REPRISES DE GLAUBER ROCHA!

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Depoimentos de Glauber Rocha
(Luis Mariani)
Curta-metragem.


Abecedário
(Manuel Carvalheiro)

Realizado em Paris a partir de depoimentos e reforçado por letreiros, o vídeo experimental, feito pelo diretor português, mostra um Glauber Rocha movimentando-se com dificuldade e respondendo às perguntas de forma lacônica, amarga: — Não precisa fazer filmes, está tudo nos livros. Eu só aceitei fazer este filme porque você é meu amigo. Sobre Eisenstein: — Se aburguesou, ficou tentado por Hollywood. De repente, pega uma bisnaga na mesa e fala que um camponês brasileiro não come nem aquilo. Sobre o psicanalista Jacques Lacan: — Qualquer pai-de-santo de terreiro no Brasil sabe mais do inconsciente do que Lacan. Irônico: Quem saca estas coisas de cinema é o Godard - que é suíço, entendeu?

 

Sintra is a beautiful place to die
(Patrick Bauchau)

Vídeo-documentário caseiro, 90 minutos com as últimas imagens de Glauber Rocha feito em abril ou maio de 1981, durante um almoço na sua casa.
Previsto para ser incluído no filme, O estado das coisas, de Wim Wenders, o vídeo acabou rejeitado na montagem.
Apesar da precariedade técnica, o ator belga Patrick Bauchau argumentou que tratava-se de um documentário histórico ao tentar vendê-lo inicialmente por quatro mil dólares a Antônio D’Avilla, representante da Embrafilme em Paris, que regateou durante um ano, até fechar a transação por 1.500 dólares.

Agora podemos conversar, podemos falar da morte. Diz Glauber no primeiro plano. (...) Sou suficientemente forte para sair dessa. Só tenho medo da morte estúpida, por exemplo, morrer assassinado. Mas morrer num processo revolucionário não é problema.(...) Meu psicanalista sempre fala que a minha doença não é física, mas sim uma multiplicidade de desejos. Meu corpo é partido como a Guernica de Picasso (...) O marxismo é uma filosofia anarquista, pois vem de uma sociedade sem Estado e sem classes. Eu sou anarquista e não monarquista, sou partidário de Orfeu e não de Narciso. Narciso é o fetiche da extrema direita. A vaidade é a grande razão de todos os crimes, de toda a brutalidade humana e da frivolidade. (...) Stálin foi genial. Foi justo. Ser contra Stálin é bobo. Toda a direita intelectual que se passa para a esquerda detesta Stálin. (...) Eu não gosto mais de movies. I move but I don’t like movies.

Glauber Rocha que aparece com um abajur o tempo todo além de afirmar Sintra is a beautiful place to die, para o visor da câmera, ao final segura a lâmpada do abajur e diz:
— Nick Ray is a gay decadent... Welles is the only genius!

 
Globo Repórter Glauber morto/vivo
(Eduardo Coutinho e José Cordeiro)

Excepcional homenagem e direção geral de Paulo Gil Soares, este especial é a matriz de várias imagens usadas em outros documentários. São depoimentos de Calazans Neto, imagens do colégio Dois de Julho, inauguração do Cine Glauber em Salvador com a presença de Antônio Carlos Magalhães, as excepcionais entrevistas e flashes informativos desde o óbito no Centro Médico Bambina à vigília e o enterro de Glauber Rocha, a dor e a emoção de dona Lúcia Rocha, imagens que fornecem um tom do que será Glauber, o filme de Silvio Tendler, que teve o áudio das fitas perdido;

 

Alvorada segundo Krysto
(Paloma Rocha e Raul Soares)

Realizado a partir de um poema do pai da diretora, é um vídeo modesto e próximo do documentário televisivo. No momento marcante dona Lúcia Rocha lê com força serena e maternal o poema que fez para a filha (Necy, oh, Anecy, me desculpe me perdoe/mas eu nunca te conheci. Gravado no Rio e em Brasília, o vídeo tem trechos de Terra em transe e A idade da terra e depoimentos de pessoas amigas (Caetano Veloso, Paulo Saraceni, Leon Hirszman, Mário Carneiro, Oliveira Bastos, Zelito Vianna). A leitura dos poemas e frases glauberianas ficou dividida entre intérpretes glauberianos como Geraldo Del Rey, Norma Benguell e Helena Ignez;


No tempo de Glauber
(Roque Araújo)

1986. Segundo o diretor, maquinista, eletricista, maquiador e colaborador de Glauber Rocha, o filme: — É uma tentativa de preservar a memória do genial diretor brasileiro, através não só de trechos de suas últimas criações, mas também recorrendo ao farto material documental que suas equipes registraram dele durante filmagens, especialmente quando da realização de A idade da terra.

