CHARLIE IS MY DARLING (2021)

24 de agosto de 2021 –  Inquietude poética, algumas da maioria das telas de Iolovitch são fragmentos de almas torturadas ou pessoas que gostam de exibir a sua bela face. Sua última safra provoca estranheza pelo desconforto de que não a apreciamos como um carrinho de supermercado, cheio de marcas, como Warhol. É um traço desesperado que segue a dobra da tela. A tela não tem moldura, não tem registro fixo, então é possível entrar dentro do quadro e lá um festival de seres disformes. Uma tela que se destacou carregava gestos. Um homem olhava para as próprias palmas das maõs. Foi o suficiente para Altervir Batista apelidar a tela de PQP – realmente o homem bufava o compreensível PQP. Duas pessoas não pareceram concordar com a afirmação. Tava na cara que se tratava daquilo. Aí, eu disse, essa é a forma variada de se enxergar a arte.

–  "Era necessário, apesar do deserto, mostrar aos camelos a água que eles jamais poderiam beber". Água de beber para Iolovitch ou a seca cultural sempre foi assim. Foi o próprio pintor que me revelou que se sentiu prestigiado pelas palavras de Harry Laus, o crítico de arte, do JB. Por obra do destino salvei estas palavras.

– Não surto ser estrela, prefiro ser cometa quero ser o armaggedon. Também não curto documentários, eles aprisionam a imagem e nunca mais você se vê. Você fala, fala e depois a fala some. Os maiores divulgadores da minha carreira foram Rosângela, Retz e Zoreia. Desaparecidos em combate. Minha boca ficou ficou banguela, meu hálito ficou forte. Eles me gravam, me fotografam e nem me dão cópias. Nunca mais me vi. Gosto da homenagem de amigos: pô, vi você no documentário tal, no canal tal. Pô, vi o documentário e nem citaram você. O mundo é assim mesmo, o anonimato é doce. Ontem, quando a luz amarela do poste acendeu, me perfilei debaixo e fiz como que tomasse banho. Chamo isso de presepadas.

– Na terça agora, gravo minha ponta para o HACKACITY, acho que esse será rápido. Garanto que virão para que eu fale de Renato Russo, quando eu quero é falar do Grupo Presença do Guará 1. Renato Russo deve rir de mim: 'inventa alguma coisa, alguma coisa maluca'. O jornalista tendencioso perguntou? – Vocês eram amigos? Respondi que amigo, Manfredini Júnior já era conhecido na cidade, ele era como uma cadela no cio e nós matilha. No dia seguinte, a fala minha veio na íntegra. Renato Russo deve ter gargalhado. Ainda ouço, Renato Russo me dando instruções. "Esse manuscrito vai te ajudar na sua carreira de jornalista". Quando nos encontramos pela primeira vez em 1982, meu sonho era ser jornalista. Tati me levou ao Russo. Depois, eu na companhia de Ismael e Rogério, no Centro de Conveções, encontramos Renato Russo, eu pedi a ele que traduzisse os banners da química do Maharishhi do inglês para nós e foi o que ele fez. Depois em 1985, com minha namorada Célia, vimos o rosto transtornado de Renato Russo, ele estava pilhado pensando que ninguém da cidade viria para assistir ao seu show fenomenal, um dos maiores shows de rock que assistimos.

– Como jornalista. Ele é meio Sérgio Reis. Deve estar recebendo dinheiro. E, você que acreditou em Sérgio Reis. Eu ainda acredito no Roberto, o rei, ele ainda é subversivo.

– Eu ainda fico fascinado, suas palavras são colhidas e se transformam em domínio público. A migração deste texto foi rápida. E não invisto nos mecanismos de busca. Não é necessário. Vamos girar a bússola para o norte.

caras

– É do passado que virá o agora – Meus sócios foram Ricardo Muniz, Rolldão Rock Halen e Révero Frank. Importante salientar que foi Eli Soares que trouxe Rolldão e Révero: "estes caras podem tirar cópias". E foi assim que o zine rolou. O melhor é quando chegava a papelada e ficávamos intercalando as folhas. Depois em sua bicicleta Régis Rock saia distribuindo a nova edição. Que brutalmente varia no número de folhas, às vezes saia um tijolaço. Todos progrediram, Rolldão tem o próprio selo. Eu faço o mesmo que fazia há 39 anos atrás.Tudo devido à infindável sacrossanta paciência do meu pai. Ê quantas vezes meu pai me entregou uma carta ou pacote, ele me ligava: tem correspondência. Um dos endereços mais confiáveis do rock Brasília, foram centenas de carats trocadas, hoje algumas são históricas. E ainda querem fazer releituras d aminha correspondência com Arnaldo Baptista. Quem me conhece sabe o meu endereço e o número do telefone. Foram dias flamejantes de rock, de minha mãe, ouvi: "Como você conhece gente". E não há como não se influenciar por estes contatos. Eles me ensinaram que o mundo não era uma caixa de concreto. Pessoas passam por você.

