'AeoZ' De Alfa a Omêga 50 ANOS DEPOIS (1973-2023)
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Cambé/PR – fevereiro de 1973 – Foto: Leila Lisboa
Arnaldo volta de viagem (dinheiro da gravadora) trazendo amplificador de baixo e duas cornetas. Tocaram com Florianópolis superlotada, foi sucesso em Porto Alegre e lotou os 1.200 lugares do TUCA de São Paulo. Por falta de teatros, cedidos para as cerimônias cívicas, não pintaram em Caxias do Sul e Rio Grande. Depois, Mackenzie mineiro. Demora o lançamento do LP.
Into the eldorado: 'AeoZ' 50 ANOS DEPOIS (1973-2023) (mário pazcheco)
Os Mutantes, com Arnaldo Baptista no fim de sua vida artística e com os caríssimos instrumentos, entram em estúdio para gravarem o sexto álbum, o primeiro sem Rita e com a melhor aparelhagem que o grupo já teve
Arnaldo pilota o precioso órgão Hammond L 100 (porta B) com pedaleira, um mellotron que durante cinco segundos toca em cada tecla um instrumento de orquestra gravado em uma fita cassete, o som pode ser de violino, violoncelo, flauta. Clavinete Hohner, cello [violoncelo], [voz]. Sérgio Dias segura a guitarra Regulus e a Fender Stratocaster Ccdb Eletronics, violão 12 Cordas, cítara Zither, voz]. A Fender Stratocaster é ligada a um amplificador Dual Show Man, os efeitos são um wha wha cry baby acoplado a uma câmara de eco Echoplex. Liminha e o contrabaixo Rickenbaker onde predominam os agudos, violão e voz. E Dinho faz a marcação e acompanha o contrabaixo em uma bateria Ludwig Rock Duo. Também toca tabla e canta. O contrabaixo quase nunca apoia a bateria, em som e no tocar sincopadamente do bumbão e dos ton-tons.
"A Stratocaster de Sérgio continha a Ccdb Guitartrek; e os efeitos eram muito mais do que o wah wah, já explicado. O órgão Hammond de Arnaldo era um modelo novo, transistorizado, que esse meu irmão adquiriu para substituir o antigo, valvulado. Tanto um quanto outro órgãos consertei muitas vezes. Ninguém (você inclusive, Mário) cita um teclado do Arnaldo que este aproveitou até melhor, ao pé do órgão: o piano elétrico Honner, que consistia de cordas e um captador magnético símil ao das guitarras, mas já com alguns recursos inteligentes de fase, que lhe conferia vários sons, certo dele puxado ao de Duane Eddy. Era instrumento de pequena espessura, leve, quase invisível sobre o órgão e colorido de vermelho." (CCDB)
Arnaldo Baptista usou este teclado Honner durante muito tempo, mesmo ainda nos Mutantes; CCDB carregou esse instrumento nas mãos, montou e desmontou no palco, transportou pra lá e pra cá e lhe dando manutenção.
O disco polêmico foi batizado de AeoZ, segundo Arnaldo: "tinha um sentido bíblico e foi baseado no Apocalipse." Redescobriria a figura de Deus "o cara que cuida de tudo", registrado em 16 canais no Estúdio Eldorado, a fita mostra a que nível evoluíra "o clube do Bolinha", algo próximo da satisfação musical. Os destaques ficam por conta dos lindos e agudos vocais de Serginho, que sempre cantou bem e o desempenho instrumental-sensacional do guitarrista na Fender Stratocaster e de Arnaldo ao órgão Hammond. Esse instrumento tem uma história interessante: foi comprado na Itália, transportado até a Inglaterra, onde permaneceu na casa dos baianos por alguns meses e, só depois, seria embarcado para o Brasil. Pois quando o grupo estava comprando aparelhagem na Europa, o limite alfandegário não permitia que o órgão fosse despachado de imediato para o Brasil.
