DOIS CAEM ANTES DO SHOW DOS MUTANTES EM BRASÍLIA, EM 1973!
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REPRESSÃO E ARBITRARIEDADE E FLAGRANTE FORJADO, DOIS FÃS FICAM SEM VER OS MUTANTES
Correio Braziliense, 19 de agosto de 1973 Na foto de divulgação aparecem: Pesquisa digital de Marcelo Lafaro |
Traficantes de drogas vão a juri dia 29
(Correio Braziliense, 24 de agosto de 1973
Dentro de cinco dias deverão ser julgados os réus Wander Lima e Antônio Ribeiro Ferreira, acusados de tráfico de drogas. A audiência de instrução e julgamento foi realizada ontem, na Segunda Vara Criminal, no gabinete do juiz Dirceu de Faria.
Os réus foram presos no dia 18 de agosto do corrente ano, quando a polícia encontrou, dentro do volks placa AH 8248, estacionado no Centro Comercial Gilberto Salomão, pingos de substância alucinógena (LSD) e uma bolsa com pequena quantidade de maconha, sob o tapete do carro.
Audiência
Durante o processo, constatou-se que os réus residem em Belo Horizonte e estavam em Brasília para assistir um show do conjunto Os Mutantes, Wander Lima tinha a intenção de contratar o citado conjunto para apresentações no interior de Goiás. Após confessarem que são viciados e fazerem uso do material apreendido, explicaram que, devido a quantidade ser muito pequena, de nada lhe adiantaria comerciar com os tóxicos, pois não teriam renda nenhuma.
Promotoria
O promotor público José de Nicodemos Alves Ramos afirmou que "havendo sido fudamentada e provada a denúncia, impõe-se a procedência da ação e, em ocnsequência a condenação dos réus".
Defesa
Os senhores Ly Freitas e Joaquim Pedro de Oliveira, advogados de Antônio Ribeiro Ferreira, esclarecem "que o flagrante é ilegal, pois contém contradições verificadas nos depoimentos das testemunhas policiais, que, para caracterização da prisão dos réus e instauração do processo, foram arbitrários". Os advogados ressaltaram que "no local em que foram presos existiam dezenas de pessoas, e as autoridades policiais não arrolaram como testemunhas estas pessoas, e sim apenas policiais".
Para o advogado de Wander Lima, sr. Luís Antônio Pimentel, "o flagrante foi forjado e quando procurei falar com meu cliente obtive inforamação da polícia de que este não se encontrava preso".