As cores do verbo 2

As cores do verbo
(compilado por: Mário Pacheco)
Fugindo da própria loucura

O que você pensa dos alucinógenos e das novas drogas psicodélicas – O LSD-25?

BURROUGHS: Penso que são extremamente perigosas, muito mais perigosas do que a heroína. Podem produzir estados de ansiedade insuportáveis. Tenho visto pessoas tentarem se atirar de janelas, ao passo que o viciado em heroína está interessado acima de tudo em ficar olhando par ao seu próprio dedão. Fora a privação da droga, maior ameaça para ele é uma overdose. Eu experimentei a maioria dos alucinógenos,s em ter reações de ansiedade, felizmente. O LSD-25 produziu em mim efeitos similares aos da mescalina. Como todos os alucinógenos, o LSD me proporcionou uma expansão da consciência, mais um ponto de vista alucinado do que uma verdadeira alucinação. Você pode olhar a maçaneta de uma porta e ela vai parecer girar, embora você esteja consciente de que isso é efeito da droga. E também cores como as de Van Gogh, com todas aquelas contorções e a fragmentação do universo.


Dizem que as drogas ajudam melhor a compreender a música, mas acho que não é preciso, pois é fácil ouvir música. Atualmente, há tendências mórbidas de se compor rock fácil de absorver. Isso é exatamente o contrário do que quero fazer. A música deve exigir um esforço de todas as partes envolvidas.
Ian Anderson.

Andam dizendo por aí que o rock vai morrer. Meu Deus! O que é que eu vou fazer? Ah... já sei, vou me matar também!
Brian Jones.

Éramos um grupo de rock’n’roll, aí pareceu aquela coisa de flower-power que nos matou.
George Young, do Easybeats

Tomei tanto LSD, fiquei tão paranóico, trancado dois meses em casa, que temia atender o telefone. Outra transa com ácido levou Hilton Valentine, então guitarrista do Animals, à convicção que tinha vivido a mesma saga de Cristo. (...)

A experiência da droga, a longo prazo, pode não representar absolutamente nada, mas nos ensinou que deixar-se caotizar (to be deranged) não é necessariamente inútil.
Eric Burdon

Cocaine é antidroga, a letra diz isso.
Eric Clapton

Mick Jagger é a Myra Breckinridge da Nação Woodstock.
Abbie Hoffman

Nos anos 60, como todo mundo, eu experimentei de tudo, o LSD e o resto. Fiz as mesmas besteiras que os outros. Agora sei que é necessário uma escolha na vida: drogar-se ou trabalhar. Não se pode fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Eu escolhi.
Mick Jagger, o economista dos Rolling Stones.

O que eu penso sobre drogas? Em primeiro lugar, acho que ninguém deveria ser preso por causa de drogas, a não ser que estivesse faturando milhões com isso. Mas não acho também que as drogas mais pesadas sejam boas para todo mundo, porque poucas pessoas sabem usá-las. Como também não sabem usar o álcool e um monte de outras coisas.
Mick Jagger

Já tomei um monte de coisas na vida, às vezes sem saber o que era. Mas tudo depende do sujeito estar preparado. A mesma coisa com o álcool. O sujeito precisa saber o que aquilo lhe faz. Porque, se não sabe e continua tomando, só pode ser um idiota.
Keith Richards

Os jornais vivem repetindo aquela história: Hendrix, Morrison, Joplin - vítimas da droga. Mas só porque eles morreram. Antes, nenhum deles era visto assim. Por que não dizem que eles morreram porque seus nomes começam com J? Brian Jones, Jim Morrison, Janis Joplin, Jimi Hendrix... O próximo deve ser Mick Jagger...
Keith Richards

Durante a Segunda Guerra, o número de drogados nos Estados Unidos caiu a praticamente zero, porque eles patrulhavam os malditos portos direito. Em tempo de guerra, eles só deixam entrar no país o que eles querem, certo? Isso significa que, se quisessem acabar com o tráfico hoje, eles acabariam. Mas eles sabem, também, que se pode ganhar mais dinheiro com heroína do que com qualquer outra coisa.
Keith Richards

Nunca tive nenhum problema com drogas. Só com a polícia.
Keith Richards.

