AURORA VÊNUS: AFRO-PSICODELIA

AURORA VÊNUS, QUARTETO AFRO-PSICODÉLICO

por Mário Pazcheco

Zepelim Sessions  QE 40, rua 11, lote 7. Guará II,
Às quartas-feiras, às 21 horas  couvert 10 reais
Produção e documentação: ZoomMusic/Edson Salazar

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Aurora Vênus é:
Yohann, bateria
Walissom, contrabaixo
Christian Caffi, guitarra
Michael, teclados

3 jul. / 2019 – Em plenos tempos de balburdia e barbárie, rotularam de Marxismo cultural qualquer ligação que reúna barbas proféticas no sentido revolucionário de liberdade e à negação divina, os homens contra as explicações da Fenomenologia.
Assim fomos além do compartilhamento e testemunhamos o nascimento cintilante de uma banda de rock'n'roll dedicada à esmerilhar e espalhar o psicodelismo.
Junte a tela de Albery Seixas da Cunha que virou a capa de disco do então, Jorge Ben, no ano de 1969, adicione o soul tropical e as rajadas atuais de Lucian e os Panteras e terá todo o atrevimento e entretenimento proposto.
O nome Aurora Vênus carrega aspectos tântricos. Um nome composto e pomposo, tipo Pink Floyd, mas galáxias distantes - apesar das influências na fruteira, eles não se envenenam, pois gostam também dos ingleses dos Kinks. Aurora poderia ser a namorada de Geraldo Pereira e Vênus, a musa de Wilson Batista. Aurora Vênus é a improvável parceria de um samba psicodélico na cidade do Gama.
Há pontos de macumba, culminância randômica de maracas e convergências e divergências. O indicador oscila nos picos de relevos. No monitor, as frequências são altas.
Voam em doces harmônias como as do 14 Bis, cantam para espantar seus demônios.
Aurora Vênus é uma plástica sonora, o samba urbano do morro antecede o tropicalismo na figura de um Paulinho da Viola. É esse o cancioneiro, as raízes dos jovens músicos da Aurora Vênus. O baterista Yohann, um músico cego é o mais otimista e falante. Christian Caffi é a cigarra da guitarra, desconfio que o Michael nos teclados, seja o talentoso e Walissom toca o contrabaixo com seu estilo próprio, navegando firme. Esse povo gosta de funk, de Jair Rodrigues, apesar deles não terem vivido o período, foi de lá plasticamente via cabelos crespos e elétricos que enveredaram pelas planícies do psicodelismo. Agora um som afro acid com uma pegada de Santana e um bigodinho fino tipo Little Richard na cara do batera.
A proposta neoconcreta elétrica reflete, se os bambas tivessem usado guitarras nos anos 40, não seriam diferentes destes de hoje.
Usam maracas ao mesmo tempo em que tocam teclas, couros e pratos, é um aparato de angústia de Janis Joplin, a voz do blues – o estigma da dor que eles experimentam.
A banda sacoleja suas vestes coloridas, seu acid rock é tribal, é aquele dos porões da boates cariocas dos anos 70.
Liverpool fez seu Sound. San Francisco sintetizou o melhor ácido. Brasília com os versos do poeta e a cobertura da mídia deixou a sua marca. Agora resta a eles em suas botas gastas e com a guitarra nos ombros singrar como no Velho Oeste.

Doce infância

Aurora Vênus é multirracional com cabelos afro-eriçados-elétricos-arrepiados e seu rock de raiz tropicalista. É um renascimento, cheio de encantos, é como se fosse o primeiro filho, essa é a impressão. Com o repertório em expansão, é grande a vontade de gravar. São os melhores dias de uma banda de rock'n'roll desconhecida e que ainda desconhece as mazelas das experiências das turnês. Meninos puros, se conhecendo, se curtindo, uma mistura que achou um molho. 

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É difícil enquadrar os músicos diante da tormentas de sons e luzes

Uma brasília amarela e psicodélica  O afro-psicodelismo praticado por bandas como Haxixins reencarna no Planalto através de uma banda made in Gama, Aurora Vênus se destaca ao lado de bandas que reaquecem a cena indie candanga, bandas como a Almirante Shiva e Joe Silhueta

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As corujas piam, são as rainhas da noite, são as predadoras e nós os roedores. O quarteto Aurora Vênus é uma escultura sonora para ser delicadamente chacoalhada, o tocante nessa experiência transgressora e psicodélica foi que a banda encontrou um excelente ambiente sonoro oferecido pela casa Zepelim e a noite de quarta sempre com uma session produzida pela Radio ZoomMusic. O som fluiu entre os poros sem polarização  o som foi como ele foi soado do sussurrante ao estridente. Aprendi mais um quesito, a importância de saber operar o som da banda através das caixas e dos controles além dos instrumentos. O som da Zepelim parecia tirado do quintal da Cantareira, gostamosi!

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O psicodelismo nos leva a experimentar  a experiência passou do pré-caótico ao atual sem limite

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Noite psicodélica  quem foi, curtiu  vídeos-lives rasgaram o hiperespaço ou tudo que um jornalista de rock precisava para uma pauta  o espírito da turba desajustada

 

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