– COMO FOI O ÚLTIMO ROCK? (2022)

Eu ainda penso em rock, por horas a fio durante a noite. Eu devia estar tomado por Nicuri e pelas impressões das viagens. Quando eu passava 3 meses armando uma decoração estudada. Gastava os pregos e os cordões. Ainda hoje, tenho tiques incontroláveis ao tocar em um abajur ou pendurar um quadro. Automaticamente, me vejo armando a arena para um jogo. Estou só, comigo mesmo e muita confusão na cabeça. Agora, eu perco com a maior facilidade as chaves. Neste domingo, tirei para desparecer (para ser uma fruta na fruteira – para ser uma agulha picando a superfície do sulco do disco). Soando a fita magnética ao redor do anel de antimatéria.

Pai, um rock com a Banda Ser, Barbarella, com Célio de Moraes, Davi Kaus e Bruno Z e ainda Blavis. Um rock real!

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bastão sem cheiro

NO ÚLTIMO ROQUE, o meu desodorante não funciona

No flyer do último roque, foi utilizada a técnica de retrato falado. Foi largar a filipeta no grupo. E, um membro da família ligou – O seu Mário! Já que o senhor tá usando a imagem dele, não daria para pagar umas cestas à família dele?

O técnico de som chegou, e não sabíamos se ele era louco ou gênio ou era narcisista com aquele jeito de quem reclama de tudo. – Não vou ligar o violão, no Marshall. Eu só toco em caixas. Não adiantou o guitarrista argumentar que ele ligava no amplificador e tudo sairia perfeitamente. Tirou as caixas debaixo da tenda e recolheu para dentro de casa. Queria mudar o palco de lugar para maior exposição. Respondi, – São necessário dois homens para mover a estrutura. E também não gosto que a casa fique parecendo com um estúdio. O técnico nada humilde disse que não iria utilizar as caixas Voxtron, pois não eram profissionais.

À tarde, o microfone falhara e deixara Lucky não mão, o que o deixou irritado. Agora tínhamos problema nos microfones e um técnico que não achava que nada servia para tirar um som.

Eu só queria apagar as velinhas para cantar os parabéns. Era em dia de semana, propositalmente para evitar aglomerações.

Uma jornalista ligou. Para perguntar, – É uma nova casa de shows? Tem agenda e quem será a próxima atração? Respondi que era nada daquilo, que o último show havia sido feito em NOVEMBRO DE 2021 e agora estamos em MAIO DE 2022, então havia um espaço de seis meses. E que eu não deveria emitir informações distorcidas. Falei que era um movimento de resistência, sem se identificar com as regras do showbiz. – E as atrações? Falei que dependia da disposição e da disponibilidade e que o povo nunca recebeu para tocar. – Onde é divulgada as suas festas? No perfil, no Facebook. O telefone desligou e nunca recebi o tal espaço.

Não teve um membro da Banda que não atrasasse. A Banda começou com uma versão furiosa para ‘Back door man’ e emendaram com ‘Five to one’. Eram blues rasgados e atirados com raiva conta os próprios membros. O público delirava iradamente.

Cristininha rodopiava sem parar partindo para cima da banda. Com os olhos virados. Ela tremia sem parar, – Uh la la la la, quero tomar deste chá. Era rock psicodélico, as luzes bruxuleavam.

O corpo seminu do baterista foi visto atravessando a janela em busca da marota erva indiana.

Como o som era alto. Do portão de entrada, dava para ouvir. O pessoal da bossa nova ficou miúdo sem entender. Todos os deixaram na mão, o público correu para ver a banda. Não mais se ouviram os delicados acordes de bossa nova e não houve o show das cantoras, não mais havia espírito e nem aparelhagem. Adalberto sozinho segurava o violãozinho. Seu parceiro balbuciava que ele sabia que aquele som era dos Doors.

Na última música, os próprios microfones resolveram se calar. A corda da guitarra pulou fora. A presilha do chimbal voou. A esteira da caixa partiu. E agora o que se ouvia era um incrível zumbido nas caixas. Que alguém desligue a mesa, fadou-se a sorte do rock’n’roll. O serviço foi concluído. Foi um longo show de porrada. Os membros sorriam de felicidade. A mim ainda assustado e indignado. Respirava livre sem o técnico de som, sem o fantasma da bossa. Agora com um resto de aparelhagem derretida. Eu ainda tinha um número final como mestre de cerimônia. O povo com o ouvido ainda zumbindo, encarou aquela festa como uma do mesmo naipe das anteriores. Onde prevaleceu a selvageria. Não queriam mais ir embora e derrubavam birita no chão da cozinha.

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