Quatro jovens cabeludos, que mais parecem pássaros transviados, vêm excitando o mundo com suas canções, exercendo sobre as jovens platéias uma hipnose sonora, que os deixa em estados excitantes, causando delírios coletivos, que mais parecem um ritual de chamados ao fétido espírito do demônio.
João Paulo I.

Eu sempre tive opiniões políticas e, você sabe, contra o status quo, principalmente por ter nascido onde nasci. É uma coisa básica da classe operária que começa a se gastar na medida que você vai ficando mais velho, arranja uma família e é engolido pelo sistema. No meu caso, eu nunca deixei de ser político, embora o misticismo tendesse a obscurecer a política nos tempos das minhas viagens de ácido, em 1965, 1966. E o misticismo foi um resultado de toda aquela porcaria de ser um superastro. Misticismo era uma válvula de escape para minha repressão. Mas de certa maneira, eu sempre fui político. Nos dois livros que escrevi, embora feitos numa espécie de truque ‘joyceano’, há muitos golpes na religião e há uma peça sobre um operário e um capitalista. Venho satirizando o sistema desde a minha infância. Costumava escrever revistas no colégio e distribuir para todo mundo. Tinha muita consciência de classe - como diriam com um tapinha nas minhas costas - porque sabia o que acontecia comigo e sabia da repressão de classe que caía sobre nós. Foi uma droga que com os Beatles isso fosse abandonado. Eu me afastei da realidade por um tempo.
John Lennon em entrevista a Tarik Ali, Ramparts, setembro de 1971.

O que posso pessoalmente dizer, escreveu Cynthia, é que o processo de dissolução começou no momento em a maconha e o LSD fizeram sua derrubadora entrada em nossas vidas.
Cynthia Lennon, a respeito da falência de seu casamento com John.

Fui tão pressionado quando não tomei ácido na primeira vez! Era muito pressionado quanto a isto também.
Paul McCartney

Só tomei ácido antes dele ficar ilegal... não é assim que as pessoas falam?
Mick Jagger

Quando chegamos nos Estados Unidos, todos pensavam que tomávamos ácidos, mas sempre fomos muito francos em relação a isso, e nunca nos envolvemos com ácidos, até que um dia sucumbimos, e penduramos pérolas no pescoço e ficamos completamente bêbados no salão do hotel...
Jim McCarty, baterista dos Yardbirds

Se nós tivéssemos conhecido o Maharishi antes de tomar LSD, nunca precisaríamos ter tomado a droga. Tenho certeza mesmo disso. John Lennon

Naquela época, tinha tanto fumo e ácido rolando que ninguém consegue se lembrar de nada.
Roger Waters, sobre o psicodelismo.

"Em todos os lugares havia pessoas sorrindo sentadas nos gramados se deliciando com chás e festivgais de música. Há muita invenção da imprensa nessa história de Verão do Amor, mas certamente havia uma vibração positiva. Podíamos sentir o que estava se passando na Améria a quilômetros de distância. Era só captar as vibrações. (...) Fui para Haight Ashbury esperando um lugar fantástico mas só encontrei um bando de adolescentes drogados. Aquilo me serviu para me mostrar o que realmente estava se passando naquele culto às drogas. Não era como eu pensava com pessoas tendo revelações espirituais e insights artísticos era como alcoolismo ou qualquer outro vício. Foi então que resolvi parar de tomar LSD. Eu tinha um pouco numa garrafinha. Era líquido. Pus num microscópio para observar e parecia corda. Era só uma corda, e decidi que não queria mais tomar aquilo!. George Harrison.

 

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