Sapatos (2021) Outra vez, a banda paulista Violeta De Outono nos prestigia enviando este novo CD fantástico

 fabioNobre Fábio, estou de queixo caído com o registro ao vivo da Violeta De Outono a tocar as canções de Syd Barrett gravadas com o Pink Floyd ou ainda solo. Segui ouvindo até ‘Jugband Blues’, senti um frio na espinha: ‘And what exactly is a dream / And what exactly is a joke’. Fico procurando decifrar as letras, recuperar as palavras que agora me soam com novo entendimento. A mente é capaz de editar um vídeo magistral. Minha memória monta um rápido filme com as (poucas) bandas que vi tocando a música de Barrett. Num clarão de fósforo, vejo a menina dos 60s dançando no ‘UFO’, cena de um documentário. Piso no ‘Garagem’, e vejo a rodopiar um jovem com um só braço. Lembro-me de gravações piratas ao vivo do Pink Floyd. É uma miríade de ilusões, visões e miragens. Me sinto como um espectador privilegiado de uma ópera, cuja música onírica penetra na alma. Sorrio com a inocência rediviva de Barrett. Do psicodelismo não se entende. Fica claro o esforço em coletar as palavras e organizar a homenagem à música do Pink Floyd com Barrett através da Violeta De Outono. Sempre serão vocês tocando. O ruído na música e suas conexões e ligações e variações. E de onde vieram muitas das ideias originais. É um disco muito enigmático. Com um toque artístico e pessoal. Nós nos orgulhamos  de vocês. Muito obrigado!

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Preciso encher o mundo com palavras. A volta do Roque, um marginal. Fiz e desfiz vários espetáculos musicais. Impregnados com forte presença e tato e ousadia. Costumo ser generoso comigo mesmo. Volto ao baluarte encantador da Lua, da rua. Abro o volume no amplificador mascado. Articulo vozes nos microfones velhos, porém desinfetados. Arma-se o grande círculo do rock'n'roll. Grandes artistas do tamanho de nós mesmos. Abraço em Hamilton Zen e Domício Chaves aquele que cujo sempre esqueço o nome, mas sei que é poeta de articulação visceral como as veias do corpo. É o blues da safena. Abraço a camiseta vermelha do amigo Silvio Duarte, um dos grandes que empunharam a guitarra para matar o dragão da maldade. Trago ainda, o menino Formiga para fazer um roque de quando tivemos a mesma idade que eles, décadas atrás. E aí virá a banda do Carlim que é superpopular supermaravilha tipo o imortal Gilberto Gil.
Um dos nossos mais febris beatlemaníacos, o Igor Amora virá canjar. Não faltará emoção e malucos. Aqueles que sabem do que uma festa precisa. Uma festa que precisa ser arcada. Se você compartilha e já esteve entre nós, por favor entre!

No ato de escriba de rock, completo 40 anos. Como colecionador são 47 anos com a perspectiva para 2022. Agora realizamos uma feira de música semestral (toca quem quiser). Estou montando o último trio: convidei O Blavis para tocar a guitarra com o Célio e o Tiago. Este será o rock mais bandoleiro. Mais divertido. Faremos um show de abertura diferente de tudo o que fizemos. Tenho medo de as bandas atrasarem e a cerveja acabar. Talvez a gente compre a cerveja quando as bandas chegarem. Eu sabia que um dia seria semestral e também sei que chegará a hora que será uma feira anual. Modelos anteriores mostram essa evolução. Não compartilho do otimismo e da dinâmica dos promotores, acho um pé no saco. Não estamos no mesmo barco, eu não sou promotor de nada, não sou empresário. Escrevo sobre rock. Nunca explicam de onde sairá o recurso para tantas viagens. São uma agência.