A cozinha rítmica mutante nunca esteve tão sincronizada. Liminha registra a sua mais criativa linha melódica e a bateria de Dinho está impecável, lembrando, em alguns passagens, as viradas de Carl Palmer, o baterista do ELP (Emerson, Lake e Palmer).
"Eu sou o começo, sou o fim / eu sou o AeoZ / Meu bem, ouça o meu rock'n'roll / Tudo bem pelos séculos amém / Eu sou o AeoZ / Numa pessoa só".
"AeoZ", prefixo transformado numa longa suíte quatro músicos e seus instrumentos reunidos numa pessoa só, partilhando a viagem. Intervenções precisas e seguras. Pitadas do rock lisérgico desde Steppenwolf aos riffs de Steve Howe.
A segunda faixa, "Rolling Stone", foi uma das razões da briga de Mick Killingbeck e André Haidar Midani (Damasco, 25 de setembro de 1932 — Rio de Janeiro, 13 de junho de 2019), o pivô da discussão foi o verso:
"Estava lendo Rolling Stone / Li um cara que me abriu a cabeça / Fui correndo e tropecei".
Midani após ouvir o verso resmungou: – Então, eles fazem propaganda da Rolling Stone, né?
O grupo não fazia propaganda, apenas a música que vinha do coração, e o todo "poderoso chefão" da máfia do disco não teve a sensibilidade suficiente para entender a proposta musical dos Mutantes.
Apesar das turbulências, a viagem prossegue e num tema complicado, com escalas fantásticas e um duelo de cordas entre violão e bandolim, usando um slide, Liminha e Sérgio encerram esse lado da fita, num exercício lírico e emocional, planando acima da Serra.
"...Você sabe o que eu pensei? / Eu também pensei o que você pensou...".
Algumas músicas não possuem nome o próprio Arnaldo ainda não colocou nome em todas, apenas nas mais óbvias.
O canto de um galo seguido de uma frase musical psicodélica marca o início desse lado B da fita. A melodia vai crescendo aos poucos, retornando num som preguiço, hipnótico, demoro a assimilar a melodia, quando entra o vocal:
"Som para acordar / Amanheceu, tudo azul / para cantar na música / O vento, terra e o ar / Soprando aqui na luz / Do luar, na luz do sol / Na luz de Deus / Todos juntos / Na luz do sol / Na luz de Deus".
A faixa seguinte revela uma melodia bem ao estilo do Yes "pois é, tudo bem meu bem". Na sequência o ponto alto da fita, a versão original e completa de "Uma pessoa só", com tantos teclados e recursos eletrônicos é ótimo ouvir a única passagem de piano acústico da fita. Uma melodia inconfundível e uma das mais lindas, Arnaldo canta:
"Eu sou, você também é / e todos juntos somos nós / estamos aqui reunidos / numa pessoa, numa pessoa, só / você também está tocando / você também está tocando / estamos numa boa / pescando pessoas no mar / aqui numa pessoa só / Sou o início, sou o fim / Sou o começo, sou o fim/ Sou o A e o Z / numa pessoa, numa pessoa / Só".
AeoZ, um álbum conceitual, com letras e temas interligados, várias peças em um único tabuleiro, e o maior mérito dele é manter a energia pulsando através da magia da música que continua enfeitiçando após os 50 anos de seu registro.
A última música da fita, "Gosto Muito De Você", é uma balada marcada pelo barulho da chuva, efeito conseguido através do mellotron, um ritmo contagiante, balada inspirada nos dias escolares, um rock'n'roll das antigas:
"Eu sei que eu não faço nada, mas eu / Gosto muito de você, de você, de você / Você não acredita em nada mas eu gosto / Gosto muito de você, de você, de você / Alimente essa que eu ainda vou transar / com você / Não esquente a cuca, o principal é eu gostar de você / Andam dizendo que a vida não tá com nada / Eu acho que não, e digo tá-tá-tá / De todo o meu coração / Legal / Eu sei que não vou na escola mas / Eu gosto, gosto muito (de você) / Eu sei que não faço nada / Eu gosto, gosto muito (de você) /Venham vós ao nosso reino aqui no Brasil / Rock'n'roll paz e amor aqui no Brasil / E talvez o fim de semana não tenha mais fim / E talvez nossa música não tenha mais fim / E talvez a nossa vida não tenha mais fim".
