BONECO GIGANTE DO PEZÃO DANÇA FREVO (2022)

convite gigante

'VER, OUVIR E DANÇAR FREVO' HOMENAGEIA PEZÃO

19 DE FEVEREIRO DE 2022

EPITÁFIO

Melhores dias para trabalhar são as sextas-feiras. Para orgulho do meu pai, eu ainda trabalho todos os dias. Quero dar adeus ao mundo no corredor do GDF e ser retirado no caixote de alumínio do rabecão. Todo fim de semana, repito, Espero não voltar nunca mais. Quero férias permanentes. Os vigilantes se acostumaram com estes vaticínios. Para mim é uma prisão que passamos a aceitar. Tenho emprego, tenho grana. Pago as dívidas. Ando na linha. Tem certos dias que quero começar o dia abrindo uma garrafa não a de café. Há momentos que quero ficar na cama acariciando o pau. Tenho créditos demais, nunca falto, só quando tomo vacina. Mas irei, pois eles vão faltar, sabendo que eu estarei lá. Entregando as autorizações. Este emprego não é de todo ruim. Tem PC, café e TV. E posso dar uma volta pela cidade no carro da frota. Os amigos do serviço me entendem melhor do que os de fora da bolha. Há mais respeito e solidariedade. Depois de 3 décadas estamos mais coligados no presente e no futuro. São minha família. Eu tinha 25, quando conheci Pezão no Conic. Ele foi um dos primeiros da turma do Conic. Logo de cara eu e a minha turma jovial de maconheiros do rock, gostamos dele. Pezão era um ícone da controvérsia. Acho que foi ele que popularizou a expressão de chamar as pessoas por Zé Buceta.

SEXTOU!

Aparecia ao Conic, lá pelas 10 horas, quando os primeiros botecos abriam. Ao meio-dia, degustava-se um guisado de feijões-pretos com vários tipos de carne de porco e de boi. E servida com farofa. Alguém oferecia a feijoada ao orixá Ogum. E, tome caipirinhas. Depois tirávamos um cochilo no Ritz. Perto das cinco, defumávamos um baseado no gramado frente ao Hotel Nacional. Iríamos a uma excelente festa do sindicato. Lá eles dançariam forró e em algumas sextas rolava blues ou tributo aos Beatles. Tínhamos uma mesa cativa. E assim viramos várias noites (não havia ônibus). Chegava no sábado com os tênis sujos de barro. Naquele boteco da esquina. Traiçoeiramente agrediram Pezão pelas costas. Infelizmente, na queda Pezão bateu o supercílio no canto de uma mesa de metal. E o sangue jorrou escorrendo pela camisa branca. De desenhos rendados. Pezão foi resguardado pela também saudosa Ivone. Ele falou a noite toda em vingança, em matar... Os dois irmãos eram garçons e a estratégia deles era que um enquanto tirava a atenção, o outro vinha por trás e aplicava uma castanha na cabeça. Depois da briga, um deles sumia por uma semana. A briga com Pezão ficou barata, pois ele era capoeirista, só que estava grogue. Nunca mais voltamos a beber ali. Ele morreu em DEZEMBRO DE 2003, foi um dos Natais mais chuvosos e tristes do Conic. Pezão morreu como aventureiro, como Kerouac na estrada. A ideia da morte precoce não colou, muitos anos passados, as pessoas não acreditavam que ele morrera. Pezão venceu a morte. Passados quase 20 anos de sua morte. Ele será reverenciado na Ceilândia, neste fim de semana. Estaremos lá ou o que restou daquelas noites viradas.

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