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Estive com Moraes, e eram blues lentos ou gritados. Que faziam as pessoas repetirem: – Me dá um cigarro. O repertório eram convictos blues que fizeram as cabeças dos Stones, quando Brian Jones era o menino dourado. Um trio de blues que toca AC/CD ou será os australianos que tocam blues tnt? A voz Rafael Moraes é diferente, é linda pensei que ele poderia cantar coisas de Young Rascals ou Jefferson Airplane. De repente, eles atacaram uma canção do Donovan! Eu gosto daquelas letras de cruzar o país dentro de um vagão de trem. Gosto de “Rock Me Baby”. Rafael pedalava muito num pedalzinho que eu não consegui perguntar o nome. Duas horas ou mais depois de show com duas bandas Rafael continuava em dia. Já mais próximos, estavam Diego e Célio. O baixista nos enganou, disse que iriam começar psicodelicamente, o que não aconteceu, ficou devendo. Me causa espasmos e relaxamento ver Os Moraes Brothers tocando. De perfil, só dá para ver as mãos grandes do Célio naquele grande contrabaixo Fender, deslizando os dedos calejados, descendo vias que são escalas, pontos graves. Na bateria, as conduções e o trabalho de pratos nas horas certas. Levam a perguntar como é que atinge essa técnica? Explosivo. Eles em três homens resolvem o show sem deixar dúvidas. É uma coisa muito simples e cruel ser um dos Moraes Brothers. O Barba Garage é uma oficina mecânica na QE 40, Guará 2 que abriu o seu espaço para celebrar um aniversário (acho que era isso). Fomos bem recebidos. A tarde foi ótima, foi de blues, de cerveja.

timade

Eu acho que hoje é aniversário do diretor de bateria do grêmio DO PRÓPRIO BOL$O. É Tiago Rabelo que segura as baquetas aqui em casa. Aquele menino grande, o Célio De Moraes, ontem disse que queria tocar com o Rabelo, no dia 27. Franzi a testa, do tipo é com vocês. Hoje, o Rabelo estará na nossa cidade tocando lá pelo lado do Guará 1.

Ih, houveram muitos dias divertidos, me lembro agora de duas ocasiões uma com Irmão Victor e outra com Edu K que foram divertidas. Não basta ser técnico e profissional tem que ser divertido. Em algum momento estaremos com Júlio Junk, Azenha e Alexandre e Tiago dirá: um time de loucos. É isso que nós somos. Forte abraço, Tiago (ainda desconfio que hoje é o seu aniversário).

Estou enroladaço, isto significa que tenho que manter a sanidade. Ocupado! Querido Zé não terei como ir à sua casa pegar os livros. Venha no dia 27 e os traga. Neste domingo, preciso ir ao mercado e comprar carne para 3 dias. Imagine que estou numa batalha de exames médicos e preciso de uma dieta com leite, manteiga e batata. Acho que vou vencer, acho que estou ótimo. Roberto Gicello está na cidade e eu ainda não sei como eu irei vê-lo. Black Rainbow toca hoje no Guará e eu acho que será que horas? Fora isso contas e contas e contas que fazemos. Despesas. Mas nem por isso deixamos de procurar pela cerveja mais barata. Estou ocupadíssimo em meio ao festival de 40 Anos pela frente e nenhum tostão. Então, se eu sumi, foi porque eu precisei dar descarga no mundo. E ainda mexendo com obra. Rock me baby. Vamos almoçar com mamãe.

Para mim é mistério

"É um longo caminho ao topo se você quer rock".

Na última linha: "É um longo caminho, tão longo". É o que a banda canta.

