JIMI HENDRIX - O TRÍPTICO FINAL 1968/1970 (2020)

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JIMI HENDRIX - O TRÍPTICO FINAL 1968/1970 - SONY MUSIC
TRÊS DISCOS "SUPOSTAMENTE FINAIS" DE INÉDITAS DO MAGO

Sérgio De Moraes

Ouvir JIMI HENDRIX em seus três discos oficiais de estúdio é viagem cultural e sonora riquíssima. Quem gosta e coleciona ROCK dificilmente deixará de ter ARE YOU EXPERIENCED?, THE JIMI HENDRIX EXPERIENCE e ELECTRIC LADYLAND, discos seminais da modernidade, e influentes até hoje.
Fora esses, há vários gravados ao vivo, onde a criatividade de JIMI fica exposta juntamente com seu carisma, verve e imensa habilidade no palco. Fazem outra complementação do mito, através do rito. JIMI HENDRIX excursionou e apresentou-se `a exaustão - literalmente.
Porém, seu lado mais explorado, conservado e pesquisado são as gravações de estúdio feitas nos quase 5 anos de existência artística de HENDRIX, entre 1966 e 1970.
Ele era um workaholic e um produtor cuidadoso. Guardou tudo o que fez, sejam pedaços, trechos completos, músicas prontas, quase-prontas, algumas quase apenas "intuídas"; e o que mais se possa pensar sobre alguém com estúdios disponíveis e imensa capacidade para trabalhar incansavelmente!
No decorrer dos tempos, esse material foi revirado de ponta cabeça, tornando-se motivo de brigas da família Hendrix, detentora do espólio. Passou por diversas versões e remixagens autorizadas; houve discos deletados e não reeditados como CRASHING LANDING; além de mil barracos!
Os três discos aqui, VALLEYS OF NEPTUNE, 2010; PEOPLE, HELL AND ANGELS, 2013; e BOTH SIDES OF THE SKIES, 2018; formam talvez o fundo do tacho do material inédito; e agora remasterizado e acabado, produzido por EDDIE KRAMER, um craque experiente e autorizado pelos herdeiros.
São discos bons? Claro!
Mas fica o "retro gosto auditivo" da experimentação constante - HENDRIX era curioso e loucamente produtivo - e expõe as fissuras internas da banda original, o EXPERIENCE, em virtude da loucura e do sobre - trabalho de todos. NOEL REDDING andou às turras com JIMI por mais de um ano, em1969, porque achava as frequentes versões e takes alternativos desnecessárias. Foi saído da banda.
Os três discos cobrem o período final, entre 1968 e 1970. E a curiosidade é que BILLY COX - baixista profissional, amigo de HENDRIX e substituto de NOEL REDDING. Curiosamente, quando foi convidado BILLY "não sabia que JIMI havia se tornado tudo aquilo, não tinha mais ouvido falar dele"...
Em 1987, CHAS CHANDLER, o mítico baixista dos ingleses THE ANIMALS, que descobriu HENDRIX, convocou MITCH MITCHELL e REDDING para refazerem algumas faixas que estavam, à época da gravação, aquém da qualidade técnica e da arte de JIMI. Coisas das idas e vindas na administração do espólio.
Enfim, é divertido e instrutivo escutar tudo isso. Aqui estão os membros originais do EXPERIENCE; tem JOHNNY WINTER e STEPHEN STILLS; e, inclusive, JIMI HENDRIX tocando baixo e SITAR - o sofisticado instrumento hindu que RAVI SHANKAR divulgou no ocidente.
Há, também, a BAND OF GYPSYS com BILLY COX E BUDDY MILES, que sucedeu o EXPERIENCE, e quase chegou lá. Se HENDRIX não tivesse partido cedo demais, é quase certo que prosperariam.
Muito mais poderia e pode ser escrito. Mas é bom que você ouça, tire conclusões e opine.
O THE VALLEY... anda em oferta por aí a mais ou menos o preço de um sanduíche de mortadela "normal".
E quanto ao futuro? Será que o material já acabou?
Talvez. Mas, seja como for, ainda não houve SAMPLERS, e remixagens feitas por D.Js., talvez reaproveitando trechos "esquecidos" recortes de fitas, essas coisas que a turma disciplinada produz, recorta, cola, mixa e lança...
Eu acho que não vão deixar isso para lá! É trigo demais para pensar apesar do possível joio.

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Pergunta

Poderia se debruçar em discos como WAR HEROES, CRY OF LOVE e a edição dupla do CRASHING LANDING/MIDNIGHT LIGHTNING e apontar o que dele sobrevives nestas edições finais? Adicionar o First rays of new rising sun. Sinto falta de uma analise do que o Hendrix faz na guitarra durante essas gravações de 1970. Sinto que são vorazes e dissipadas da psicodelia e com um Hendrix muito cantante. E onde outros instrumentista se destacam. Seria muito uma análise de suas letras e baladas. Acho que essas gravações desenterrados são tesouros mesmo com vocais adicionados e músicos de jazz. E a produção primorosa e pertinente de Kramer. Enfmi, o que Hendrix achou em vida destas gravações? Quais ele levou ao palco?

Resposta do Sérgio

"Não conheço os discos que você citou, com exceção do FIRST RAY... O fato é que, à exceção dos clássicos originais e de alguns álbuns ao vivo de fonte fidedigna, o restante pode ter sido montado em estúdio. 
"O que não é ilegítimo. No entanto, por melhor que sejam, nem sempre se terá certeza que o 'conceito' lançado correspondeu à intenção do Hendrix. Eu gosto e apoio a ideia dos remixes, remasteres e junção de partes para conceber um todo. Normalmente, dão ideia diferente do que temos. E para alguém do vulto de Hendrix, acho até imprescindível.

"Então, à parte eu talvez não estar gabaritado para analisar os solos do HENDRIX - e não estou mesmo! - podem ter sido soma de partes em épocas e circunstâncias diferentes, o que retira o momento de cada obra e sua potencial intenção. Mesmo mantendo o talento e a genialidade criativa do autor.
"No mais, eu sou um colecionador 'oportunista' do HENDRIX. Compro de estiver à mão e a preço conveniente. Não sou e certamente não virei a ser um completista.
"Mesmo assim, fica a ideia que você trouxe - que é complexa e pertinente. Vamos conversando sempre que houver oportunidade." (SÉRGIO DE MORAES)

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