rocks (2022)
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All things must pass
Para certas mudanças necessitamos dar um descanso para o espírito, corpo, físico, mental, religioso, Enfim para saber principalmente onde não devemos tocar para que tudo ou o pouco que vai mudar vai ser pelo senhor chamado TEMPO. (ANTONIO GONÇALVES)
Abrem-se as cortinas e, sem qualquer alarde, surge no palco da vida um inesperado e inspirado cronista do cotidiano. (LUIZ ANTONIO SOCRATES TEIXEIRA)
Antes das 6, me passa um pensamento que norteia o dia: "Não se sinta mal se algumas pessoas lembrarem de você apenas quando precisam.". Achei vedadeiro e rude e foi o que se manifestou na primeira hora do dia. Você precisa aprender a escolher suas roupas, caminhos e amigos. Manter distância é maternal. Talvez eu esteja assim porque já criei mais problemas do que soluções. Mas, nunca me envolvi, o máximo que me aproximei foi do poster na parede do guarda-roupa, onde eu sonhava em ser um dos ilustres beatles guatemaltecos. Falando de som com o coração pesado. No café, eu ouço "Sinal da paranoia" que deve ter sido a primeira música que aqui ouvi quando a energia chegou em 1992.
Fiz a cama, a barba e o café. Perdi a conta dos dias que estou trabalhando e confesso que é melhor do que tomar conta da vida alheia. "Não se sinta mal se algumas pessoas lembrarem de você apenas quando precisam. Sinta-se privilegiado! Você é a luz que vem a mente delas quando há escuridão!"
"O tempo revela a verdade" (Seneca, De ira)
Houve um tempo em que eu atirava pela janela, uma garrafa de vinho por dia na garagem e lia Bukowski e como bom vagabundo deitava na rede. O piso era de barro e nem havia churrasqueira, era em uma fogueira em que assávamos o frango e tomávamos conhak. Até que um dia, um gato roubou o frango.
– Deve ser um gato do tamanho de uma onça.
Depois a vida andou. Achei uma janela gigante não usada por um ferreiro que havia feito para a própria oficina. E por mais de década, foi por ela que vimos as vidas e as festas. A parede e a janela ruiram de velhos. Me sinto como arrancando tatuagens do corpo e é bem melhor do que dentes. Quero impedir as rachaduras. Quero massa de parede. São os estágios da vida. Desta velha janela, vejo o meu novo ciclo de vida. E sim, eu ainda tenho medo da chuva e das formigas. Tenho o cestinho de lixo acima da pia. Me sinto no café, na companhia da musa. Só falta agora, abrir a janela para escorrer a fumaça do cigarro, só que não mais fumo, mas a janela me mostra a evolução imparável.
"Se pudesse viver minha vida outra vez, trataria de cometer mais erros." (JORGE LUIS BORGES)
Véspera
– Que bicho deu em você?
Este tipo de coisa de fã, se espalha por aí... E, sempre haverá a perseverança de algum fã que se ocupa em passar o que ele acha que deve ser suficiente bom para ocupar a sua cabeça. Espalha-se pelo mundo. A dedicação sem pêsames, somente pela diversão e com o argumento da satisfação. Desenterrando os mortos vivos – tenho medo de ser tido como vagabundo, mas agora não tem mais jeito. Se a situação significa ganhar grana, sem ela, você não é ninguém. Ter o vício pela grana é como aspirar cocaína, lavar grana, passar a perna em demasia e ser esperto. Muito esperto mesmo. Ixi, me debati com isto ao longo da vida.
O blog era para ser enigmático, pretenciosamente enciclopédico, como se fosse um guia natural, as coisas dariam certo de maneiras óbvias e claramente erradas.
Agora com tempo, fui combater as lacunas em (Cacofonia de ruídos 2). Se vários links de vídeos do YouTube, caíram era porque a coisa era boa e imediata e tinha que ser vista naquele tempo-caos. Hoje, restabeleci as imagens. Resgatei o estranho prazer de fazer fanzines com a visão reduzida.
Eu ainda quero que muita se foda. Não se deve confiar em qualquer tipo de fã, de assassino das encruzilhadas. Eles não estão a fim de se mostrar para o que serve ou a que vieram. O blog sem aparecer, já enterrou uma pancada das melhores ideias condenávies, dos melhores bostas. Sextou! Se você estiver de cara! Aqui! Abra! bem os olhos e as mentes.
rocks
ONDE É QUE ESTÁ O MEU EXTINTOR DE INCÊNDIO?
rock é nostalgia um eterno bailão da saudade e eu já peguei a coisa assim em 1975, ou cante uma música nova
Era 1983, era o ano da vinda do Kiss. E barreiras opositoras foram erguidas em torno de gente como você. Eles partiram para uma grande queima de discos do diabo – tudo é música do diabo, de Vivaldi aos Stones – tomarem que queimem tudo até os livros do Maharishi, até Crowley e os manuais de fuga, os gibis de Walt Disney e seu Manual do Escoteiro e as as biografias de Mao e de Che e também os filmes, tipo o "Exorcista".
Tinha medo ver de longe as chamas da inquisição, lá do alto da laje do meu prédio, onde curtia um pagode com caipirinha. Era moda sair queimando acervos e certificados de exibição de filmes. Era aquela onda do terror do Rio Centro. E foram bater à minha porta. Minha coleção de discos nem atingia o número 100 e a maioria eram dos Beatles, estes os maiores discípulos de Mr. D... Devo ter explicado que esta, não era a minha que eu estava a caminho do autoconhecimento com muita birita e a cabeça chapada de Kerouac – ah, e não se esqueçam de queimarem os livros de Burroughs, as rádios, a Globo e ardam com o governo. Da patota disposta a queimar os discos. Uns espertos mandaram em seus lugares discos de Dilermando Reis. Outros disseram que a partir de agora, iriam ouvir os discos bem baixinhos. Deve ter havido a tal queima da maledicência com uns meninos que tinha no máximo uns discos de Iron Maiden, Van Halen e AC/DC. Esta foi a primeira de muitas produções culturais que vi surgir no horizonte. E, eu que não frequentava templo e sim bares. Por que estas coisas espartafúrdias explodiam no meu portão? Eu me sentia como os Beatles em 1966, diante daquelas fogueiras enormes derretendo as capas e os vinis e o frenesi fanatista. Hehehe, ainda olho para os discos e os gibis e solto uma gargalhada. Vocês escaparam, me agradeçam.
a ironia pode ser um bálsamo
Me escalaram para ser o motorista do giro, dos caras do Sul pela capital. No final do primeiro show,
– Cadê a grana da gasolina?
– Tem não, foi só a sua logo projetada no telão.
Depois do show no Garagem, fomos tomar uma Antarctica, no máximo foram duas, pagas por mim e uma rodada de quibes. Depois esganiçaram que fomos beber a renda da bilheteria no Beirute. Na última longa noite da curta turnê, teve aparelhagem apreendida e até arma de fogo apontada. Já existia o Bolsonarismo, nós é que éramos bestas.
Além de atividades ilícitas naquela noite, no estacionamento do Pontão do Cave, no Guará. Nos sentíamos como em um filme do Led Zeppelin. Assim era como ele fazia os seus rocks acontecerem.
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