Rock Fim do culto à droga
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ROCK: FIM DO CULTO À DROGA *
Nova York - Os grandes astros do rock dos anos 60 eram imediatamente associados ao que se deu chamar de “a cultura da droga”. Janis Joplin, Jimi Hendrix, Brian Jones, John Boham, Jim Morrison, Sid Vicious e muitos outros - Montgomery Clift ou Libby Holman em decênios anteriores os haviam superado. Embora o meio musical nunca pôde livrar-se totalmente da droga, há uma reação contra ela por parte dos velhos astros do rock. Assim Roger Daltrey, Pete Townshend, Keith Richards, Eric Clapton, Mick Jagger e muitos outros que já passaram dos 40 anos encontram-se a anos-luz do que pregavam nos dourados anos 60. Atualmente estes multimilionários quarentões, depois de longos tratamentos psiquiátricos mudaram radicalmente de opinião. Em recentes declarações à imprensa, Mick Jagger afirmou: “Era uma época na qual procurávamos algo que não podíamos encontrar. Não era só o dinheiro nem as mulheres: trata-se de uma espécie de intranqüilidade que não conseguíamos frear a não ser só com uma boa dose. Mas, para recuperar-nos da viagem devíamos recorrer a outras drogas; de modo que era, na verdade um circulo vicioso de ups e downs. Creio também que era fomentado porque nossa imagem pública era criada de tal forma que o público esperava sinceramente que nos intoxicássemos e acabássemos como Janis Joplin ou como o nosso predecessor Elvis Presley. Nada mais longe da realidade”. As declarações de Ritchie Blackmore (Deep Purple), Leslie West (Mountain), Peter Townshend, o líder do The Who, demonstram também que a reação contra a droga se baseia no fato de que se sentiam explorados pelas gravadoras e pelos fãs que os seguiam. Nas palavras de Eric Clapton: “Usavam-nos para que os jovens tomando-nos como modelo consumissem mais e mais drogas. Há ainda uma geração inteira de atores que se vangloriam da sua toxicomania. Entre nós, os que faziam parte do meio musical dos anos 60, as lembranças e as vítimas são muitas e dolorosas, para que adotemos uma atitude de orgulho”.
Contudo, supõe-se que as gravadoras atuais da moda retro anos 50, era dos republicanos - impuseram rígidas cláusulas nos contratos dos astros do rock. Pretende-se agora que nos Estados Unidos exista uma juventude mais sadia, sem outro paraíso artificial que o do dinheiro e a prosperidade. Consequentemente, o tóxico e a produção, não sendo bem usada, não convém a ninguém. Espera-se que o apelo dos famosos dos anos 60 encontre eco entre os adolescentes atuais .
Correio Braziliense, 16 dez. / 1985.
Culto ao vinil
(Mário Pacheco)
Assim como grande parte das bandas que os gravaram, os discos de vinil se tornaram dinossauros da indústria musical preservados em animação suspensa. Os bolachões estão quase extintos nas lojas, com suas capas servindo apenas para de decoração perante as diminutas versões do formato CDs. Capas de discos de vinis são emolduradas servindo de pôsteres arqueológicos.
As vendas de LPs em 1993 no Reino Unidos ficaram em 5 milhões, contra 92,2 milhões de CDs, um recorde que não custa a ser superado.
Na cotação de valor emocional, os LPs atraem um interesse cada vez maior de colecionadores e coinosseurs pela ficha técnica completa quanto às gravações e participações, muitas vezes a versão digital enxuga os créditos especialmente da produção. Felizes são os colecionadores, historiadores e os mais abonados não abstiveram-se de desfazer de seus arquivos para adquirirem as versões digitalizadas, esse número significativo de ouvintes ainda preferem o som da agulha de diamante no vinil e não deixam as crianças brincarem com os vinis, pois sabem que dificilmente serão restaurados ou repostos, o mesmo fato acontecido décadas atrás com os discos de 78 RPM.
O interesse aumentou não se sabe devido aos elevados custos de compra do CD ou o saudosismo pelo retorno às garimpagens nos sebos aliada a constatação de que algumas músicas foram realmente feitas para soarem nos bolachões, fato explorado no mercado paralelo que extorque os interessados com bolachas em bom estado vendidas a mais de US$ 75. Outra constatação quando um vinil raro em boas condições é encotrado não raro o seu preço suplanta aos CDs.
Até 1994, as grandes lojas inglesas só estocavam em vinil os discos na lista dos mais vendidos. Foi quando a gigantesca HMV, em Oxford Street, em na segunda semana de junho, inaugurou uma exposição com 30 capas das valorizadas bolachas que cobriram a década de 60 aos anos 80 declínio do vinil.
O texto de apresentação, do ex-artista plástico e guitarrista Jimmy Page, resumiu a intenção da mostra - revelar a fusão da arte pop com o rock.
“A união de artes plásticas e música sempre esteve presente em minha vida”, afirmou Jimmy Page, cujo o extinto Led Zeppelin esteve presente com a ilustração do Zeppelin de chumbo explodindo na capa do primeiro disco da banda.
Foram exibidas 12 reproduções de capas dos Beatles, afirmando que a cinematográfica do psicodélico "Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band" foi “a melhor dos anos 60”.
O posterior Álbum Branco mostrou o contraste absoluto em relação a melhor capa dos anos 60 com seu “minimalismo monocromático”.
Enigmático Bob Dylan exibiu o auto-retrato que pintou para a capa de um de seus discos e disse que a figura estranha “representa um pouco das músicas do álbum”.
Storm Thorgerson, fundador da Hipgnosis, firma de design responsável pela elaboração da maioria das capas do Pink Floyd, consolidou o visual da era progressiva ao lado de Roger Dean que desenhava para o Yes. As capas de Emerson, Lake & Palmer também ajudaram a exibir o lado high-tech do rock progressivo dos anos 70.
Foi do U2, com The Joshua Tree, de 1987, a capa mais recente da exposição da mostra, cujas reproduções podiam ser compradas por US$ 150 a US$ 230.