Patrulha do Espaço: fotos históricas e inéditas!
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2009 – Rolando Castello Júnior participa do Woodstosko, num sábado de agosto
Patrulha do Espaço: uma banda que se nega a ser enterrada!
Arnaldo, Sérgio Santana, John Flavin, Coquinho, Dudu, Pappo Blues, Percy. E hoje cabe a Rolando Castello Júnior, Marcelo Schevanno e Renê Seabra rolarem a sequência.
Exposição
Geralmente as situações e complicações e acidentes convergem para um único alvo; os integrantes da banda de rock. E (in)consequentemente envolvem familiares, roadies e namoradas, não necessariamente nessa (des)ordem. Os produtores sempre (man)tiveram costas quentes.
Cenário
Dívidas acumuladas e empréstimos. Tudo reinvestido para a máquina não parar.
Rolando Castello Júnior é muito mais do que o baterista do Aço, do Made in Brazil ou da Patrulha do Espaço. Bem antes, sua carreira musical passou pelo México, Estados Unidos e Argentina. Lá sua batida enfrentou a ditadura portenha, e depois a ditadura daqui. (Na Argentina, muito vinho! Um punhado de fumo tragicamente poderia encerrar ‘a carreira internacional’...)
Em 1973, quando o presidente chileno Salvador Allende foi obrigado a tirar a própria vida; nesta data, no México, o rock era democrático, e acontecia o primeiro grande festival de rock de lá. Rolando Castello Júnior já havia tocado bateria na La Parada Suprimida, Tarantula e na mais fantástica, Three Souls in My Mind. Uma busca no Google...
Pulo no tempo
"Somos o grito de milhares falando para poucos."
"A Patrulha do Espaço é quem está no palco, ou à frente também."
Estas frases de Rolando, depois de longas cervejas na padaria da 207 Sul, expõem o quão significativo é ter a banda atuante. Nada de caça-níqueis.
Rolando Castello Júnior não disfarça o incômodo papel interlocutor do imenso vazio artístico de nossa pátria. Seu corpo demonstra o cansaço. Solitariamente ele segue o traçado central de Niemeyer, um dos seus fascínios. Ele devora livros, e sempre anda acompanhado dos óculos e das roupas de couro, os cabelos longos – lá no fundo, ele ri, para, pensa, e tagarela uma música do Arnaldo... como se a melodia fosse apresentar-lhe um amigo ou um bandido, ou ainda um cowboy do espaço.
São dois anos que Rolando vive em Brasília, sem companheiros para tocar – ‘apenas’ segurando o nome e fazendo shows noGoiânia Noise, no Ferrock, realizando workshops, e de vez em quando apresentações com a Rolando Rock. Nesse ínterim, ressurgiram as imagens inéditas de Arnaldo & Patrulha do Espaço.
Balanço
Ninguém melhor do que o próprio Rolando documentou a sua vitoriosa carreira artística, de quase 40 anos. Visitá-lo é penetrar no âmago da obstinação.
Seu apartamento respira Patrulha do Espaço em todos os poros: filipetas (inimagináveis), fotocópias, as artes originais das capas de seus discos, em evolução e artefinalizadas, projetos, recortes de jornais.
Registrá-lo magneticamente, impossível, ele não deixa. O único jeito de se aproximar é pelo fio condutor da sua voz, pela história oral.
Os custos
Estão por trás de tudo: alimentação, transporte, estadia. Isolamento, dureza.
"Tenacidade!" Explica o operário do rock, carregando seus tambores solitariamente, à frente das suas produções.
Se um dos motivos para Zélia Ducan, aos 44 anos, abandonar os Mutantes, era carregar a própria bagagem, que falar de um baterista, com 40 anos de carreira, sempre carregando seu ganha-pão?
Na hora de gravar no estúdio, o comportamento existencial desregrado da banda paga o preço. Isso não quer dizer que o material seja sem qualidade, apenas reduziu a quantidade. Como seria maravilhoso ouvir um CD todo novo da Patrulha do Espaço. Mas nos contentemos com as duas gigantescas e maravilhosas faixas "Quatro Cordas e um Vocal" (falando das perdas de Coquinho e Deborah – ecos de outras perdas), e "Rolando Rock". Ambas gravadas em Curitiba, no Mico’s, e finalizadas em São Paulo, no estúdio do Xando, guitarrista e patrulheiro emérito.
"Ninguém vende CDs. Estou preocupado é com o futuro da minha obra: refazer os Dossiês em formato duplo e masterizados direto das fitas master!"
A frase “quem está no palco” parece nortear o futuro do Patrulha do Espaço. Arnaldo saiu porque estava com ‘cagaço’ – a banda que tinha efígie do Queen deu em nada, em termos de contrato com gravadoras e audiência.
A vida não parou, está registrada. Devemos aos nossos entes queridos uma satisfação. Que os documentos revivam a tristeza de algumas perdas irreparáveis, e uma única escolha restante: continuar! A Patrulha do Espaço acaba de produzir um novosingle!
Arquivos em organização
Em meio a negativos de fotos e contatos, Rolando Castello Júnior escreveu algumas páginas sobre o seu passado, que agora é futuro. Os tambores remotos falam de planos de exposição. Seus arquivos incluem revistas nacionais e importadas sobre música, livros esgotados de rock, vídeos e muitos CDs. Peles de bateria autografadas, pôsteres armazenados em armários e estantes, e uma única certeza: "Falta espaço!"
Fotos históricas
Verdadeiro tesouro: as poucas fotos inéditas de Arnaldo & Patrulha, realizadas por Grace Lagôa!
Fotos históricas
1977
Parque da Aclimação Lagoa dos Gansos: o trio Arnaldo, Rolando e Coquinho olham um distante John Flavin. Premonição da separação próxima
14 maio de 1978
Teatro São Pedro, ao vivo! Simplesmente! Júnior na bateria, no duelo os guitarristas Dudu Chermont e John Flavin, e o contrabaixista Coquinho, em Um pouco assustador...
Foto: Grace Lagôa
8 março
Auditório Augusta, durante a Primeira Mostra Musical dos Beatles! Membros originais do Patrulha do Espaço, se reencontram. Rolando, no canto esquerdo, opera a mesa de som, e Arnaldo aparece à direita, com a cabeça cortada."Nesse dia, Arnaldo tocou umas canções dos Beatles ao piano, e eu montei e operei o som. Na ocasião, o Patrulha tinha uma pequena firma de locação de som." (Rolando Castello Jr.)
Foto: Arquivo Rolando Castello Jr.