Em travessia recente, eu procuro pelo cálice da humildade. Se não for com humildade, não terá valor. É claro que eu e muitos tentamos ser pessoas melhores e mais justas. Isto é muito difícil para mim e para vários. Meu senso de autopreservação é elevado. Não converso com estranhos, tenho horror a conhecer gente nova. Evito fazer amizades. Não abro bandeiras. Não sou militante da verdade. Ainda não fujo de debates elaborados ou acalorados. E pergunto, vale a pena ver de novo? – Não. Quero ir ao bar e dar uma beiçada e tiau. No bar, tenho conhecido gente jovem e por educação troco uma ideia, sem revelar o que penso ou o que sonho etc. Uma vez saiu no Correio Braziliense que no Guará, eu era uma celebridade. É claro que antes de rir, eu gostei. Mas o que eu curto é ir ao supermercado e ser reconhecido. Como todas aquelas pessoas que vão ali para comprar biscoitos ou um quilo de alguma coisa ou sabão. Para mim é o ápice da normalidade almejada. Ontem, domingo foi a tradicional saída de fim de ano com os meus amigos remanescentes do Guará, os primeiros que fiz aqui no ano de 1978. Fomos ao rock, e lá na QI 1, terra do Zeca Ribeiro. Logo encontramos um grupo da mesma idade. Adão foi simpático, fez acrobacias e dançou. Fez chamadas ao vivo aquelas que transmitem imagens. Libertos pela cerveja durante a apresentação da Faces Do Caos - fizemos uma selfie despudorada. Esta eu queria ver. O show da Black Rainbow teve uma sincronia, Tiago segurou um pouco para que chegássemos às 18 horas. E o show começou bem na hora que pulei no meio da muvuca. Foi o show punk deles, foi na esquina do lado de fora. O som estava bom. A banda foi auxiliada pela chuva que deu trégua. E estávamos juntos hasteando os punhos como naqueles dias de 1978, no mesmo lugar e com os sobreviventes. Tinha gente jovem, tinha o nosso público. Um desses amigos primevos costumam tirar onda comigo, ele diz que eu sou o cara mais otário que ele conhece. Sei que é uma provocação e que não posso sair do sério. Com o outro amigo, o Zé, eu pergunto:
– E, se formos embora, ele ainda vai falar conosco?
– Te aquieta, Emília.

Juju, agora uma paraibana arretada vem na minha direção para dar um longo abraço de partir costelas. Estamos com Júlio Junk. Aperto algumas mãos ao longo do show. A banda está coesa, lutando. O povo está gostando, eu tenho que explicar a diferença entre cover e tributo. Estou de boa. Cerveja gelada. Carros param abrem a janela para nos cumprimentar. Mais gente me abraça. Recebo beijos de todos os sexos. Dou um longo abraço no Bolacha. Conheci a Ivanete que logo de partida falou em falar sobre o dia 27, no seu programa de rádio. – Nem pensar. Arriscamos ir embora uma dúzia de vezes e fomos e retornamos. Meu amigo fica de cara:
– Você é influente.
Eu estou na minha. Não pense que eu cheguei ao topo. Fui tratado como um mecenas. Ainda apartamos uma briguinha que era para acalmar os nervos. Então, aconteceu esta coisa:
– Martines veio em minha direção e falou:
– Você nem se lembra de mim?
Respondi – Da Ocidental?
Ele, – Nunca fui lá.
– Fui na sua casa com o Rolldão e você me tratou mal!

– Velho eu não posso me responsabilizar por um dia em 1984, eu morava com meus pais, haviam pressões. Você pode ter sido um pé no saco. O que me entristecia era que ele estava com os olhos marejados e ainda disse:
– Você nem aceitou o meu pedido de amizade no Facebook.

O convidei para tocar na minha casa, coisa que ele não aceitou. Mas foi um princípio de diálogo: eu lhe ofereço as mais sinceras desculpas. Foi o dia mais humano da minha na corrida ao cálice da humildade. Depois dos shows, com outras pessoas confabulamos, sonhamos, lutamos. Como os produtores são atores: – Banda punk está parecendo banda de progressivo. (No quesito de afinar instrumentos). Rimos. Recolhi o par de velhos amigos e os deixei em casa. Foi uma noite iluminada.

