VIDEOCLIPES: ASCENSÃO E SUCESSO

VIDEOCLIPES: ASCENSÃO E SUCESSO

Por Mário Pazcheco
Revisão Roberto Gicello

O olhar digital

5 mai. / 2018 - A incrível multiplicação de videastas mundo afora teve como fator-chave o avanço tecnológico dos equipamentos fotográficos. A evolução das câmeras digitais, DSLR – em fins da década passada – inaugurou uma nova fase na produção de vídeos de boa qualidade, ainda que com algumas restrições técnicas. Cenas onde o foco não precisa acompanhar um ator ou objeto de cena em movimento não precisam mais de muito acessório. Apenas o áudio exige, muitas vezes, um microfone direcional ligado na própria câmera ou em um gravador digital separado.

Na ilha de edição

Navegar - obsessão - vaidade - stalkear - vício - seguidores - curtidas - selfies - hashtag – youtubers. Essas mudanças vertiginosas tornaram-se temas complexos e extensos.

No admirável mundo novo, a informação cabe na palma da mão e se espalha em rede: youtube e o facebook permitem as Lives – transmissões ao vivo de vídeos, pequenos e médios, com uma conexão 4G ou com wireless de boteco.

Retorno financeiro ou de imagem publicitária

Para os artistas novos na cena musical, ter um videoclipe produzido significa que a banda tem um trabalho sério e profissional. O videoclipe é o cartão de visita ideal para divulgar o trabalho autoral, o que ajuda principalmente o aumento da rede de parceiros na cena e o fechamento de eventos – um abre-alas para o show bizz do mundo digital e um antídoto poderoso e relativamente simples contra o anonimato.

Videoclipes produzidos com poucos recursos

“Tempo Arruaceiro” (Maria Sabina e a Peia – dir. video: Léo Cabral, ed.: João Gabriel; prod.: Alby)

“Depois que lançamos esse videoclipe, as portas se abriram e as ondas de rádio tocaram nosso som. Fomos escolhidos para a seletiva do Porão do Rock e a vencemos. Tudo está interligado. Nossa arte, nosso espírito colaborativo e a nossa disposição de abalar, de oxigenar o que se entende por ‘atitude’ e ‘rock’” (Maria Sabina, voz e cavaquinho)

“Teu Mundo” (Mariana Camelo, dir. video: Diogo León)

"É sobre obsessão, perseguição, amores impossíveis... Esteticamente, uso alguns elementos inspirados no filme Laranja Mecânica de Stanley Kubrick: tem o copo de leite no bar, o chapéu coco, a maquiagem, os acessórios... e a vibe violenta” (Mariana Camelo)

“A gente não tem praia” (Profans)

O videoclipe é uma ode panorâmica aos cartões postais de Brasília e a letra é carregada pelo linguajar irreverente das gírias usadas por nós. A câmera mergulha livremente na profundidade do altiplano.

“Whisky, batom e blues” (Terno Elétrico, dir.: Arthur Boas, fot.: Tais Castro, som: Edimilson Braga, prod.: João Frajola e PhotoCine Studio)

“Muito bem produzido. A música casa perfeitamente com as imagens e o som, uma viagem retrô da melhor qualidade”. (Marcelo Prateano)

Antimácula, “Vícios do rock”; Velhos Medos, “O canto do nada”, Corte Seco, “Pobre Luís” Durangos da América, “A corrida do ouro”. Fecham a listinha.

Mengele, acabei de ouvir o áudio da banda - o riff de entrada é arrebatador não se sabe como caiu como uma luva e a letra são os vários socos que tomamos da cabeça aos pés - estou satisfeito e sinto-me representado por "Pobre Luís" e imagino que porrada ultrabrutal será a transcrição desse áudio para as imagens. O rock não brinca, ele rola.

 jogo 2

Cantora e guitarrista, Lya acaba de gravar no Guará, o clipe de I Want You So Bad

L A N Ç A M E N T O
19 de maio de 2018
18 horas
POIS É 305 N, Bloco 'A'
Lya lança o single "I Want You So Bad"
No repertório: clássicos do hard rock
Participação especial: Pedro Selva
Abertura: Daniel Kall

 Estante underground

estante underground

Slug XX Years

A música heavy metal é poderosa, agressiva, desafiadora, implacável e épica. Este DVD do quarteto Slug captura tudo isso de forma privada (e ao vivo) no Teatro Sesc da Ceilândia.
O experiente Slug, há mais de duas décadas na estrada, pratica o heavy metal como movimento social e são claras as influências e as engrenagens de seus ídolos: o trio Rush. Às qualidades do trabalho autoral da banda em inglês acrescente o termo “proativo”, que visa antecipar futuros problemas, necessidades ou mudanças. Antecipatoriamente, então, você descobrirá as bases do triunfo musical deles.

The Downers influência regressiva

Discografia: No Love LostDear BastardSimon’s FactoryShermer, Illinois

"No início dos anos 2000, o quinteto Downers foi a melhor banda underground de Brasília. Eles lançaram uns cinco discos." (Miguel Aleixo)

Esse incrível CD de rock regressivo (não se sabe se eles são das estrelas) ou do Entorno ou daqui mesmo de Brasília). O som é puro rock anos 60, cantado em inglês tipo Kinks com veia beatlemaníaca! Pena que a dose foi curta e não deu para acompanhar o cachimbo.

"Nosso momento alto a primeira música desse EP No Love Lost (2002), depois foi queda até o quarto e último EP Shermer, Illinois (2006). Ainda juntamos esses EPs no CD Destroy the Heart (2006), que foi o fim!" (Sérgio Fonseca, vocais)

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