o pior disco de rock continuam aparecendo entre eles vários filhos-da-puta de donos de gravadoras cantando 'inglêis'...
Jamais ousaria menosprezar o esforço contundente de qualquer atividade que de maneira atávica tenha trazido à tona todas essas amarguras que eu vivi. E ouvindo o CD "Para Todas" dos Pedras (o mais recente de uma trilogia) estas experiências marcantes afloraram.
Para Todas é uma colagem de sons ritmos e programações e denúncias. André Pedra atropela a métrica e versifica o seu recado pacifista anarquista.
A faixa Borboletinha ficaria muito bem na voz da Xuxa; Detranco é um líbelo contra a máfia dos pardais fiscalizadores de trânsito, poderia ser gravada pelo Gugu. Isso é o lado falcatrua do rock’n’roll. É lei tombar ao chão é uma balada tão contundente que o mestre Franz Krajcberg ficaria emocionado com este hino ecológico. É claro que há o espírito de Renato Russo, uma pegada do Marciano Sodomita, até Ian Curtis. E uma guitarra maníaca apoiada num pedal fuzz o tempo todo.
Faz duas semanas que venho ouvindo este CD. André Pedra que veio da Paraíba para Brasília, é performer, poeta e pedreiro e acredita que o seu disco é um clássico. Ele começa o dia ouvindo o seu disco duas vezes em seguida são 20 faixas! De esperança, amargura e rimas tolas: “mi sol girassol”. Em Arco-íris (a faixa que mais gostei), André não economiza em mostrar a grandeza de quem possui uma alma infantil e no entanto, luta contra os inimigos, as máfias, os canalhas, os safados, o desmatamento e Bush que se foda! Esta recuperado o espírito zombeteiro do rock’n’roll. Corta essa de aula de canto porque um milhão tentaram e os Pedras acertaram em cheio na vidraça do establishment, essa é a mensagem de Não importa o que digam. Um som parecido com as pedras quebrando vidraças.
Para Todas poderia tocar na sua alma, no carro, na repartição pública, na Rádio do Senado, mas o establishment quer rock de academia de escola de gravadora de faz de conta.
Chega de caô de papo furado: "A mulher tem vagina e o homem procura a rima".
Tô perplexo. Brasília que produziu Afonso Brazza agora tem a sua versão musical trashmarníaca.
Na base do laço - Homenagem aos fotógrafos da Capital
Marinho Izaias Do Carmo trabalhava na 109 S. Essa foto foi feita no dia 15 out. / 2004. Alto "Pedra", o vocal de Os Pedras, Iolovitch e Pazcheco e a volta de um tempo em que as pessoas usavam diligências para se deslocarem ao Beirute ou André "Pedra" enfrentava os veículos como numa arena
2004: Os Pedras - "Para Todas"
Os Pedras– Para Todas
Formato
CDr
Faixas
Pegadas / Mãe Terra / Oceano de pensamentos / Concreto / Tigreza / Miragem / Planeta dos Macacos / Aurora / Pedras para que te quero
Na Espanha... Brasília, sei lá! / Dança do Saddam / Mundo Melhor / Mel / É lei tombar ao chão / DETRANCO / Mulher versos homem
Não importa o que digam / Desce outra / Arco-íris / Borboletinha
Os Pedras: André Pedra: vocal / Marcelo Pedreira: guitarra e voz
Ricardo Ned Pedra: guitarra / Fabiano D'Marte: contrabaixo e Humberto Sprovieri: bateria
Carpaneda, Iolovitch e André Pedra: pedra 90
Foto: Marcelo Dischinger
os piores discos são aqueles que gostaríamos de ter produzido...
Eu tinha 10/11 anos e cantava fora do tom na missa de domingo. Meu tio ouviu aquele disparate e pensou: ele está propositalmente avacalhando o vocal...
Magoado mesmo fiquei quando o Zezé me pediu pra fazer mímica no coro de Lucy in the sky, pois umas gatas iam aparecer pra ver o ensaio...
Nos anos 70, elegemos um LP do Jo Jo Gune como o pior da década. Nos anos 80, o eleito foi "Rikki and the Last Days of the Earth". E nos anos 90 e milênio, caçadores ao título de o pior disco de rock continuam aparecendo entre eles vários filhos-da-puta de donos de gravadoras cantando inglêis...
Jamais ousaria menosprezar o esforço contundente de qualquer atividade que de maneira atávica tenha trazido à tona todas essas amarguras que eu vivi. E ouvindo o CD "Para Todas" dos Pedras (o mais recente de uma trilogia) estas experiências marcantes afloraram.
Para Todas é uma colagem de sons ritmos e programações e denúncias. André Pedra atropela a métrica e versifica o seu recado pacifista anarquista.
A faixa Borboletinha ficaria muito bem na voz da Xuxa; Detranco é um líbelo contra a máfia dos pardais fiscalizadores de trânsito, poderia ser gravada pelo Gugu. Isso é o lado falcatrua do rock’n’roll. É lei tombar ao chão é uma balada tão contundente que o mestre Franz Krajcberg ficaria emocionado com este hino ecológico. É claro que há o espírito de Renato Russo, uma pegada do Marciano Sodomita, até Ian Curtis. E uma guitarra maníaca apoiada num pedal fuzz o tempo todo.
Faz duas semanas que venho ouvindo este CD. André Pedra que veio da Paraíba para Brasília, é performer, poeta e pedreiro e acredita que o seu disco é um clássico. Ele começa o dia ouvindo o seu disco duas vezes em seguida são 20 faixas! De esperança, amargura e rimas tolas: “mi sol girassol”. Em Arco-íris (a faixa que mais gostei), André não economiza em mostrar a grandeza de quem possui uma alma infantil e no entanto, luta contra os inimigos, as máfias, os canalhas, os safados, o desmatamento e Bush que se foda! Esta recuperado o espírito zombeteiro do rock’n’roll. Corta essa de aula de canto porque um milhão tentaram e os Pedras acertaram em cheio na vidraça do establishment, essa é a mensagem de Não importa o que digam. Um som parecido com as pedras quebrando vidraças.
"Para Todas" poderia tocar na sua alma, no carro, na repartição pública, na Rádio do Senado, mas o establishment quer rock de academia de escola de gravadora de faz de conta.
Chega de caô de papo furado: "A mulher tem vagina e o homem procura a rima".
Tô perplexo. Brasília que produziu Afonso Brazza agora tem a sua versão musical trashmarníaca.