Tellah – Continente Perdido (1980)
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O termo "continente perdido" refere-se a uma teoria pseudocientífica que propõe a existência de grandes massas de terra antigas e desconhecidas que teriam afundado em algum momento da história da Terra.
Muitas vezes, tais histórias são utilizadas como base para obras de ficção, como livros, filmes e jogos e até batizou o LP clássico da clássica banda Tellah
por: Tiago Rabelo
Qualquer roqueiro que viveu em Brasília em 1980 e fosse um pouco ligado à cena musical da cidade se surpreendeu com o lançamento em setembro daquele ano, do álbum CONTINENTE PERDIDO, da banda de rock Tellah. O álbum – hoje uma raridade disputada a tapa em sebos de disco – jamais fez o sucesso que merecia, de acordo com parte da crítica especializada. Sequer foi notado pelo então incipiente mercado fonográfico de rock brasileiro, embora tenha sido relançado em CD já no início dos anos 90 e ganho o reconhecimento entre roqueiros da Europa e do Japão, graças ao esforço da Progressive Records Worldwide.
Na verdade o Tellah possuía formação diferente da imortalizada em seu único álbum, de 1980: Cláudio Felício, José Veríssimo da Silva (baixo) e Felipe de Andrade Guedes (bateria) formaram a banda em 1974. O Tellah, (que muitos escreviam de forma errada, com a grafia TELA) além do LP, conta, em seu currículo, com a montagem de uma peça de teatro O CAVALO DE GUERRA, em 1977.
Na gravação de CONTINENTE PERDIDO, a formação é: Cláudio Felício nas guitarras, Dênis Torre na bateria, vocais e sintetizadores e Marconi Barros nos baixos e sintetizadores, pouco tempo depois do lançamento independente de CONTINENTE PERDIDO, a banda se desfez, num ambiente de um novo som que invadia espaços, corações e mentes da juventude de Brasília, ainda assim, se reuniram pra tocar na inauguração do Park shopping em 1983, Anos depois, Marconi e Dênis se uiniram pra formar uma das maiores empresas de sonorização de Brasília.
Pra minha geração, que cresceu ouvindo o rock Brasília anos 80, poucos foram aqueles que tiveram a interação e o conhecimento necessário pra fazer o link histórico do rock candango que começou com Quadradões em 1966, passou pelo Matuskela em 1973 e desaguou no Tellah e no Mel da Terra em 1982, pro leitor que não conhece o trabalho do Tellah, segue o link :
Tellah – Continente Perdido
Tracklist: LP Independente 1980
CD PRW 1993 (com Bônus Tracks)
No repertório, há uma regravação do grupo Terço, um som do Jorge Amiden, do Terço/Karma
E a versão em CD da PRW traz "Caçador de Mim" ( Luiz Carlos Sá & Sérgio Magrão )
Os bônus da versão CD são fragmentos do show de inauguração do Park Shopping em novembro de 1983
01 Renascença (2:57)
Os membros do Tellah foram alunos na Escola de Música de Brasília, inclusive o pianista Radovir dos Santos (R.I.P) fenômeno do piano de Brasília à época, participa em faixas do disco. Esse domínio da arte da composição se reflete na grandiloquência sinfônica do rock de abertura do disco;
02 Magma (4:44)
Essa faixa foi irremediavelmente mal masterizada e nem mesmo a edição em CD escapou dos efeitos buzz de frequência;
03 Segmento (3:30)
Essa faixa adianta em três anos o que o Bacamarte viria a fazer no álbum DEPOIS DO FIM (1983)
04 Continente Perdido (5:24)
05 Pérola (2:50)
06 Feixe de Luz (5:06)
Algo meio Rush da fase CARESS OF STEEL
07 Triângulo (3:18)
Apresenta uma linha de baixo incrivelmente semelhante a faixa Cilindro Cônico do álbum LAR DE MARAVILHAS do Casa das Máquinas (1975);
08 Cruzeiro do Sul (2:11)
A obrigatória faixa folk das bandas prog da América do Sul na época;
09 Tributo ao Sorriso (5:10)
Gravada originalmente pela banda O Terço em seu LP de estreia (1970);
10 É Melhor Voar (2:22)
Outra faixa que lembra o trabalho do 14 Bis e Boca Livre na mesma época;
Bonus Tracks (Live Brasília 1983)
11 Caçador de Mim (4:02)
Versão da canção de Luiz Carlos Sá e Sérgio Magrão, gravada originalmente por Milton Nascimento e regravada por 14 Bis e Sá e Guarabira
12 Visitante (3:34)
Originalmente gravada em Compacto pela banda O Terço em 1971 – Composição de Jorge Amiden
Princípios
