RELEMBRANDO A ATRIZ CARMEN SANTOS

 

SOB A LUZ DAS ESTRELAS: RELEMBRAR CARMEN SANTOS*

Ana Pessoa

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Foto/Fonte:  Desconcertos

Carmen Santos foi uma personalidade moldada pelo encontro do fascínio do cinema com as novas perspectivas sociais da mulher. Relembrar sua trajetória, 50 anos depois de sua morte, é comemorar uma peculiar contribuição feminina à cultura brasileira.

A trajetória de Carmen Santos (1904-1952) pode ser confundida com uma história de cinema: ao ser escolhida para protagonista de Urutau (1919), a pobre imigrante portuguesa Maria do Carmo escapa ao destino dos ateliês de costura e dos balcões dos magazines e, amparada pela paixão de um jovem empresário, se torna uma estrela de cinema, Carmen Santos. Contudo, ela não se ajustaria aos limites do papel de musa sedutora: assumiu as rédeas de sua carreira e engajou-se incansavelmente na construção de uma cinematografia nacional. Atuou diretamente na realização de seus filmes, escolhendo projetos, contratando diretores, produzindo, estrelando e dirigindo filmes e companhias.

CARMEN SANTOS ARGILA

Foto/Fonte: Adoro cinema

No percurso iniciado com Urutau (1919), de William Jansen, seguiu-se a realização de mais sete longa-metragens: Sangue mineiro (1929), de Humberto Mauro; Limite (1930), de Mário Peixoto; Onde a terra acaba (1933), de Otávio Gabus Mendes; mais três de Humberto Mauro - Favela dos meus amores (1935), Cidade mulher (1936), Argila (1942) -, e Inconfidência Mineira (1948), estrelado e dirigido por ela.

Sua história profissional foi composta de tropeços, fracassos e sucessos, mas qualquer revisão do seu papel na cinematografia nacional é sobretudo embaçada pela perda irremediável da maioria de seus filmes, dos quais, somente Sangue Mineiro (1929) Limite (1930), e Argila (1942) sobreviveram até os nossos dias. Eles serão exibidos nessa homenagem.

No entanto, a profundidade e a extensão de sua atuação podem ser avaliadas através da documentação deixada pela intensa publicidade com que cercou suas iniciativas, legado que serviu de base para a elaboração do livro Carmen Santos e o cinema dos anos 20, cujo lançamento integrará essa comemoração.

O livro reúne uma extensa documentação, fotografias e vários depoimentos de seus contemporâneos, para relatar a carreira de Carmen, seus impasses e motivações, desde sua estréia em Urutau (1919) à criação da Brasil Vita Filmes, em 1934, período do cinema silencioso brasileiro.

CARMEN SANTOS

Foto/Fonte: Mulheres do Cinema Brasileiro


* Texto para o programa "Carmen Santos", Homenagem a atriz, produtora e diretora Maria do Carmo Santos Gonçalves (Carmen Santos) por ocasião dos cinqüenta anos do seu falecimento. Centro Cultural São Paulo, de 10 a 15.12.2002.

 

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