BRASÍLIA: BARÃO VERMELHO NO DRIVE-IN (1983)
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fim-de-papo
Cazuza não mostrou o pau, mas nós vimos seus bagos!
Era JUNHO DE 1983, e já conhecíamos o Barão Vermelho de parágrafos elogiosos na Somtrês. Eles acabavam de lançar o seu primeiro disco, com resenha na Veja, e vieram para um show no Drive-in.
O local era inusitadamente apropriado, talvez o primeiro acontecimento do gênero naquele recinto. Uma redemocratização de espaços. Era domingo, e a cidade estava incrivelmente vazia. O ônibus fez a curva do Palácio do Buriti, e descemos.
Seguimos pelo gramado até a bilheteria. O clima era: vai ter show? Poucos gatos pingados, que aumentaram consideravelmente no final, formando um bloco diante do palco. A maioria das pessoas se reconhecia de vista.
Eu não conhecia a formação do Barão Vermelho, mas hoje eu sei que o Sérgio Serra (futuro Ultraje a Rigor) estava numa guitarra, e Frejat, na outra. Este quase não participaria do show, pois estava febril demais.
No meio do show, pediram silêncio, para que ouvissem o teclado, na introdução de "Down em mim".
Quando me dei conta, o show tinha acabado. Foi um curto set, e Cazuza, de camiseta bicolor, e short sem cuecas, no centro do palco baixo, se agachava a todo instante, balançando seu escroto. Na hora, eu não achei divertido, e até antipatizei com o crooner. Estava acostumado a ouvir a Blitz, Rádio Táxi e Gang 90. Fui na esperança de testemunhar o que o Ezequiel Neves descrevia como uma experiência chapante. Não achei nada demais no som deles, pensava que seria semelhante ao Made in Brazil!
Foi um show marcante, na verdade, em nossas vidas. Na sequência das canções, dores de cotovelo, pois acontecia a despedida da minha namorada, que iniciava um relacionamento com o meu melhor amigo.
Na hora da saída, como eu não havia vendido nenhum fanzine, joguei os exemplares para os céus.
No primeiro show e show curto do Barão Vermelho em Brasília. Dos conhecidos estavam Félix Amorim, Paulo Kauim, Josibel Rocha, Gilmar Batista, Célia Porto. Deste show, não me esqueço por ter levado a maior galha. Eu tinha 19!
Detalhe, eu pensava que era só que tinha visto os bagos do Agenor. kkk
“O Beirute todo viu os bagos do ‘Caju’” (PAULO KAUIM)
“Eu também fui... meu pai só deixou eu ir porque era à tarde... Só não fazia ideia da nudez de Cazuza... kkkkkk... (CÉLIA PORTO)
“Naquele espaço do Autódromo, o Cine Drive-in já existia. Lembro que fui com meus amigos do Cruzeiro Velho. Agora não lembro da cobrança, minha memória falhou.” (JOSIBEL ROCHA)