A quantas anda a Midiotia
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Midiotia
por Luís Eduardo da Silva
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Inspirados nos imprescindíveis músicos resistentes, que protestam contra o sistema opressor, nos ocorrem algumas ideias, importantes de discutirmos em nossas casas e vizinhança, trabalho e nas reuniões sociais de que participamos. – De quem tem sido um papel fundamental para consolidar a opressão e a ruína da nossa gente? Dos sistemas privados de comunicação social, das redes de televisão privadas? Além dos jornais da grande mídia e da quase totalidade das revistas semanais[1].
Não são os únicos a cometerem tal sabotagem maligna contra a gente, sem dúvida, pois muitos outros também o fazem impunemente ainda, outros especuladores econômicos. Mas as redes de televisão privadas detêm outorgas para funcionamento das estratégicas redes de televisão para atender ao interesse público educacional, principalmente, e as empregam para a obtenção do lucro privado principalmente, e como se prestassem o serviço público que deveriam. Sem qualquer ética, sem nem ficarem vermelhas utilizam o sensacionalismo acintoso e as cores berrantes para praticarem a propaganda alienante, nas suas programações. Os seus donos para se superenriquecerem ainda mais não hesitam e fazem supermal à Nação.
O tempo todo campanham contra a autoestima nacional, ao dizerem o tempo todo como as coisas estão ruins, difíceis, como vão mal, que isso é assim porque o povo não tem educação, e que a política é ruim, que o sistema de saúde é ruim, o sistema de transporte ruim etc., que o nosso País não tem jeito. E o fazem ao invés de discutirem soluções para os problemas que temos vivido, o que deveriam fazer. Deveriam é trabalhar junto conosco em prol da formação cidadã democrática, de maneira a preparar a nossa gente, de modo plural, por conta da nossa diversidade, até os estágios da evolução consciente.
Para atenderem ao seu interesse privado de mais e mais enriquecimento, o empresariado midiático esperto deforma, deseduca, corrompe, violenta e aliena a população brasileira, em seu sensacionalismo barato. Os multiplicadores de opinião dos grandes veículos da mídia terão sido-continuam a ser inspirados para isso por entidades perversas, que tentam impedir a todo custo a nossa evolução, e esses interesses monstruosos ressoam com os das elites nacionais colonizadas, servis aos interesses do Império (capitalista internacional).
As notórias elites no Brasil ultimamente se irritam com a situação nos aeroportos, que segundo elas mais parecem agora rodoviárias, e porque muito mais gente agora, depois de 2003, com as migalhas jogadas dos seus banquetes, tem o seu carro próprio, e ela não pode mais desfilar folgada. A mídia então ecoa e amplifica os seus gritos intolerantes, e sem argumentos. Mas gravíssimo, lamentável: todo mundo tem televisão em casa e é martelado diariamente o tempo inteiro pela sua propaganda nefasta.
Azar o nosso, povo brasileiro, por termos apenas uma rede pública de televisão – de excelente qualidade, mas praticamente desconhecida da população, porque não faz uso de recursos apelativos – para atuar em função do interesse público nacional, para fazer frente às tantas redes privadas de televisão, que buscam tempo integral nos deformar e destruir até a nossa capacidade de nos recuperarmos?
A rede de televisão pública brasileira, que atende ela sim aos nossos interesses, ainda que diante das gigantes privadas que nos fazem mal, é a Rede Brasil, da Empresa Brasil de Comunicações (EBC), que veicula a sua programação por meio das emissoras de televisão parceiras da Rede Pública de Televisão. – A emissora tem como finalidade complementar e ampliar a oferta de conteúdo audiovisual, e oferecer uma programação com abordagem informativa, cultural, artística, científica e cidadã. (Da página da TV Brasil na Wikipédia.)
As redes de televisão privadas podem ter a programação que quiserem, independentemente do compromisso com o interesse nacional? É assim que tem sido em nosso Brasil, pois elas não têm sido fiscalizadas em nome de uma “liberdade de imprensa”, instituto surgido para defender a saúde e o interesse da população brasileira! Mas tal prerrogativa tem sido empregada para liberar o comércio sensacionalista, com o emprego da empáfia e do cinismo de âncoras e atores que se prestam a tais papéis, ainda que alguns deles vítimas, reféns como nós, mas ainda assim levam a nossa população pouco preparada a acreditar nas propostas que veiculam, porque fascinada pela tecnologia e crente na televisão, e assim a grande mídia despeja propaganda alienante e nociva o tempo todo em todos os lares, só preocupada em engordar os usurários dos seus patrões, que nos esfolam a todos implacavelmente.