– A publiartecidade é um canal aberto e transbordante de fatos e atrocidades e não pense ao contrário que não somos lidos

ALMOÇO NU

Capivara. A cerveja do peão

Paulo Iolovitch está com a mesma idade do meu pai, 85 anos. Pense num apetite feroz e também por tinta. É assim que ele se mantém.

Então, Rita Mangueira foi com essa cara que fui na cola do Renato Russo, era outubro de 1982. Com o passar do tempo vi que as pessoas eram incapazes de criar uma história, eram capazes de lê-las. Descartavam do texto, a única foto, o registro mais próximo de uma representação. As pessoas vão às galerias para ver retratos e telas. Eles veneram artistas pelo fato deles se tornarem ricos e preguiçosos. Como colecionador de memorabilia, eu tinha que entrar no turbilhão dos fatos e em primeira pessoa narrar e ser personagem e transmitir dados sobre objetos de culto. Pessoas tem mania de saber tocar e escrever. Pessoas tem mania de saber tudo. São várias as manias. Poucos desenvolvem o que fazem bem, de melhor. Outros não aprendem, não evoluem. Não é questão de rixa e sim de rito. De desmistificar, de mostrar que as pessoas normais também são importantes. Valorização já, eu vivo para desacreditar dos meus ídolos. Não os vejo como fortalezas, talvez só o Super-homem que tem momentos de fraqueza em várias páginas do gibi. Ídolos morrem gordos, de overdose, de álcool solitários. Se a vida não te ensinar isto você ficará como um camelô de coisas que individualmente são importantes. Este é o legado da arte e não uma parafrase que você remete como se Joseph Beuys fosse mais importante para você do que o par de óculos.

NEO-PSICODELISMO CANDANGO

Tínhamos 37 anos, eles tinham 27 anos. O ALÉM, um duo de guitarra e bateria que tinha sido 2/3 do Extremo, vinha tocando desde 1996. Quando os tirei do hangar. Guitarra flamejante acima da cabeça, solos de bateria de Nick Mason. Ten Years After. Longas suítes psicodélicas instrumentais. Vi boa parte disto. Tudo foi filmado.

Mamutes/Psicodélico Azul/ Farrapo Joe eram os shows e ensaios que eu ia ver.

No Conic, passou até o Tromba D’Água.

Pelo quintal começaram a ciscar Zezinho Blues. Superfície Animal. Todas as Tribos. A Bomba. Além. Terno Elétrico. Karniça. Submundo Stewart. Mákina Du Tempo. Edvar Ribeiro/Rockdrigo Terra. Constantes encontros e jams. Já inventávamos nomes de bandas. Karniça era trio pós-punk teve vídeo caseiro. ALÉM e Mákina Du Tempo conduziam jams (existe uma fita cassete de 30 minutos). Edvar Ribeiro e Rogério Duarte eram os pintores, os artistas dos traços das cordas das performances.

O CD-tributo a Arnaldo Baptista, saiu em OUTUBRO DE 1999.
Quero dizer que estávamos up! Mopho e Mákina Du Tempo eram nossas conexões com a Baratos Afins. Sérgio Dias iria produzir o discos deles e ainda vai!

Mais velhos éramos mais responsáveis e eles, jovens mais abertos. De São Paulo, vieram a Tap, tocaram no Garagem, big show. Flaming Salt e Efferversing Elephant tocaram na 508 Sul.

Então, a gota prateada evaporou devido à falta de público.

Cécé morreu no carnaval de 2001. Fiquei sem fazer som no caminhão até 2007. Quando Robson do Barbarella me ajudou a restabelecer o som. Um dos shows que mais gosto foi o primeiro do Terno Elétrico envolvendo em muito a amizade com Célio. E, eu feliz por não ter apresentado uma suite psicodélca e sim um rock básico como arroz com feijão. Aqueles foram os dias de fogo.

