Por Mário Pazcheco

1 jul. / 2017 - Os bonequinhos saltitantes da capa do disco do Jethro Tull estão em festa; todos os brinquedos no sótão enlouqueceram! Completa-se o enredo do Script Para a Lágrima de Um Bobo da Corte quando Arnaldo Baptista desce em Brasília, finalmente.

Semana passada no sábado sob fila grande, os garotos do LOMBRA RECORDS, selo alternativo me chamaram para prensar em vinil um bootleg, respondi: - Cinco cópias? - Não seis cópias, uma para o Arnaldo! - Respondi que eles nos colocariam atrás das grades. Exageros à parte. Se você está viajando, esclareço: bootleg é uma prensagem clandestina de algum show ou sobra de estúdio.

Ainda na fila, fãs compravam ingressos para os três dias. Nunca tinham ouvido falar em dopropriobolso, balada do louco ou Onde é que está o meu rock'n'roll? Segundo esclarecimento: site, biografia e tributo a Arnaldo. Com meus botões: Serão esses os fãs sanguinhos novos que eles estão interessados? A onda é essa: nada de saudosismos, deificação ou velhas memórias, um artista recolocado no posto no calor do público com todos ingressos dos três dias esgotados!

Foto: Arnaldo em Brasília -
Amanhã eu pago pra ver e torço para alguém me salvar do esquecimento. No máximo completo a resenha ao vivo...

 
Foto: Ana Luíza Meneses

2 jun. / 2017 - Arnaldo Baptista é o rocket man do rock nacional, sua luta é inspiradora, vê-lo tocar coisas de seus dois LPs-solos foi partilhar da sensação do artista contemplando a sua arte. Ir vê-lo era muito importante para mim, a minha família compreendeu isso e me apoiou desde o início. Ir ver Arnaldo equivale ao êxtase da missa de domingo. Éramos os fiéis de uma igreja elétrica. O tom sombrio é narrado por um personagem alegre. Não sabíamos que Arnaldo gostava do Wilson Simonal ouvi-lo cantando "Meu limão, meu limoeiro" foi inesperado, Arnaldo também andou pelo anos 60 em canções de Herman's Hermits. Foi de Elton John a Rollling Stones. Na minha cabeça eu ouvia frases conjugadas de Zé Brasil e Antonio Peticov. As canções do show eram sobre o amor mas na visão personalíssima de um Rimabaud. Agora sabemos do que se trata o Sarau o Benedito?. Um apanhado de coisas do tempo doce da infância e a mais dolorosa das verdades Arnaldo Baptista Sobreviveu e não virou bolor! Foi emocionante!!

Foto de Sandro Alves Silveira ou como manda o figurino o ídolo e seu biógrafo

Eu e nosso mestre ou a hierarquia da loucura e o mais legal é que a Betina irmã da Lucinha Barbosa e cunhada do Arnaldo me reconheceu como o autor do livro do Arnaldo e me convidou para visitá-los na sua casa no Lago Norte. Obrigado, Sandro Alves, obrigado Brasília, obrigado Lucinha, Sônia Maia - foto de Sandro Alves o mais fiel dos fãs do Arnaldo.