Até Os filhos de Mãe Joana tem de ir à luta

 cdjoana

Faixas
01. "Et Brasileiro" / 02. "Um Dia de Cada Vez" / 03. "Blues de Brasília" / 04. "Saída" / 05. "Carta ao Sr. Ministro" / 06. "Burocrata da Vida" / 07. "Voltando pra Casa"

Produzido por Filhos de Mãe Joana no Maverick Studio

www.filhosdamae.com.br

 

Até Os filhos de Mãe Joana tem de ir à luta

por Mário Pazcheco

 

 

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À esquerda o guitarrista Pedro Carpinetti  que saiu da banda e voltou para São Paulo (as guitarras gravadas são dele). O terceiro homem é Marcelo Machado, o baterista e ao lado dele, o Guga, contrabaixista da primeira formação da banda, eu vestindo a camiseta do Bozo (Marcelo Turko)

Vamos de mais uma dose de rock Brasília ou seja política com bom humor e contestação existencial.

Geralmente, CDs com sete músicas são resumos de óperas cotidianas dos 7 pecados capitais.

Você até pode pensar que os Filhos de Mãe Joana tem que ralar mas sempre com uma única exigência: sem pressão e assim foi gravado, mas a pressão para materializar o CD não pode ser evitada. Todo o trabalho foi custeado pelo bol$o deles.

Assim o vocalista Marcelo Turko, guitarras, vozes e composições mais os três integrantes gravaram este CD de estreia com sete temas coletados nas gavetas e demos do repertório de Turko.

A irônia é um fino ingrediente. O universo do Filme B está na faixa de abertura, "ET Brasileiro" nos mostra que os alienígenas querem regressar para o seu planeta ou integrar uma banda de rock no Planalto. Xaxado, baião e guitarra nesta crônica mineira de "causo" espacial do ET de Varginha.

A faixa seguinte "Um Dia de Cada Vez" é como dirigir despreocupadamente pela orla na manhã de uma sexta-feira que promete: "Como é bom viver / Se preocupar com a sorte e com você / Como é fácil rir / sorrir pra alguém também / Ir ao cinema para variar e (...) namorar". Somos todos ouvintes atenciosos neste dia iluminado de glória porém atrasados para o trabalho. "Um Dia de Cada Vez" é o som mais legal e me fez correr para casa e curtir Walls and Bridges.

Ao invés de raivoso, o discurso no "Blues de Brasília"  é bonachão: "O dólar na cueca / o euro na meia e a coca com aveia". A boa gaita de boca poderia render uma harmonia vocal com mais vozes.

Uma superbalada autoral como uma onda radiofônica invadindo o ouvido num prefixo de guitarra dedilhada ou notas pelas pontas dos dedos reflete: "Viver é melhor do que sonhar / (...) Só sei que nada me faz bem / Só sei que tudo é tão pouco pra mim / Me faz rir / Me faz fugir daqui" estes são versos de "Saída"  outro bom momento deste CD repleto de afirmativas.

Depois das teclas "Carta ao Sr. Ministro" começa com uma variação forte do ritmo de Ravel, a guitarra num cromatismo embriagado escorrega pela garganta esvaziando a garrafa. Balanços entre o descaso e a hipocrisisa. Um riff pegajoso preocupado com o Brasil e suas idas à beira do precípicio.

A agitada "Burocracia da Vida" é o legado e o réquiem de quem escolheu fazer o que quiser e dar na teia: "Crescer sozinho é ingenuidade".

O CD dos Filhos de Mãe Joana magistralmente encerra-se com "Voltando Para Casa". O verso "Às vezes a minha fome é capaz de matar"  e os demais fazem me olhar no espelho e eu agradeço a você Marcelo Turko por não me sentir derrotado nesta sexta-feira.

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 A banda atual
Osmar Oliveira (contrabaixo), Batata (novo guitarrista), Marcelo Machado (batera), e Turko (Otomano), vocal

Bate-papo via Facebook com o pó-de-arroz Marcelo Turko


Feito em casa. Ótimo material e informações preciosas e exatas. Algum videoclip em mente?
Temos dois, um do "ET Brasileiro", e outro da "Carta ao Sr. Ministro".
Vamos lançar também uma releitura, em clipe, de uma música do Adoniram Barbosa, transformada em rock e surf music!

E o lançamento do CD? 
Estamos colocando o Batata pra assar kkkkkk.
Assim que o Batata (guitarra) se acertar com a banda vamos fazer o show de lançamento oficial do CD. Ainda sem local definido
Só realizamos dois ensaios com ele: o som já está ficando maneiro.
Fazer umas misturas musicais livres, sem métricas e sem amarras. E mais importante, sem pressão 

Como foi a produção do CD, a direção de estúdio, houve? E por que sete músicas? tempo? grana?
O disco foi produzido, gravado, mixado e masterizado todo no meu estúdio (Maverick Studio). Talvez, pelo fato de não ter custo com as horas de gravação tenha demorado mais que o normal (1 ano). A mixagem e masterizacao foi feita pelo produtor musical Gabriel Alves. Financeiramente falando, pode-se dizer que os custos do CD foram baixos, mas 100% do próprio bol$o rsss. Gastamos com a mixagem e Master, e com a prensagem, que foi feita na Art Music (Ceará). Porém, a produção do CD teve um custo material alto, pois culminou com a saída da banda de dois músicos: Marcelo Pereira, baixo, e Fabiano (guitarra). Esse "custo" fez com que a produção do CD atrasasse pelo menos em um 4 meses, pois tivemos que regravar baixo e guitarras. Sem falar no desgaste emocional. Toda a direção de estúdio foi feira por mim, em conjunto com a banda.

Foi optado por fazer um CD inicial apenas com 7 musicas porque, na época, achávamos que era o número ideal de músicas para se divulgar em uma mídia. Mais seria muito, e menos pouco. Nossa intenção era, e continua sendo, gravar mais musicas próprias, as quais serão disponibilizados em nosso site. Futuramente, fazer um segundo álbum com essas musicas novas, juntamente com as primeiras sete. Hoje em dia o CD acabou sendo apenas o cartão de visita de uma banda, já que não da pra lucrar com as vendas do mesmo. Então, escolhemos ficar no meio termo. Nem um EP, nem um CD tradicional com 10,11 ou 12 musicas Foram prensadas apenas 1.000 cópias deste CD.

O seu depoimento constata a minha impressão - agora é tarde - ou vivendo e aprendendo. Eu achei que faltou risco ao guitarrista que poderia ter soado melhor. Também é esta a medida para o desempenho do contrabaixo, porém a questão do tempo responde tudo. Também achei que vocês deveriam ter gravado 10, 12, 15 músicas e filtrar as sete. Há uma grande variação entre as faixas. O tema heavy em "Carta ao Sr. Ministro" é bem Kiss, um timbre melhor escolhido fugiria disso. Mas a voz é boa. O cantor não é bobo. É o recado que ele quer passar. Enfim, é um prenúncio de que coisa boa virá por aí. Quem viver escutará!
Concordo com você hehehe. Acredito que as próximas produções da banda terão tudo para serem mais coesas e mais uniformes, sobretudo porque serão 100% criadas pelos Filhos da Mãe. Todas essas sete musicas do nosso CD inicial foram compostas por mim em momentos diferentes, e com minha antiga banda de Minas. Acho q o disco acabou soando como uma coletânea de uma banda.

 

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