memórias de um ano obsceno em 2022

PARA LEMBRAR 2013, HÁ QUASE 10 ANOS !

lamarte

Ainda há muita loucura para ser retratada. Dois mil e treze, se ilumina anos luz daqui. D'agora não tenho que falar muito que passo óleo de rícino (ou de mamona, na raiz do cabelo). Que Raul Seixas foi o maior maluco lúcido e que ninguém salva ninguém a não ser de si mesmo. E que entendo o dizer no capacete da fórmula 1, Cristo salva. E Cristo é o que leva todos à vida eterna. Minhas meras constatações pessoais. Do rock, overdosei de tanto estrangular a veia e o ouvido. Tenho pavor real das coisas por quase me matei e que quase me mataram. Lá, em cima, falo de 2013, foi um ano revolucionário em nossas vidas. Elegemos este ano para ancorar o rock acima das nuvens. Foi o ano em que pela primeira vez tentei escapar da hepatite C e que a maioria achava pela minha devida magreza que o vírus era outro.


É claro que ninguém prestou atenção em nós mesmos a não ser nós mesmos. Foi o ano da Stoner Babe, do SARAU PSICODÉLICO. E de tanta gente, Banda Ser, Diferencial Zero, Dog Savanna. Aquele menino, o Daniel que canta muito. PlusUltra Ruído Urbano Cromus Canalhas & Navalhas, Antimácula e tantas outras bandas. Tudo direto da WHISKRITÓRIO (WHISKRYTÓRIO), uma das maiores casas do rock ardendo de maneira rápida.
Em 2013, entronizamos Serguei como o patrono da nossa conjunção carnal.

a junção mais anárquica da arte
De quando, Mário, Retz, Zedson, Nader, Campanha De Ajuda e Julimar depois de se metamorfosearam em Os $alvadores, se apresentaram pela última vez!
Do belo verde pastoral das vacas ao céu azul tingido pela alegria e orgasmos em tantos shows e grafites. Queríamos balançar e cutucar o coreto. Foi a mais linda das histórias.
Agora, em 2022, passado um ano do enterro do corpo de Ricardo Retz, largado na esperança de virar adubo e de florir notas musicais. Eu me lembro deste grandioso ano de celebração. Todos continuam amigos desde que nos peçam verdadeiras necessidades. Foi quando estivemos reunidos em uma pessoa só. Hoje, Retz recebe o merecido reconhecimento, se tornou A Casa Da Cultura Ricardo Retz e tenho certeza de que poucos do nosso tempo alcançarão tamanha magnitude, a de uma estrela humilde do rock'n'roll.

 dpb topbar 1

1992/2022

Trinta anos da presença de Mário na minha cabeça, parei pra refletir vendo essas fotos que não conhecia e/ou não lembrava...Essa vibe de técnico de som é só mais uma faceta mambembe, também tive a audácia de tocar violino e moogs vida afora, agora eu penso em questões de hidrodinâmica ( por causa da natação de longa distância em águas abertas ), acredito que a partir de agosto aproveito o aniversário de 13 anos de escravo de Zuckerberg e me retiro de redes sociais ou passo a escrever o mínimo possível, mas sempre em alfabeto cirílico, a verdade é que eu tenho sentido o passar e o pesar dos tempos... (TIAGO RABELO)

UUUUHHH, UUUHHH

É um grito musical pra você. Acabei de comprar mais um terno em suaves prestações e ainda procuro por tergal em promoção. É amigo, Jorge Catalanha, o Facebook é a arte de remendar buracos. Não fiquei muito feliz pela fake news que você transmitiu de o Elon Musk ter comprado o Twitter e você ter dado detalhes das transformações que virão. No DF, muita gente chorou na fila da promoção da cebola. Na sopa de cebola vai azeite e manteiga, estes itens sem promoção. Aqui falta movimento emocional próprio, tudo se resume à transcrição de abismos emocionais alheios. Há tudo muito está 'repetitido' é que não sei transcrever repetitivo. Fiquei cabreiro da situação. Me senti atualizado. \isto quer dizer sem emoção. Estou sem emoção física para viver música. O ato de retirar um LP do avental significará uma prece de alto valor. Sinto-me que conspurquei a música com álcool. Que a aviltei: Uuuuhhh, Uuuhhh Metallicassete e Kiss my ass again. Ousei repetir é necessário acordar estátuas.

DEIXAR QUIETO, QUEM ESTÁ CALADO

John Leroy me pegou cobrindo a calda do bolo de cenoura, com todinho.
– Por que você não usa o chocolate do padre?
Ele é assim esnobe, só queria encordamento Daddario. E sandálias de couro cru da carapaça do bode e camisinhas feitas de crina de mula. Seu pau era para além de competente. Disputado por elas.

Eu me sentia como um diabo quebrado que queria comprar material de beleza, de limpeza, de fogão e as contas mensais de uma nobre existência no Bernardo Sayão. Nisto era ajudado pelos filhos esforçados. Não aguentava mais requentar o macarrão a bolonhesa com molho branco.Torcia para as nuvens derramarem seu líquido sobre as plantas. Calculava o custo do uso das coisas.
– E os reparos, e os reparos?
– Não!
Nega Willie não posso dar uma festa. – Será muita depredação do espaço e falta de consciência coletiva. Na de abril de 2021, danificaram o Blu ray, a fechadura e ninguém nunca mais pode cagar em paz naquele banheiro. Abre-se a porta e  tem alguém se masturbando. Comeram todos os importados da geladeira. E também deixaram os LPs importados fora de suas capas. Abusaram ouvindo mil canções sem pagar pelo Spotfy de cu é rola.

John Leroy, soletrava – É Leroy e não Lê roy. De repente, ele sumiu como peido de mosca. Nunca mais deu as caras. Não sei se se tornou um morto agradecido ou abraçou o anonimato. Mas, é só pintar um festival que ele aparece, – Vou tocar no festival. Afinal, não sou um artista DO PRÓPRIO BOL$O

Da última festa, carregaram os talheres e agora temos que comer com as mãos e também quebraram os copos e os vasos e não deram descargas.

É muita coisa para uma pessoa só

lp

Perambulando por Pirenópolis. Na Avoar livros, encontrei dois LPs ingleses, este de Buddy Holly e um dos The Shadows. Conduzi Buddy Holly ao altar

 Sou um guru advindo do Nepal – fugido de cima de um caminhão que vendia melancias – firme como um prédio na areia – rugindo como uma mosca – ela a xerox e eu o toner. Ela a pipa e eu o cerol. Retratos gritam imagens. Quase sufocado pelo próprio vômito várias noites longas cortadas pelo nascer do sol. Umbigo tatuado.  Olho esvoaçando agarrando nuvens. Escrevo com a língua presa na areia da axila dela, em sua orelha infiltro a palavra. Nela me escondo de dia e de noite. A arte de cuspir é se foder e continuar de pé.

Facebook é a minha faixa de terra cultivada. Nela, as tempestades e as pragas são previsíveis. Em outras bitolas (Instagram) o filme é de 35 mm com megaexposição. Independente do mercado tradicional de comunicação, plantamos, uma semente que precisa de adubo. É uma escapatória, a tal da arte nativa ou alternativa. Distraidamente singramos com tudo o que possamos informar e nos defender.

Apreciar sem moderação.

Descompactuar com o formato é o grande sigilo.

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