CHELSEA HOTEL: O NINHO DE AMOR E DROGAS DE MUITOS ARTISTAS ESTÁ À VENDA (2010)
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Novembro 2010 - A história de amor de Leonard Cohen e Janis Joplin teve como cenário o Hotel Chelsea, em Nova Iorque, que agora se encontra à venda e corre o risco de fechar portas, segundo anúncio publicado esta semana no jornal The Wall Street Journal.
Este é um hotel que encerra muitas memórias. Estávamos em pleno período explosivo da beat generation e no Hotel Chelsea cruzavam-se músicos, actores, artistas e boémios que hoje são referências culturais incontornáveis. Lembra-se da música «Chelsea Hotel #2»? Tal como Leonard Cohen, que assina aqui um poema de amor à sua amante Janis, não faltam referências nos trabalhos e na vida de outros artistas.
Quando recuamos no tempo, não cessam as referências a este hotel surgido em 1811 e que até 1884 foi o edifício mais alto de Nova Iorque. Recuamos até ao tempo de Mark Twain, que viveu num dos quartos de Chelsea durante anos. O mesmo fizeram mais tarde outros escritores como Thomas Wolfe (ele escreveu lá o romance «You Can`t Go Home») e Arthur Miller, que ali se inspirou durante seis anos no seu quarto com vista para um mundo novo. Miller descreveu-o assim: «Este hotel não pertence à América. Não existem aspiradores, regras ou vergonha... é o ponto mais elevado do surrealismo».
Bob Dylan chegou a viver em várias suites durante os anos 60. Mas também Jim Morrison, Nico e, mais recentemente, Patti Smith passaram por lá. Foi também neste hotel que Jon Bon Jovi se inspirou para a música e videoclip de «Chelsea At Midnight». Também Sid Vicious, Robert Mapplethorpe e outros nomes ligados a Andy Warhol conheceram bem os seus corredores.
O Chelsea Hotel era uma espécie de íman para mentes sobredotadas que se manifestavam nas artes, mas que durante algum tempo também não dispensavam as drug parties que ali organizavam.
Actualmente o hotel tem sinais de «Proibido Fumar», mas colecciona toda a história do seu passado. A necessidade de obras profundas de modernização levou os seus proprietários, as três famílias húngaras que o detém desde 1946, à publicação do anúncio de venda. Quem não viveu nos Chelsea ainda vai a tempo.