"No tempo de Glauber", é a reconstrução de um filme inacabado de Glauber Rocha, "Krysto no terceiro mundo", o segundo capítulo de "A idade da terra". Roque Araújo deu continuidade ao trabalho do cineasta, montando as imagens já filmadas da peregrinação de Cristo pelo mundo, dos onze anos aos trinta e três anos, conforme a idéia inicial dele. Nas cenas filmadas de "Krysto no terceiro mundo" aparecem os atores diletos de Glauber Rocha, Maurício do Valle, interpretando John Brahms; Antônio Pitanga, no papel de Deus Negro; Jece Valadão, como Cristo índio, Norma Benguell, como Santa Madalena; João Ubaldo Ribeiro, como o Apóstolo; Tarcísio Meira, no papel de Cristo Imperador e Paula Gaetan, sua última mulher, como a Virgem Maria.
Roque Araújo mostra Glauber Rocha em plena atividade nos sets de filmagens: seu conflito com o diretor do Museu de Arte Sacra da Bahia, Valetim Calderõn; que proibiu as filmagens de "Krysto no terceiro mundo" no Museu, cenas de Glauber Rocha e Jece Valadão sambando em plena rua durante a festa da Boa Viagem, em Salvador, e a interdição das filmagens da procissão de Conceição da Praia pela Igreja Católica. Todas as explosões temperamentais do irrequieto diretor. Além das imagens, a voz de Glauber Rocha faz-se presente todo o tempo, seja recitando poemas, falando sobre política e sincretismo religioso, ou declamando textos de seus personagens em diversos filmes não realizados: Alexandre, o Grande; Napoleão Bonaparte; Hitler, e Júlio César. O filme tem ainda depoimento do jornalista e comentarista político Carlos Castello Branco (trechos inéditos que não aparecem em A idade da terra sobre os governos pós-64 e uma apresentação de atores de Brasília).

Também participam Ana Maria Magalhães, Danusa Leão, Geraldo Del Rey, Paloma Rocha, Gustavo Dahl, Tizuka Yamazaki, Othon Bastos, Emanuel Cavalcanti, Odette Lara, Jofre Soares e Rogério Duarte;

 

 L´homme aux cheveux bleus
(O homem de cabelos azuis)

(Sylvie Pierre e Georges Ulmann) 1989. 51 minutos reunindo diversos depoimentos de amigos do cineasta, Louis Marcorelles, Juliet Berto, Christina Altan, Pascal Bonitzer, Jaques Aumont, Jean Narboni e Sylvie Pierre.
A última lembrança que guardo dele é a de sua silhueta pesada sumindo na escuridão da escada dos Cahiers. (Jean Narboni).

  

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Fonte: ALMANAKITO DA ROSÁRIO

Que viva Glauber! 
(Aurélio Michiles)

Citação do inconcluso Que viva México! De Eisenstein por quem Glauber Rocha nutria imensa admiração. Aliás, a vinheta do documentário sobrepõe a imagem de Glauber Rocha a foto clássica de Serguei Eisenstein.
Que viva Glauber! Analisa a vida e a obra do cineasta baiano através de importantes depoimentos como o da arquiteta Lina Bo Bardi, dos cineastas Nelson Pereira dos Santos, Cacá Diegues e Arnaldo Jabor, do filósofo Sérgio Paulo Rouanet, do antropólogo e escritor Darcy Ribeiro, do produtor de tevê Walter Clark e do jornalista e biógrafo de Glauber Rocha, Zuenir Ventura. O vídeo funde depoimentos do cineasta com a história do país.
Dona Lúcia Rocha cedeu cópia da foto, Os Apóstolos a Aurélio Michiles, que a utilizou no documentário e inseriu imagens virtuais dos três cinemanovistas ausentes (Cacá Diegues, Arnaldo Jabor e David Neves) na foto de David Drew Zingg. O grupo dos oito apóstolos ganhou reforços;

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Glauber Rocha quando o cinema virou samba
(José Roberto Torero e Erica Bauer)

Em julho de 1995, o cineasta e escritor José Roberto Torero venceu o 11º Rio Cine Festival, ganhou as duas competições, de curta-metragem e de vídeo, respectivamente com Amor! e Glauber Rocha, quando o cinema virou samba.