"Gosto Muito De Você" termina com os ruídos de uma tormenta, um sinal das futuras tempestades que se abateriam sobre o grupo.
"O barulho da chuva não era efeito do Mellotron, que aliás não fazia efeito algum: só reproduzia o que se lhe gravasse nas fitas. Era um sampler a fita, precursor dos modernos, de circuitos integrados transistorizados, que todos usam – certo Mutante inclusive. O barulho da chuva era chuva mesmo, e também o trovão, exatamente aquilo que já citei, gravado pelo Leo Wolf: uma chuvarada com o som produzido pelos raios, na Serra da Cantareira, que em sua primeira reprodução, num espetáculo que sonorizei para os Mutantes, destruiu o driver JBL 2482, um dos JBL preferidos sempre por nós, Arnaldo inclusive, aos Altec Lansing e a todos mais... senão aos Gauss, inda melhores, que surgiram mais tarde. Um destes, que estava numa daquelas maiores caixas-cornetas portáteis deste planeta, projetadas por mim e usadas pelos Mutantes, encontra-se bem aqui no Subwoofer Labiríntico Central, projeto meu publicado por mim na Nova Eletrônica. Esse alto-falante me foi presenteado por meu irmão Sérgio, pelo que sempre lhe fui grato – e continuo sendo. Quando o ganhei, presenteei a Arnaldo o alto-falante nacional de 21" que estava em meu air-coupler (um sub-woofer cujo projeto publiquei também na NE). Este alto-falante eu modificara pra poder funcionar no air-coupler, e tal modificação publiquei também na NE, ensinando a Leitora, o Leitor, a fazê-la. Arnaldo, nessa época, já passara por aquele suicídio que o não matou; e começou a se corresponder comigo, o que me deixou sumamente feliz. Porém, suas cartas iniciaram aparentemente 'normais', e, aos poucos, foram se colorindo por sua ideia-fixa, a das válvulas versus transistores, a ponto de chegar a ameaçar-me de contar ao mundo que eu escrevera um livro onde propagava a ideia dos transistores... Referia-se a CCDB – GAVAÇÃO PROFISSIONAL, que ele nunca lera. Em lugar de rir-me, talvez tenha chorado (mais uma vez?) por causa de Arnaldo, pois, por mais que eu tentasse, não logrei mudar o curso do diálogo, onde ele se exaltava mais e mais. Interrompi a comunicação, avisando-o de que só a retomaria se abandonasse a ideia fixa, e ele reiniciou a correspondência, com um estilo novamente 'normal', que outra vez se foi carregando do mesmo conteúdo fixo: válvula versus transistor. Depois de algumas tentativas minhas, precisei abandonar de vez a correspondência, porque concluí que lhe estava fazendo mais mal do que bem. Pela primeiríssima vez recebi cartas de Lucinha, sua esposa, que chegou a me perguntar se 'Arnaldo era assim' antes de se atirar da janela. Pensei bem se devia mentir... e disse que não, que não era assim, que era magnífico. Espero que o tenha ajudado. Infelizmente, Arnaldo volta ao tema na entrevista com o Fantástico, e agora a coisa me escapa das mãos." (CCDB)
Ainda sob contrato com a Philips, o grupo entrega as fitas para a gravadora que financiou as horas no estúdio e também decidiu que o disco não seria lançado pois, o som não era comercial. Por trás disso tudo, o dedo de André Midani, ou seriam os seus ouvidos que acharam o som não comercial?
A capa estava também pronta: um desenho de uma cachoeira feita pelo artista plástico, Antonio Peticov. E os Mutantes são dispensados do cast da gravadora, sob a alegação de que o som da banda não era vendável e que poucos no Brasil de 1973 absorveriam o conteúdo e o propósito das músicas e além do mais Rita Lee não estava mais no grupo.
