quando se foi adolescente em Brasília (1982)

6c87ddae-034f-4981-9b30-0457d822e607 quando se foi adolescente em 1982, um dos atos da maioridade, foi ir ao lambe-lambe para usar terno no 3x4 e estampar a foto na reservista e então, tirar a carteira de trabalho. Sabe-se Deus, como e quando a carteira seria assinada. Pra quem sem futuro imediato, as opções eram procurar alguma coisa pra fazer no Parkshopping, no Carrefour ou na Viplan ou tentar o serviço público, na área governamental. Nisso gastou-se um ano e já é 1983.

 Os espertos, estudavam desde anos anteriores. Culturalmente a onda era deixar o cabelo crescer e cair na new wave, até os Stones e Paul McCartney embarcaram nessa, mas isso vinha desde o ano de 1980. Em 1982, tínhamos que nos reiventar, era tudo ou nada para os decididos, os corajosos, assim como fora com outras bandas nos 60s ou 70s

 AINDA DO PRÓPRIO BOL$O, ÀS VÉSPERA DOS 40 ANOS

 Artefatos, me colecionam

 Quando se é adolescente, a datação mais importante é a antecipação de um documento para assisitir a filmes como O ÚLTIMO TANGO EM PARIS ou IMPÉRIO DOS SENTIDOS.

 Depois da maioridade, o que vem passa a ser prefixos como o de 40 ANOS DEPOIS DO PRÓPRIO BOL$O
 40 ANOS. É MUITO TEMPO é mais tempo de carreira do que muita coisa importante ou superflua para a cultura de massa
Do Próprio Bol$o foi um pretexto, uma alegação, uma desculpa para a falta do que fazer. Eram tempos áridos, de meias solas furadas. Eu tinha que arrumar um emprego, queimei minha última oportunidade como estágiário em um banco estatal.
O que sabíamos, o que acompanhávamos era distorcido e traduzido, fincado na euforia na memória em culto aos Beatles. Escavávamos lojas de quinquilharias à procura de revistas passadas. E logramos êxitos.
   DESEMPREGADO E SEM INSTRUÇÃO DE FUTURO

Eu tinha que arrumar um emprego, queimei minha última oportunidade como estágiário em um banco estatal

  O fanzine trocava cartas, informações e confissões. Uma especie de empurrão necessário para graçar a coisa mais valiosa naqueles idos, os LPs. Abandonei os gibis de super-heróis pelos LPs dos Beatles. Os detalhes da ambição, conseguir, conseguir e conseguir...

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Em 1982, rebolávamos para conseguir discos promocionais como este, as amadas bandas estavam no auge

O INÍCIO LETAL

No fanzine fotocopiado não existiam colunas, revisão ou patrocínio ou assinaturas. Nunca se adaptaria ou seria visionário. Um retroagista, retroativista. Voo com o nome de Jornal Do Rock, recebíamos telefonemas de colaboradores interessados em resenhar discos para o veículo. O problema era onde será que estavam os LPs? Nunca nos relacionamos com gravadoras. O bizarro do marginal. Tínhamos credibilidade e conforme a roda gira deixamos de ser uma edição trimestral para quando pintassem o papel e os selos. As pessoas envelheceram e perderam a inciativa de acompanhar o fanzine.
O fanzine chegou à TV, ao jornal e nas revistas especializadas. Com o fanzine, aprendi e ainda tento minimizar a ideia de prejuízo. Deles (dos fanzines) nasceram livros, CD e um site para falar exclusivamente sobre o processo da dedicação do fã, da acumulação de desvarios. E tão somente dele. De uma glória passada?

PRESENTE
40 anos depois, estou viúvo e não tenho mais o meu pai. Na escala bucólica, fomos feridos, na progressão da urbanidade. A atual previsão é manter 2% da área que outrora tivemos.

Do mesmo jeito, as coisas perduram e andam. É  jogo duro como uma gargalhada repetida. Nada de pacote. Uma caixa de pandora aberta para soltar as amarguras. Os conflitos sociais, políticos, financeiros, existenciais e harmoniosos.

Entendemos que os heróis chegaram onde poderiam: ainda não sou bom o suficiente para escrever o livro de memórias que quero. Ainda tosco, após todos estes anos.

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