O vídeo didático produzido pela secretaria da Educação de Minas, utiliza material do Tempo Glauber. Os 35 minutos trazem depoimentos fluentes de dona Lúcia Rocha, do escritor Jorge Amado, do cineasta Nelson Pereira dos Santos, do ator Othon Bastos e dos compositores Sérgio Ricardo, Gilberto Gil e Caetano Veloso, além de uma entrevista regravada com o própio homenageado;


A voz do morto
(Vítor Ângelo e Sérgio Zeigler)

Em 14 minutos de estética glaubíca, eles narram a vida e obra do cineasta.


À meia-noite com Glauber
(Ivan Cardoso)

Colorido. 35mm com 16 minutos, montagem de Francisco Moreira. Telecineclipe sobre a obra de Glauber Rocha, Hélio Oiticica, José Mojica Marins e Rogério Sganzerla em depoimentos tomados na década de 70, originalmente o título era À meia-luz com Glauber na zona proibida. A intenção de Ivan Cardoso inicialmente era realizar um média-metragem sobre o encontro de Glauber Rocha com Hélio Oiticica, no apartamento de Daniel Más, no Rio de Janeiro ao final de 1978. Ivan Cardoso, fotografou este encontro, que saiu como reportagem especial da revista Vogue, de janeiro de 1979.

Durante o desenrolar do processo Ivan Cardoso percebe que o documentário tem que ter Glauber Rocha como figura central e Hélio Oiticica como interlocutor de Glauber e do texto que Haroldo de Campos escreveu especialmente para os dois. Segundo o diretor:

— O filme se transformou num filme sobre a Estética da Fome somada a Estética da Vontade de Comer. Nesta vertente — Eu coloco o Mojica e o Sganzerla, especialmente. Por isto há imagens no meu curta também do Zé do Caixão e de O bandido da luz vermelha. O diretor também quis utilizar trechos do curta Di-Glauber, mas não pôde.

Quando dona Lúcia soube que tinha o Zé do Caixão e que não era exclusivo sobre Glauber Rocha, estrilou: — Deus me livre, não tem nada de Zé do Caixão. Se ele colocar Zé, eu tomo o filme e mato ele.

— Na verdade é um diálogo virtual com a experimentação no cinema. Ivan Cardoso. (...) Mais que engajado, Glauber foi amante da experimentação, seus filmes são trash, B. Os piores filmes brasileiros. Mas por serem os piores, são os melhores. (...) O lado desconhecido de Glauber o lado pop, trash, experimental, psicodélico.

"Fui a 40 festivais com 'À meia-noite com Glauber' e ganhei quatro prêmios, um no Brasil e três no exterior". (Ivan Cardoso).


A mãe
(Fernando Belens e Umbelino Brasil)

1998. Curta-metragem com depoimentos bem conduzidos de dona Lúcia, Wally Salomão e Luiz Carlos Barreto entre outros. O curta não esquece de Vitória da Conquista onde está o enorme esqueleto de uma construção que homenagearia Glauber Rocha, obra completamente abandonada, cercada de urubus. O monumento tornou-se, na visão de dona Lúcia, símbolo da indiferença do país em relação a um de seus maiores criadores. Dona Lúcia também voltou à casa onde viveu seus dias mais felizes.
Os autores pretendem remonta-lo num longa-metragem ou pelo menos num especial de 52 minutos para a tevê. Nessa montagem, Anecyr ganhará mais espaço. Há uma cena realizada em Milagres, que é maravilhosa. Um morador que acompanhou as filmagens de O dragão da maldade contra o santo guerreiro, reconhece dona Lúcia: — A senhora é mãe do Glauber! Me lembro bem, pois a senhora vinha trazer comida pra ele - e traz, para que dona Lúcia conheça, o neto dele, batizado com o nome de Glauber. Aí ele diz: — Ô Glauber, vem cá! O menino vem e conta que ganhou o nome por escolha do avô, em homenagem ao cineasta Glauber Rocha;


Lúcia trágika
(Miguel Oliveira)

O cineasta português Miguel Oliveira decidiu homenagear Glauber Rocha com um filme cuja protagonista e única atriz é dona Lúcia Rocha.
"Lúcia Trágika" é uma produção onde todos os elementos são postos numa relação esquemática e anacrônica.