"O HOMEM DA COMPANHIA DE DISCOS FICOU BRAVO COM O HOMEM DO ÁTOMO"
"André Midani (o homem que mais prejudicou os Mutantes junto às gravadoras) ficou bravo com Mick Killlingbeck, e o LP só seria lançado se os Mutantes viessem a pagar as horas de estúdio (Cr$ 20.000.000,00) só pela quantidade de zeros dá pra imaginar que era muita grana. E o jeito que Killingbeck arrumou foi vender a revista-jornal Rolling Stone, para com o dinheiro pagar a Midani. Porém, esse dinheiro foi utilizado para pagar a fiança do empresário musical Hilary Baynes, o sócio de Mick Killingbeck, que estava em cana por drogas. Então, os 45 minutos de som nunca saíram. Killingbeck inglês e Midani francês; – Será que houve algo aí? (Arnaldo Baptista...)
"Os Mutantes atravessavam, nessa fase, a maior falta de liderança, pois se André Midani ou Michel Killingbeck queriam uma opinião dos Mutantes o resultado era o de sempre: nenhuma pessoa. Pois, os Mutantes eram empresariados segundo alguns por Killingbeck que era amante de Rita Lee. (Arnaldo Baptista...)
"Quando declaro algo pertencente a essa época, sei que minhas informações são incompletas. Assim como as de qualquer um. Restou-me possuir a fita do LP AeoZ. Lembro-me haver perguntado por carta à gravadora se havia algum contrato, assinado, relativo a essa época e a resposta foi: – Não. Possuo a carta. Dizem que o nome Mutantes me pertence. Contrato assinado, eu espero poder ler esse contrato que não me lembro, então de posse dele, à partir daí, lançarei o AeoZ". (Arnaldo Baptista...)
"Preciso de uma autorização do Dinho, Liminha e do Sérgio. Quando conseguir, lançarei esse álbum dos Mutantes, que é o mais elaborado do grupo. (Arnaldo Baptista...)
"Ignoro que o nome Mutantes me pertença, agradeceria se alguém pudesse informar-me. Registar novamente esse nome, seria interessante. Pois aí saberia se já é registrado e pertencente à alguém". (Arnaldo Baptista).
"AeoZ não saiu porque uma vez que a Rita tinha saído da banda e a Polygram já tinha o que queria e vinha querendo a muito tempo isto é uma artista solo, usou esta história de não comercial pois não interessava a eles a banda principalmente tocando o que estávamos tocando agora lembrem-se do que era comercial na época sim? E os estúdios (como éramos contratados) era e foi pago pela gravadora ou então ela (Universal) NÃO TERIA DIREITO NENHUM SOBRE ELE E SIM O ESTÚDIO sacou ???
Quem te informou... errou...
PS. Isso fora todas as outras implicações que quando eu resolver escrever o livro real ... ai eu falarei". (Sérgio Dias).
Adentrar o Eldorado, viajar, sentar-se no chão e começar a criar, claramente implica na conta do relógio.
"O Sr. A é o que eu considero representando a perfeição que eu não gosto e o Sr. Z é a perfeição que eu gosto, então darei aqui as marcas de predileção de cada um dos dois AeoZ. Que chega a determinar um grau de aceitação de algo que não é o apocalipse, mas sim o após-calipso. Eis aqui portanto (tente entender como é enorme isso):
Sr. A – possui um automóvel marca: Rolls Royce (modelo Silver Ghost).
Sr. Z – possui um Gurgel, modelo Itaipu, que é elétrico e nunca polui.
Sr. A – possui um gravador da marca Ampex (que não é digital).
Sr. Z – possui um gravador da marca Sony (modelo 2500 digital).
Sr. A – possui um amplificador na vitrola marca CCDB (transistorizado).
Sr. Z – possui um amplificador na vitrola marca Audio Research (valvulado) de 100 watts.
Sr. Z – também possui alto falantes, marca Snake (modelo MS-235).