Há o nome midiotia criado, ouvimos na mídia alternativa, nos blogs independentes[2], para citar os efeitos da televisão nos que a assistem e acreditam nela. Para dizer que são mantidos em nível adolescente de percepção e entendimento da realidade. – E a grande mídia tem servido à pregação do ódio contra o diferente. Ora, quem é igual a quem? Ela não é uma concessão pública para isso. Pode tal coisa continuar a nos acontecer? Não temos uma administração pública que atue em nosso interesse, a nossa governança, a quem pagamos regiamente para representar os nossos interesses?
É necessária pressão máxima junto aos parlamentares, que nós elegemos para tais funções de confiança, a quem pagamos tão bem, para que atendam ao inadiável interesse social do Brasil e regulamentem a mídia. A mídia não pode ficar sem regras e sem fiscalização para fazer o que quiser, muito menos para atentar contra nós, contra os nossos interesses nacionais. E que ajam rápido, imediatamente. Pressionemos em todos os foros e de todos os modos para isso!
A mídia precisa ser controlada pela sociedade para que atenda ao interesse público, para colaborar na formação da cidadania nacional. Só desse modo, ao ser devidamente acompanhada, fiscalizada, ela será finalmente impedida de propagandear os interesses partidários e privados, a serviço dos interesses internacionais do Império, como tem feito, enganosa e espuriamente, a prejuízo máximo do nosso País, e da nossa gente brasileira, para simploriamente, i.e., na cara-dura, nos trair vergonhosamente e assim encher os seus bolsos do dinheiro público e privado.
O sucesso da televisão em nosso País aliena a população, programa as mentalidades das pessoas o tempo todo para todo tipo de violência e corrupção. A televisão no Brasil bestializa a população, vulgariza a sexualidade e incentiva o comércio sexual simplório, ao expor os jovens nus em práticas sexuais promíscuas.
A situação gravíssima e absurda que a mídia nos impõe é agravada ainda mais pelo descaso com a educação pública que temos vivido em nosso País, que precisa ser tratada como prioridade máxima, ao invés de destruída, quer dizer, privatizada. Só a educação pública gratuita poderá forçar a democracia em nosso País, necessária para que todos os brasileiros tenhamos as mesmas condições essenciais de participar da vida nacional – alimento e educação, moradia e lazer, trabalho e saúde etc. – Temos recebido gente do mundo todo, que vem para cá por causa do nosso caráter aberto, solidário, além das nossas dimensões físicas continentais, mas muitos deles já se queixam da violência que encontram.
Só a educação real, física e psicológica, individual e social, que previna dos conflitos e da infelicidade do egoísmo equivocado, ao estimular o altruísmo solidário, pode resolver a situação de tanta gente sem-teto, sem-terra, sem-educação, sem-moradia, sem-comida, sem-lazer, sem-saúde, sem trabalho criativo, sem recursos de todo tipo... tantas coisas essenciais só disponíveis em nosso País para quem está locupletado, ou que se tenha de alguma maneira encostado no Estado. Não falamos aqui dos servidores públicos honestos, trabalhadores de fato. Mas dos tantos artificiosos que conseguem estar na folha de pagamento nacional sob os mais diversos artifícios. Temos vivido isso, enfim, por causa principalmente da usurpação e manipulação da comunicação nacional. E só a comunicação pública pode funcionar como fator preventivo de tal estupidez.
As televisões privadas no Brasil, de programação indolente e decepcionante, frívola e devassa, induzem o nosso povo e o nosso País ao fracasso, e nos conduzem à derrota, à ruína e à dor sem remédio. Como os bois que encaminham aos matadouros para regozijo da nossa insana crueldade e insolência monstruosa à natureza. É mais que hora de darmos um grande salto de qualidade, para deixarmos os costumes primitivos violentos e buscarmos na sutileza pacífica e amorosa o nosso caminho rumo ao infinito.
A mídia precisava já desde sempre ter sido regulamentada em nosso País, para não termos ficado como temos estado à mercê dos piores costumes, que ela capciosamente propagandeia. Manipulados como temos sido por esse poderosíssimo meio de comunicação, temos vivido a barbárie. Mas ela deve funcionar para o bem comum. – A luta para a regulamentação da mídia pode e deve ser acompanhada no www.intervozes.org.br.
[1] A exceção natural é a Revista Carta Capital, semanário de altíssima qualidade e responsabilidade cidadã.
[2] www.altamiroborges.blogspot.com.br é um deles, que oferece links para diversas outras mídias independentes, que oferecem por sua vez outros links para diversas outras mídias independentes da grande mídia privada, capitalista mundial.