qualquer sinal de sanidade, será transtorno (2021)

 40 ANOS DE ROCK

Mural dos 40 Anos
Hamilton Zen
Som de palco
Rafael Rodrigues
Transmissão ao vivo
Raquel Trilha
Cobertura filmíca
O Libertário
Amplificadores
Estúdio Formiguero
Produtora coligada
Rita Mangueira

Bandas e atos
AmanteDa Heresia
Blues Experience (participação de Blavis na guitarra)
Deus Preto
Banda Ser
Carlo Guita & Rosa Negra
Apoio
Jornal Do Guará) (sempre apoiando a cultura)
Júlio Junk

 

 

por Rita Mangueira

No último sábado, 27/09/2021, na sede do @dopropriobolso, Chácara Pacheco, participamos de um momento de alegria ímpar de alegria da vida cultural de @Mário Pazcheco, comemorando 40 anos de produção, documentação e incentivo ao movimento underground em Brasília. 

"Eu não carrego mais ilusões ou desepero. Rock pra mim, é arte e tem que suar, nada de suar frio, suor fervendo e escorrendo na testa. Rouquidão e falta de voz. Músculos retesados, braços nas alças da caixas de som. Corre-corre pra lá e pra cá. Chamadas telefônicas, mensagens on-line. Feitura do site e contamos com uma gigante ajuda dos amigos, para celebrar 4 décadas dedicadas ao rock clássico, ao rock nacional e ao rock Brasília. Tipo Wolverine, sou o melhor no que faço. E ainda a pré e a posterior limpeza. Beleza, tudo certo. Atingimos a meta. E o saldo do caldo cultural foi fantástico." (Mário Pazcheco) 

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Foi uma noite não só para honrar a memória dos que viveram a formação da história @dopropriobolso, como também para dar início a novo ciclo, a partir agora, um festival semestral de muita alegria, cooperação e incentivo a novos artistas que trazem o gás da novidade, como o multitalentoso, performático e musicista AmanteDa Heresia em seu visual inusitado, com a sua música temperada pela eletrônica combinado à secular berimbau deixou a todos boquiabertos, lembrando o talentosíssimo e vanguardista maestro Jorge Antunes que à sua época, também surpreendia mesclando a música clássica com sons experimentais. 

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O movimento começou ao entardecer e adentrou a noite com a melhor amostra dos talentos que enobreceram este espaço da contracultura de Brasília, nos últimos 40 anos.

No cenário lindamente presenteado pelo artista Hamilton Zen, que em uma cena de Sol nos trouxe a luz de uma noite clara, cercados por uma plateia animada, cheia de gente bonita, amigos de longas datas e novos parceiros daquela casa que como eu, escreveremos e produziremos junto a Mário, a história que agora começa.

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O blues foi seguido pela apresentação do reggae forte e altamente expressivo em todos os sentidos,  da banda Deus Preto, com formação completa e coroados pela voz sublime de seu vocalista @Dinei Oliveira.

Especialmente aos loucos pelo Rock , como eu, tivemos  a gratíssima surpresa ao sermos elevados com o som magistral da Banda Ser, de Luziânia, que nos trouxe a energia vibrante  que podemos encontrar referências em  trabalhos de bandas viscerais como AC/DC, verdadeiro hard rock raiz em português. 

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Para fechar com chave de ouro, a potente voz da cantora Rosa Negra que acompanhada por seu companheiro Carlinhos Guita nos trouxe o intimismo e a certeza de estarmos aconchegados em braços amigos.

Sentimos a ausência de muitos que sempre estão conosco, mas sabemos que a energia encontrada no @dopropriobolso é fruto não somente daqueles que ali estiveram nesta noite memorável, mas também pelos amigos e parceiros que mesmo à distância, elevam a vibração contagiante que faz realizar os nossos projetos.

Que corram os proclamas e venham mais décadas com mais festivais.

Alguns momentos quentes foram registrado pelo videomaker Magu Carta Branca que em breve nos contemplará com seus registros exibidos no programa, O Libertário, a na TV Comunitária de Brasília, canal 12 da NET.