Então, aparece em cena alguém que tenta fazer da própria vida um fator reconciliador das duas crenças, chama-se Sr. Y.
Sr. Y – possui um automóvel Ferrari modelo Boxer).
– um gravador marca Studer (não digital, mas pouco conhecido).
– no amplificador a marca dele é Music Man (híbrido transistor e valvulado).
– o alto falante é marca Altec Lansing.
Continua-se a competição entre as três vidas-gostos:
Sr. A – guitarra marca: Fender (Stratocaster).
Sr. Z – guitarra marca: Gibson (Les Paul).
Sr. Y – guitarra marca: Grestch.
Sr. A – religião anglicana (protestante).
Sr. Z – religião nenhuma!
Sr. Y – mormon combinada com Quaker.
Então o Sr. Y (Rita?) conduz à insatisfação.
"Onde A (Sérgio) e Z (Arnaldo), satisfeitos possuem vidas antagônicas. Até que aparece um mágico no contestar o Sr. K (Michael Killingbeck?). Porém nessa etapa tudo quase vira soco ou pontapé, o que aconteceu com os Mutantes". (Arnaldo Baptista).
"Em 'Sr. Z possui um gravador da marca Sony, modelo 2500 digital', note uma (...) contradição em Arnaldo: os gravadores digitais que ele aqui eleva à 'perfeição que gosta' são inteiramente transistorizados e têm todos os defeitos dos transistores, somados a mais alguns dos circuitos digitais. Os gravadores Ampex que Arnaldo compara à 'perfeição que não gosta' vêm do tempo das válvulas, são analógicos; e a distorção que produzem nas fitas equivale à dos amplificadores valvulados, que soa bem." (CCDB).
"Em 'Sr. A possui amplificadores na vitrola marca CCDB transistorizados, já comentei mais que o bastante, nas mensagens que trocamos, Mário, a questão válvulas e transistores." (CCDB).
"Em 'também possui alto-falantes marca Snake, isso é propaganda de Arnaldo para a Snake, fábrica nacional que sempre copiou, e mal, os alto-falantes JBL, norte-americanos. Em tempo: conquanto as cópias não chegassem aos pés dos originais, eu próprio, quando meus Clientes não podiam adquirir os JBLs, recomendava os Snakes, porque eram os melhores nacionais. Devo expor inclusive, que a Snake certa época me presenteou alto-falantes de sua fabricação para que os destruísse com meus testes, de modo a dar-lhe o retorno dos resultados, o que fiz com prazer – e sempre; ou seja: sempre destruí a todos, jamais me aproveitando do presente para outros fins. Note que aqui Arnaldo não cita os alto-falantes do Sr. A, ou que, se os mencionou, você não os incluiu em seu livro, Mário. Qual seriam estes?..." (CCDB).
"Em 'Sr. Y'. No amplificador a marca usada por esse sr. fictício é Music Man, 'híbrido transistor e valvulados'. Esse amplificador é o que há de ruim! Foi um projeto infeliz de Leo Fender, que combinou o que o transistor e a válvula têm de mau, sem aproveitar o que possuem de bom. Ele pôs os transistores no pré-amplificador e as válvulas na seção de potência, quando deveria ter feito o contrário, caso pusesse o som em primeiro lugar perante outras questões técnicas e mercadológicas. A distorção bonita da válvula, o tal 'som de válvula' se dá nos triodos (ou duplos triodos), como a 12AX7 e sua versão anti-microfônica 7025, dos pré-amplificadores, cuja distorção por saturação produz sinal assimétrico, arredondado e rico em harmônicos pares; não, nos pentodos, como as 6L6GC ou as EL34 e cia. das seções de potência, cuja distorção é simétrica e abrupta, símil à dos transistores saturados. Quanto à distorção feia dos transistores, acontece em qualquer seção, de pré ou de potência, caso não seja eliminada por um bom projeto, o que é fácil e costuma ser feito. As vantagens que Leo Fender obteve nesse projeto não estão no som; sim, na redução do ronco da pré-amplificação, porque se evita o filamento das válvulas, que sói ser alimentado por corrente alternada (a que insere o ronco no sinal), mas pode sê-lo por corrente contínua (que o não insere). Na seção de potência do amplificador Music Man, a extensão da resposta a frequências que as válvulas têm (caso se usem com alto-falantes convencionais dinâmicos de baixa impedância, como é o caso de todos os amplificadores para instrumentos musicais deste planeta) é reduzida pelo transformador de saída, que o transistorizado não precisa ter. Ambos os amplificadores, a válvula e a transistor, podem ter resposta extensa, se bem projetados – e não se esqueça dos long-channel MOS-FET de potência para áudio, transistores cujas curvas de transferência e a extensão da resposta se equiparam às das válvulas, sem os problemas destas." (CCDB).