Em 2002, estávamos ainda impactados pela morte do Cécé. Foram 4 anos de magia: Zezinho Blues. Superfície Animal. Todas as Tribos. A Bomba. Além. Terno Elétrico. Karniça. Submundo Stewart. Mákina Du Tempo. Edvar Ribeiro/Rockdrigo Terra. Lu Blues. Gil Gilberto. Rogério Duarte. Nosso rol de artistas era tão único e muito diferente do que rolava nos palcos. O maior festival do Centro-Oeste ainda é o PORÃO DO ROCK, em 2001, fomos aos bastidores falar com o pessoal do Mopho. No ano seguinte, me deram uma credencial e eu filmei a Mákina Do Tempo. Acho muito difícil sair de casa para ver bandas punks e ainda ser barrado num festival de rock produzido pelo PT. E, eram os tipos de bandas que o Retz gostava tipo Canelas De Cachorro. Acho muito difícil, eu não ter ido à cúpula do PT soltar alguma blasfemia contra o tratamento de admissão. E, logo mais de Geraldo Magela, meu vizinho e eu cabo eleitoral dele (eu era da Cooperativa Habitacional do Recanto Das Emas, projeto de moradia do GDF, Vitorioso!). Você viajou na maionese. Nessa época, eu estava atolado em areia e cimento construindo a casa. Pensei que eu tinha sido vetado numa festinha particular. Num festival desse, acho que passei batido. Dou-lhe um toque, a primeira vez que falei com você foi quando Reinaldo falou para eu pegar o CPF com você. Se você tivesse me barrado, eu não teria ido falar com você sobre o CPF que não rolou para o site continuar. Foi muito fumo de rolo, mas a memória continua em dia.

– Desenferrujar a energia para compor cor movimento e som ao espetáculo. É o esforço de uma sintonia de soluções capazes. Roriz (o trio) gera uma energia vibrante, com músicas velhas conhecidas deles e muito pedaços delas coladas. Power rock, pois nunca vi power trio sem aparelhagem digna deste nome. Blavis tocou e cantou muito, a bateria bateu a fim de suar. Thomé deu um jeito no contrabaixo. Foi alto e bom o som devido ao teto de madeira que evita distorções. O pequeno Giannini amplificou forte. Janelas abertas para o céu, rock no talo das galhas e que a vizinhança e compradores de lote que se explodam. Fazer rock na segunda-feira é ótimo, nos ajuda a escapar das engrenagens famintas da semana.

CHARLIE IS MY DARLING

CHARLIEW

"Charlie eterno. Têm baterista que debulha, têm baterista que surra o instrumento, têm baterista malabarista, têm baterista atleta e têm o Charlie Watts." (Rolando Castello Junior)

Foi Paulo Iolovitch via fio que sumariamente me deixou sem fala, ao revelar que Charlie Watts estava à caminho do céu.

NÃO CONVIDEM ROD STEWART E CHARLIE WATTS PARA A MESMA BOATE

Na época, desta foto Charlie Watts veio ao Rio De Janeiro, enquanto Rod Stewart recebia as boa-vindas do porteiro da boate Hippo, o velho stone foi barrado com aquele chavão de porteiro. "Esse coroa se passando por gringo". Charlie Watts riu muito da situação era tudo o que ele almejava: o anonimato.

ROCK'N'ROLL

Se Paulo Iolovitch têm olhos de pintor, eu penso que tenho olho de repórter. Em conversas findas com meu pai, mantínhamos o otimismo, mas eu sentia o medo do meu pai. Com Iolovitch, ele carrega um ótimismo-pessimismo do tipo "faz 10 anos que peço para morrer" ou fique com "o Deus de todos". Nossa parceria atinge a maioridade dos 21 anos (2000) vamos pintar uma releitura de Magritte em uma tela circular fornecida por Claudenir Albuquerque. Outro tema a ser explorado será "Cara feia pra mim é fome". Estamos felizes por celebrar o grande pintor e humanista que é Iolovitch. Em nossas conversas, sempre falamos do otimismo contagiante com que Roberto Gicello dirige nossas palavras. Todo amor e atenção à Rita Mangueira.

– Prefiro ser uma aba ou uma orelha a ser escrita. Não penses que ando à ermo. No mínimo, 100 pessoas me lêem diariamente aqui em Facebook-Tecnicolor. O site #DoProprioBolso penetra em quem tem interesse. Posso dizer que sigo uma linha. Eu sei quanto eles cobram pelo trabalho deles de divulgadores e indiferentemente batem à porta do meu émail pedindo espaço e depois mandam os links para os artistas. Não faço como eles, eu poderia dialogar direto com o artista e atravessar o meio de campo. Sou indiferente. Minha carreira de comunicador nunca será como a do Chacrinha. Teve um episódio que eu armei a cama e dei o lençol, quando o programa foi ar cadê o meu nome? Teria sido legal ter sido associado ao maior selo independente do Brasil, mas não rolou. São mal agradecidos, eu prefiro ser um morto agradecido. Em outros programas de rádio, sempre que posso indico uma música e vez por outra ouço o meu nome, me faz feliz e quem faz isso é o prof. Aroldo. Hoje, foi um daqueles dias que entram para a galeria memorial, fui estrela, fui muito bem entrevistado com profissionalismo gritante da produção do projeto HACKACITY. Agradeço à galera por reconstituir reconstruir reconsiderar restabelecer e retificar a coerência da minha existência. Dileto parceiro Gicello, parece que aqueles textos nossos pra lá de Teerã, parecem que novamente serão impressos no jornal da cidade. Estou bem, estou feliz!

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