Retratos brasileiros
Glauber Rocha
(produção Canal Brasil)

Visão íntima com aspecto visual limitado.


A terceira morte de Joaquim Bolívar
(Flávio Cândido)

Longa-metragem com narrativa estruturada em três momentos cruciais na história recente do país: o Golpe Militar de 1964; a Anistia, em 1979, e os globalizados dias de hoje. Glauber Rocha, é um dos personagens da segunda fase de A Terceira morte de Joaquim Bolívar. O cineasta Sérgio Santeiro representa Glauber Rocha no filme. O diretor do filme, Flávio Cândido avalia que:

— Naquele momento, a esquerda, sem ter em quem atirar, atirou num de nossos artistas mais criativos. E esclarece que não queria um ator que lembrasse Glauber Rocha por sua aparecia física, mas sim, uma pessoa que evocasse Glauber Rocha e, por extensão, o espírito de um cinema que desapareceu com a morte dele;


Vertigens: deus e o diabo no meio do redemoinho
(Lucila Meirelles)

Vídeo de seis minutos com fragmentos da obra de Glauber Rocha dialogando com paisagens vertiginosas do sertão de Guimarães Rosa;


Redescobrindo o Brasil
Glauber Rocha
(Maria Maia)

Documentário de uma hora da série Redescobrindo o Brasil, exibida pela TV Senado. Os depoimentos de Ferreira Gullar, dona Lúcia Rocha, do produtor Luis Carlos Barreto, dão fio a uma epifania burocrática. Há também depoimentos do diretor Vladimir Carvalho, do senador José Sarney, dos jornalistas Fernando Lemos e Severino Francisco, os mais lúcidos; da historiadora Berê Bahia, do ator Othon Bastos. Aparecem excelentes imagens históricas e cenas dos curtas Amazonas, Amazonas, Maranhão 66 e 1968, uma pequena imprecisão, Paulo Francis, não fez parte dos oito da glória na manifestação contra o Ato Institucional N.º 2. A voz em off de Ferreira Gullar, declamando seu poema O morto, encerra o documentário.


Céu em transe
(Ricardo Favilla)

Aos 18 anos registrou o funeral de Glauber em sua câmera Super-8. 
Durante a exibição em 1985, na competição de filmes em Super-8, no Festival de Gramado:  "Algumas pessoas ligadas ao Glauber souberam da projeção e quiseram apreendê-lo. Tiramos o curta de lá às pressas. Ele nunca mais foi exibido", conta Ricardo Favilla.


A degola fatal
(Clóvis Malinari)

Aos 26 anos fez outro curta do enterro de Glauber. Foram exibidos em raras e restritas ocasiões, antes de serem recolhidos aos arquivos particulares, principalmente por causa da reação da família Rocha contra.


Horizonte vertical
(Lula OLiveira)

16 m/m. Com negativos vencidos, é inspirado no curta "O Pátio".
 

Glauber o filme, Labirinto do Brasil

É o título do documentário caça-níqueis de 35mm do cineasta, Silvio Tendler. O documentário é arrematado por depoimentos de amigos e parentes e também registra a passagem de Glauber Rocha no Festival de Veneza. "Vocês querem um ditador? Que tal um Fellini, de preferência nu, na televisão?". Cena garimpada nos arquivos da RAI, a TV italiana."Estou trabalhando neste documentário há vinte anos. O documentário é uma área que está em expansão no mercado internacional, sobretudo no Brasil". (Silvio Tendler).

O Testamento da Rainha Louca
(Neville D'Almeida)

"Passei dez anos buscando financiamento para filmar 'O Testamento da Rainha Louca', mas a turma do Cinema Novo, as viúvas de Glauber e os canalhas que dominam o cinema brasileiro me boicotaram em todos os concursos". (Neville D'Almeida).

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