Kurt Cobain: Ídolo Decifrado - surge novo livro de Charles R. Cross
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Lançamento. Em Kurt Cobain, A Construção do Mito, o
jornalista americano Charles R. Cross, que acompanhou toda a trajetória do
Nirvana, faz uma análise de como a obra e a vida do líder da banda, morto há
duas décadas, aos 27 anos, influenciou a cultura pop
“Existiam três fatores centrais que influenciavam a escolha
de roupas usadas por Kurt: o clima na região oeste de Washington, onde ele
vivia, sua situação financeira (ruim) e a vergonha por ser magro (usava camadas
de roupas para disfarçar seu físico).”
“Kurt e Courtney sempre estavam encrencados coma gerência (de
hotéis chiques) – por fumarem, causarem danos, usarem drogas e não pagarem as
contas – e acabavam expulsos.”
“Kurt Cobain não foi só um dos músicos mais influentes da sua geração: foi também um dos viciados mais famosos da história.”
Trechos do livro Kurt
Cobain: A Construção do Mito
Ídolo Decifrado
Texto: Gislandia Governo – Metro Rio
Era a manhã de 8 de abril de 1994. O jornalista Charles R.
Cross, então editor-chefe da revista The Rocket, de Seattle, recebe a ligação
do DJ de uma rádio com uma pergunta de indícios bombásticos: “Você acha que
existe a possibilidade de Kurt Cobain estar morto?” Cross descartou o possível
boato: “Simplesmente não pode ser ele”. Mas, sim, o líder do Nirvana tinha
morrido. Três dias antes, aos 27 anos. Suicídio. Tiro de espingarda no crânio.
Foi-se o ídolo, nasceu o mito.
Vinte anos após sua morte, torna-se ainda mais interessante a
leitura do recém-lançado Kurt Cobain, a Construção do Mito, de autoria do
jornalista americano que acompanhou toda a trajetória do Nirvana. Cross também
foi um dos primeiros da imprensa a ouvir Nevermind
(1991), que revolucionou a careira da banda, com 35 milhões de cópias vendidas.
Narrado em primeira pessoa, o livro de Cross faz uma análise
sobre o impacto de Nevermind e busca
decifrar como a vida e a obra do roqueiro afetaram a música, a moda – que popularizou
o rótulo “grunge”, com jeans rasgados, camisa de flanela e botas -. Além da forma
de lidar com o suicídio e o vício em drogas (Cobain era viciado em heroína). “Sem
dúvida foi o suicídio mais famoso de todos os tempos e, ainda que terrível,
teve um impacto sobre quem nós, como parte da cultura, somos agora”, relata.
Dividido em seis capítulos, o volume não deixa de fora o
relacionamento conturbado de Kurt com Courtney Love, então vocalista da banda
de pós-punk Hole. A conclusão do autor é que o músico foi o último astro do
rock. “Nenhum artista desde Kurt teve a mesma combinação de talento, carisma, ambição
e, mais importante, genialidade para compor.”
3 perguntas para Charles R. Cross
Você
foi um dos primeiros da imprensa a ouvir o antológico disco Nevermind. O quanto isso o marcou?
- Foi um trabalho de música poderoso. É um grande álbum. Mas,
pessoalmente, eu gosto Mais do In Utero
(lançado em 1993).
O que
mais o impressionou, ao longo dos anos, acompanhando a trajetória do Nirvana?
- De verdade, ainda não apareceu nada como o Nirvana desde a
morte do Kurt. É por isso que eu o considero a última estrela do rock dos novos
tempos.
Como
você vê essa importância do Kurt até hoje no cenário musical e cultural?
- Ele viveu em um período que agora não existe mais, quando
um artista de rock poderia ser tocado em todas as rádios, quando o rock era o
ritmo musical dominante. Na era da internet, as celebridades surgem aos montes.
Mas há pouquíssimas estrelas de verdade. Kurt, na minha mente, é o último
rockstar que existiu, porque seu nível artístico, seu carisma e sua habilidade
para compor ainda não foram superados desde sua morte. Como um fã de música, eu
ainda espero que surjam outros grandes nomes na linha de estrelas do rock.
Mas,a te então, a influência de Kurt permanece colossal.
METRO
RIO