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"Quando este evento for ao ar, vai bombar, entrevistas boas, altas imagens."  (Magu Cartabranca)

Réplica de Mário pazcheco

qualquer sinal de som será retorno

AmanteDa Heresia: a contaminação radioativa na música

A contaminação radioativa chegou à música e a nós. Tudo invertido, como fitas de rolo ruindo em idioma indecifrável. 
A música eletro acústica pode ser uma tortura, se tocada em alto volume e também tortura os tímpanos a partir de sinais de áudio sem equalização.
O anti-músico AmanteDa Heresia se vestiu apropriadamente para tais atos, talvez obsceno, talvez além de nossa percepção. Eu pergunto, cosplay ou tudo será fetiche? A massa musical acumulada de ruídos é uma coisa ocidental que vai de Jorge Antunes a Kurt Cobain. Concerto para liquidificadores. O barulho foi ensurdecedor como que provocado pelas turbinas de um jato. Será da invasão alienígena? Um convite  à insanidade, uma provocação perfeita. 

Começa a hora das guitarras
Blues, o ofício da Blues Experience

Coisas que dificilmente se repetirão. Ao invés de abordarem o blues britânico partiram para uma roupagem pesada nos blues americanos. Tocaram temas de Albert King e outros gigantes que inspiraram bandas como Led Zeppelin. Também houve Hendrix. E o vascaíno, Celso Blues Boy foi homenageado com 3 músicas. Será que eles sabiam de algo?

Deus Preto, um quinteto de reggae, cujo cantor de dreadlocks canta:

Onde está a liberdade?
Que disseram-me existir
Talvez esteja sobre o sangue
Dos que foram te pedir
Quantas mães desesperadas
A cantar um só estribilho
Querendo que se faça justiça
Pela morte suspeita do filho
"Fome"

Eu admiro, a política atitude explícita da Deus Preto. Uma banda de reggae apolítica seria uma moda de verão. São cinco partes para soar como um todo. Na banda, ninguém se destaca solo ou se supera, não há divisão de egos. Musicalmente são impecáveis. Do fundo, o contrabaixo suportando tudo, quando pisca, ele se solta e rapidamente volta para o tom. A guitarra simples, segue de pestana em pestana, deslizando sem perder a nota, quando não, um floreio nos graves, para tornar a coisa alegre. A bateria é  que toca alto e mantém a base segura, é dela que vem o groove. Os teclados duplos mostram a definição de como eles estão ensaiados. É uma floresta de timbres, impossível pensar em uma banda de reggae sem esse balanço. É uma batida simples que desperta o ouvido. O crooner é a presença da banda, é dele que varia o comportamento e traz alegria ou emoções como indignação, contemplação. A plateia amistosa, ligada, alegre e em paz na espiritualidade. É dele a previsão: "em festa de preto, não chove"

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Banda Ser e a química do número 3

Sinergia é o momento em que o todo é maior que a soma das partes

A sinergia é chave: é a capacidade de um grupo de pessoas de trabalhar bem em sincronia e não tem nada a ver com energia.

O formato como trio de rock, como conhecemos hoje, o power trio deve ter começado com o Cream que despertou Jimi Hendrix Experience.

O trio da Banda Ser não tem nada a ver com estes megastars, mas tem a sua postura no palco, nos instrumentos e na vida tem a ver com o trio canadense Anvil! É o clássico hard rock proletário que vai à luta.

Na "intro" (um tema instrumental de ajustamento) o trio exibe a sua vocação para o palco. O vocalista e baixista de camiseta branca, o guitarrista ao seu lado de camiseta preta. É um Yin Yang. E a terceira carta é o baterista como se ele estivesse tocando ao lado de um precipício, prestes a mergulhar com a bateria. É uma incrível cena de energia e ação. 

Essa é a fórmula do power trio, tão bem representada por Silvio, guitarra, Ivo, Baixo e vocal e Karlel Black que é um dínamo. Tudo rigorosamente planejado e ensaiado. Dos estalos da técnica do contrabaixo à "flutuação" da guitarra levitada pelos dedos de Silvio Duarte que nos deixam em transe. E no fundo, o ruído da locomotiva do pedal duplo da bateria. 

O festival foi encantado. Agora resta-me ir ao supermercado para comprar frango e ovo e mortadela. Agradeço a todos que participaram desta loucura necessária.

 

 

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