DISCOS RAROS: RESSURGE O LENDÁRIO 'ÁLBUM NEGRO' DE PRINCE

Vinil 'Black Album' de Prince reaparece com valores astronômicos

Cantor havia determinado a destruição de todos os exemplares após uma revelação espiritual.
 
Por France Pressehttps://g1.globo.com/pop-arte/musica/noticia/vinil-black-album-de-prince-reaparece-com-valores-astronomicos.ghtml

Visite: RECORDMECCA
 
14 dez. / 2017 - Os fãs de Prince estão agitados com a descoberta de vários discos de vinil do célebre Black Album, após a lenda do pop determinar a destruição de todos os exemplares, há 30 anos.

Recordmecca, um site para colecionadores, vendia nesta quarta-feira (13) um exemplar do vinil por nada menos que US$ 15 mil (cerca de R$ 49.5 mil).

Em dezembro de 1987, o excêntrico "Kid de Minneapolis" esperava divulgar sua música de modo inédito, enviando os discos em segredo para as lojas, sem identificação na embalagem.

A Warner tentou dissuadi-lo e como não conseguiu, editou e distribuiu o disco, chamado de Black Album por sua capa monocromática.

Pouco tempo depois, Prince revelou ter tido uma revelação espiritual, chamou o álbum de "maléfico" e pediu que todos os exemplares fossem destruídos.

A Warner recolheu e destruiu grande parte dos 500 mil discos produzidos, mas vários desapareceram, para a alegria dos colecionadores.

Jeff Gold, proprietário do site Recordmecca e ex-executivo da Warner, explicou que foi contactado por um ex-executivo da Warner que encontrou cinco exemplares do Black Album.

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ARQUIVOS DO PRÓPRIO BOL$O

"Black Album" de Prince virou mito


PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REDAÇÃO - http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/1/30/ilustrada/15.html

Em 87, Prince (ele ainda se chamava assim) havia lançado o álbum duplo Sign 'o' the Times, aclamado ao redor do mundo como sua obra-prima até então.

Consequência: um ano depois, a expectativa que cercava o lançamento de um novo Prince era enorme. E o disco ia se chamar Black Album, como uma resposta negra ao White Album (68) dos Beatles.

Mas, em cima da hora, Prince achou que o resultado do trabalho não era satisfatório e decidiu interrompê-lo, obrigando a gravadora Wea a cancelar o lançamento.

Como era de esperar, o disco virou tesouro nas mãos da pirataria -é esse momento que o livro de Hanif Kureishi flagra, o da disputa a tapa pelo disco extirpado.

Aí já era mito, e se pode até suspeitar de que o aborto fosse não mais que resultado da visão de marketing privilegiada do artista.

Supostamente para conter a pirataria, em 94 a Wea lançou uma tiragem limitada do dito cujo (que chegou ao Brasil via importação).

Houve um acordo entre gravadora e artista, de que o disco seria comercializado por um período determinado e retirado de estoque. Hoje, está fora de catálogo e de volta ao mercado de raridades.

Distribuído meio em segredo, "Black Album" não fez furor. Nem era, afinal, obra especialmente afinada, mas uma coleção de oito funks que macaqueiam os ídolos do astro, George Clinton e Sly Stone, mas resultam inferiores a muitos funks do próprio Prince.

Ele inventou imediatamente outro disco inteiro, lançando Love Sexy ainda em 88. Não fez furor e era muito superior ao Black Album. Esperto, Prince a um só tempo se livrou de um abacaxi e criou o mito de um "disco genial" que quase ninguém ouviu.

Assim, poucos ficaram sabendo que Sign 'o' the Times (ele próprio não o sabia, quando fez) é que era a versão negra do álbum conceitual dos Beatles. Temperamental, ele deixou essa escapar.
(PAS)

 

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