FOI-SE FOICE: BRASÍLIA (S)EM CENSURA (2020)

26 DE OUTUBRO / 2020

Brasília sem censura

Sob os céus da capital, o Conic é um espelho – plano e pleno – do caráter da fauna humanizada do Planalto. As maiores notas políticas desd’os idos de Madame Pompadour no pré-furor das guilhotinas. Noticiários entontecidos pelo girar do carrossel dos cavalinhos com olhos de cifrões dardejantes, entontecidos pelas negociatas político-advocatícias, reeditando takes de ex-presidentes às voltas com tornozeleiras (em golpistas ou fake-golpistas). E fala-se de embaixatrizes, de meretrizes sem cerimônia. Fala-se das próximas candidaturas, com chafarizes de marketing exsudando policiais, pastores e apresentadores de tevê. Socorro! Vamos ter um treco!

A capital fatigada. O cinema deu à luz o alvará, o altar, deu à luz as luzes das igrejas – apagando cruzes e estrelas. O Conic tá morto. É mais uma ação devastadora dos "amarelos". O Teatro Nacional é o próprio caixão. No cortejo, orquestras, boleros, choros e chororôs. E sem Cine Ritz e Boate Dragão, os nababos de Brasília se divertem nas sextas-feiras goianas.

J. Pingo não está mais aqui. Estamos fodidos – privados do paladar dos vinhos e do peso das emoções. Sobraram-nos drogas baratas. Sem a Legião, sem o Capital, sobra a Plebe – Rude e Faminta.

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