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Na selfie de Rogério Soff, os 3 amigos aprecem ao fundo

Juliana foi em casa pegar a Sophia. Ela ainda não sabe se mora ali no conjunto M ou K, sei lá. Apareceu na minha frente com o cabelo claro pelo uso da água oxigenada. Veio com o seu filho Pedro, que parecia ser jogador do Flamengo. Ele tinha o cabelo da mesma cor. Meus amigos perguntaram quem é ele? – Poeta-rapper, sabe essas ondas de ponte aérea. Sophia é a irmã do meio do Pedro e do Ernesto, filhos da Juliana Krause e do Regis. Sophia por incrível que pareça sempre me pega com um cigarro no bico. Rapidamente escondido. Sophia foi risonha, amorosa. Fiquei feliz. E Sophia fez Tiago ainda mais feliz com o abraço que ela lhe deu.

Invasão 
Ontem, na companhia de 2 senhores quase idosos, porém idôneos. Um destes moleques encostado em um carro alheio, mostrou o dedo médio para eles (não para mim, eu não o conhecia) dei-lhe as costas. Não sei se ele deu o dedo porque se sentia como uma atração, se achava bonito e no direito ou era da força policial que emprega o joelho no pescoço das pessoas. Então, como eu sei que começam os conflitos, ‘sartei fora’. O moleque foi para a roda de pogo, muito rápido, ele recebeu um encontrão e bateu o cocuruto no asfalto, caiu como manga madura. A galera o socorreu, porém uma outra perguntou – Saiu de casa pra quê?

Hoje é para relaxar. Preocupações enlouquecem são do tipo terei deixado o cartão de ponto junto com o de saque no carro? Trocar a lâmpada queimada do farol etc. Quase amanhecendo, sonhei que estava numa casa que não era a minha e que tinha até estacionado na garagem. Levantei apressado, tenho que evadir.

Rock'n'roll e a fama 
A vida, a tal da arte, regula o preço da sua arroba. Sou inusitado e esfuziante. Entre amigos, me solto como cordão do sapato e dou cambalhotas. Sou o bobo da corte. Talvez seja isso ou não... Entre amigos, ajudo a colocar lenha na fogueira. Uma das coisas importantes são os amigos e aceitar os seus defeitos de fabricação. Tipo, o Hely que me ligou cinco para as 8, para dizer que os óculos de Sol ficaram no banco de trás. Eu estava no trabalho com uma hora de café no bucho. Fui professor, contrato temporário por um semestre e nem inclui este tempo na averbação. Vi que ali não tinha nada de ribalta, só responsabilidade e piquei a mula. Tenho 32 anos ininterruptos de macacadas e presepadas no serviço nosso de cada dia. Fiquei mais sofisticado e velhaco, é o que eu penso. O crucial é fazer a pessoa entende ro que eu estou dizendo. Nunca deitei na cama da tal fama. Poderia ter seguidores, me cobram presença no Instagram, programas no Youtube. Parece que eles nem sabem que faço site em formato de blogger. Respondo que não tenho tempo para isto e que quero viver. Acho que faz cinco anos que decidi me livrar de ter as coisas e de viver para elas. E ficar fazendo show de roque que está com nada. O mundo vira a vida de cabeça para baixo e agora posso estar no polo de modas, na querida 40, onde novamente na noite de sábado mataram pessoas a facadas.

Então o guri jogou na minha cara que eu era uma fraude do rock'n'roll. Eu amei, eu queria rir.
– Como você descobriu?

Estão armando um documentário sobre a minha pessoa. Vão escrever um roteiro para VOCÊ CONHECE O MARIO? QUE MÁRIO? Eu disse ao diretor que queria que entrevistassem os desafetos. Que marcassem uma entrevista e na hora H, perguntassem – Você conhece o Mário, o que ele significa para você? Pois é, diretor este guri que cuspiu em mim tem que estar no filme. Eu quero algo desregrado como a vida de Bukowski. Nesses documentários de um minuto que fizemos com a minha filha. Falta o último episódio e eu vou chamar a Ana para concluir. Eles desconhecem que temos em casa uma profissional de imagem formada pela UnB!

 

 

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