Educação: Caro Diretor de Redação do Jornal do Guará
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Carta aberta
Caro Diretor de Redação do Jornal do Guará
Gostaria de tecer alguns comentários acerca do artigo publicado no “Jornal do Guará” , edição 28/04 a 4/5/2012, coluna "Opinião", a respeito da greve dos professores, de autoria do Sr. Alcir Alves de Souza, que, deve-se salientar, de um mau gosto que beira à grosseria.
Inicialmente, cabe esclarecer a esse cidadão que o governo apresentou algumas propostas, que, embora não contemplassem o pleito dos professores, desmentem e confirmam o grau de desinformação do autor; depois, dizer que os professores do Distrito Federal nunca serviram de massa de manobra de nenhum político ou grupo deles, e, a prova disso é o histórico de luta desta categoria, independente de governo ou partido, além de, claro, ao contrário do autor do artigo, serem os professores pessoas politizadas e não politiqueiras, que se aproveitam de outros menos informados para incutirem neles informações falsas e manipuladoras como tentou fazer esse autor.
Quanto ao movimento de privatização que cita, referindo-se ao Deputado Izalci, é bom lembrar que no Brasil as privatizações realizadas, à exceção da telefonia, em nada contribuíram para o país, pelo contrário. Outrossim, privatizar o ensino só ajudaria a proliferar “os Cachoeiras” e outros tantos enganadores do povo e usurpadores do dinheiro público.
Já com relação à piora do ensino público, bem se vê que não acompanha os índices apresentados pelo próprio governo que demonstram como o ensino tem melhorado no país, a despeito dos desvios de verbas da educação, da falta de manutenção das escolas, da carência de materiais, entre outros.
Discordo das baboseiras ditas em toda a sua extensão e, principalmente, quanto ao fato de professores colocarem seus filhos em escolas particulares. Eu, por exemplo, tenho dois filhos que hoje cursam o ensino superior em universidades públicas e sempre estudaram na Secretaria de Educação do Distrito Federal.
Por fim, a minha escola que fica no Guará, o C.Ed 01, aprovou no vestibular da UnB 09 (nove) alunos em 2011 e um na Faculdade de Medicina do GDF, além de inúmeros pelo Enem. Um detalhe: no meu colégio só temos duas turmas de 3ºs anos. Isso é piora em educação?
Por todo o exposto, sugiro ao jornal que da próxima vez procure alguém que de fato tenha conhecimento sobre educação e sobre os professores do DF para não correrem o risco do descrédito, afinal, a população do Guará, em sua maioria, é bem informada, embora não acredite nisso o Sr Alcir.
Sem mais.
Professora Edileuza de Azevedo Botelho
Outros professores que trabalham e residem no Guará, indignados com um posicionamento tão preconceituoso e que tenta macular a imagem do profissional imprescindível à sociedade como é o professor, ratificam tudo o que foi dito.
Sem mais.
Brasília, 02 de maio de 2012
COMENTÁRIO DO LEITOR
Infelizmente, pessoas como o dito jornalista Sr. Alcir da matéria publicada no Jornal do Guará, tem uma preocupação demasiada com a politicagem e pouca com os fatos. Só posso atribuir a isso comentários tão desprovidos de veracidade tais os apresentados, sou professora, mulher, ativa politicamente, não só exercendo o meu direito de voto, mas participando na construção de uma sociedade mais justa, mais cidadã, tenho um filho pertencente à rede publica de ensino do qual muito me orgulho além de eu mesma ser oriunda da escola pública e hoje ser possuidora de 2 (dois) cursos de graduação além de pós em minha área de atuação. Gostaria sim de uma escola pública com mais recursos e com melhor remuneração e condições de trabalho para o professor por isso da nossa luta. E a qualidade de nosso trabalho é alardeada pelo próprio Governo através de suas pesquisas que mostram índices crescentes da educação pública no DF apesar de toda falta de condições, somos uma categoria como tantas outras merecedoras que pelo menos quem se arvore ao direito de falar sobre o nosso trabalho que pelo menos mostre conhecimento sobre ele. Conselho ao "jornalista", procure um professor aprenda a pesquisar, ouvir aprender antes de precipitadas opiniões elas acabam revelando o despreparo.
Marilange da Silva Vianna