Outra de Nixon: o Lennongate

Outra de Nixon: o Lennongate

O ex-presidente fez tudo para manter o ex-Beatle fora dos Estados Unidos

Jonathan Wiener classificou como "uma capanha sem tréguas do governo Nixon" contra o ex-Beatle. Professor ede história da Universidade da Califórnia, teve acesso à documentos secretos do (FBI (fortemente censurados) e do Departamento de Imigração (um pacote de 13kg.) que não só confirmam os esforços da administração Nixon para deportar Lennon, como dão detalhes estarrecedores sobre a intensidade e a amplitude da operação. Já em abril de 1970 o czar do FBI, J. Edgar Hoover, dera instruções para que Lennon e George Harrison fosse observados de perto em busca de "informação indicando que estão usando narcóticos". Em 1971, Lennon e o ativista Jerry Rubin reuniram 15 mil manifestantes numa passeata na Univeridade de Michigan. Não totalmente por acaso, a caça real a Lennon começou no mesmo ano do arrombamento e a invasão do escritório do Partido Democrata no Edifício Watergate. Em fevereiro de 1972, o senador republicano Strom Thurmond mandou uma nota ao secretário de Justiça, John Mitchell, denunciando que Lennon planejava uma grande manifestação durante a convenção do Partido Republicano em Miami, que apontaria Nixon como candidato à reeleição. Uma semana depois começavam os problemas de Lennon com a Imigração e, no início de março, ele recebia a recomendação de deixar o país.

Lennon não só contratou um advogado para defendê-lo, como lançou uma contra-ofensiva, num processo John Lennon vs. the United Sates. Entre os motivos arrolados pela Imigração para querer Lennon fora dos Estados Unidos havia uma acusação por porte de haxixe em 1968 na Inglaterra. Mas a razão principal, não declarada, era a oposição de John à guerra do Vietnã e sua carismática influência sobre a juventude americana, que desagradava cada vez mais os falcões de Washington. Entre os lances pitorescos desta longa batalha judicial - em meio à qual John e Yoko se separaram, de outubro de 1973 à primavera de 1975 - está o pedido de um perdão real feito por John Lennon a Elizabeth II referente à condenação de 68, pedido negado pela rainha; e também o fato de que até mesmo os discos de Lennon foram incluídos entre as provas de sua atividade subversiva, especialmente letras como esta: "No short-haired, yellow-bellied son of Trickey Dicky / Is gonna Mother Hubbard soft-soap me". Em outras palavras: "Nenhum destes reaças vai conseguir me amolecer".

Nixon renunciou em 1974, John Lennon foi assassinado em 1980. E, ironicamente, esta história exemplar da intolerância política volta aogra às manchetes por força desta peculiaridade da democracia norte-americana que, mesmo machucada em tempos de crise, permite depois que toda a verdade seja contada. (Roberto Muggiati in Manchete abr. / 1983).


 

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