A Mesa do Sandro – Paulicéia 113 Sul

12 de maio de 2025 - Foi uma noite no mínimo culturalmente diversa. A mesa do Sandro reuniu amigos distintos que, mesmo demorando a se encontrar, sempre retomam o fio da amizade com naturalidade.

Conhecia, claro, o Sandro – parceiro de jornada e aniversariante da vez – e também o Valdir, sentado à minha esquerda. Mas foi conversando com Delmo Arguelhes, logo ao lado, que me vi envolvido num papo inspirador sobre quadrinhos. Delmo é autor e roteirista da HQ Gloom, cuja trama gira em torno da perda de si mesmo – e isso bastou para puxar o fio da memória de volta aos quadrinhos do fim dos anos 80, quando as graphic novels começaram a desembarcar por aqui.

A conversa mergulhou em Metal Hurlant, Moebius e também no universo de Harvey Pekar, criador do anti-herói americano por excelência. Falamos de tudo um pouco: política, arte, passado, presente – e, acima de tudo, celebramos a vida.

Sandro esteve cercado o tempo todo. Cercado de amigos, de conversas, de histórias. Sem bolo, mas com presença. E que presença.

A Arte do Revival

A arte do revival tem me envolvido como uma nuvem púrpura. Voltei a ouvir canções da safra de 1988 com uma qualidade absurda — não apenas sonora, mas emocional. Resgato pedaços de ingressos, fragmentos de falas, ecos de conversas antigas. Tudo aponta para mais um livro de memórias. E, dessa vez, espero que ele saia do jeito que planejamos.
Não me importo mais com a formalidade de "fazer um livro". Jogo tudo no digital. Sou cronista de fanpage e de site, e isso me basta. Já não me aclamo como algo além disso. Talvez, por isso mesmo, eu seja exatamente o que sou: memória viva de uma geração que ainda pulsa.
E o passado? Voltou, sim. Mas com a cara de hoje — com muitos quilos a mais, cabelos brancos, e uma sapiência que não se aprende na pressa. É um belo trecho desse novo capítulo, o do agora.
Nessa viagem, tem lugar para o Anísio, o Cris, o Ely, o Zé, o Joel... e, claro, ainda há espaço para você.