"O alto-falante Altec Lansing', é de uma empresa que James Bullough Lansing (Jim Lansing) criou e dirigiu durante certo período para um poderoso grupo industrial: a Standard Electric, se não me engano – a história certa e completa está nos catálogos da JBL. Jim abandonou a Altec e criou sua própria empresa, a inda mais lendária JBL (note que a trigla foi tirada do próprio nome inteiro do fundador, bem como acontece com CCDB), cujos alto-falantes e mais produtos sempre manteve um passo adiante dos da Altec, empresa cujo nome foi mudado de Altec Lansing para Altec, quando o fundador a abandonou. Não é à toa que a Altec se sumiu do mercado por uns tempos, retornando com produtos para computadores, enquanto a JBL continua, cada vez maior e melhor, como talvez venha a acontecer conosco, quando meu filho Rafael retomar a produção 'da' CCDB. Não se comparam os motivos pelos quais a Altec se eclipsou e pelos quais a CCDB pausou: o desta se liga a uma obra incomparavelmente maior: a superna Géa. Seria o JBL, transdutor que recomendei e introduzi nos sistemas dos Mutantes, o alto-falante do Sr. A? Sobre as guitarras dos três senhores inventados por Arnaldo, já teci meus comentários. Não sei o motivo de Arnaldo não ter tido a coragem de mencionar as guitarras, guitarras-baixo, guitarras de doze cordas, contrabaixos e tal que fiz etaut modifiquei para ele e Sérgio (se não quisermos estender o nome de Mutantes a Liminha e a outros participantes do grupo), as quais ambos sempre usaram. Talvez Arnaldo esquecesse minhas guitarras porque fossem inatingíveis pelos três senhores: elas se achavam e acham acima da perfeição. Toda a história dos três senhores de Arnaldo é ideia boa, mas a realização foi péssima, aleatória, despreocupada em atingir este ou aquele indivíduo, esta ou aquela empresa, sem base sólida: um verdadeiro 'chute', e que me sabe deveras proposital." (CCDB).
UM DIA EM 1989...
Arnaldo Baptista olha pra parede e mostra um poster, ele afirma: – Esta seria a capa do AeoZ. O ex-mutante comprou a gravura em uma feira e emoldurou a reprodução. Poderia ter sido viagem dele de que a capa seria aquela. Eu é que iria discordar de suas palavras? Participaria no Facebook, de algum grupo de fãs dos Mutantes a julgá-lo? O refluxo da conversa em minha mente, seria o resultado da poeira e da semente do cigarro que tínhamos derramado? O fã tem que viajar, ler livros de mistério e não atacar como se fosse um Dom Quixote montado em seu cavalo com a lança a nos mirar.
Cara é muito foda desconhecer a sensação que as músicas do AeoZ provocavam ao vivo e ainda mais quando eles colavam músicas da fase anterior. Ainda me lembro, "Não era só Os Mutantes que estavam progressivos, era o mundo todo" (Sérgio Dias). No pobre Brasil, os Mutantes não tinham status para seguir gravando como o Grateful Dead.
*Entrelinhas
Ah! Os Mutantes descobriram Deus! E no meio desta nuvem estava um mágico zen de olhar despreocupado e beatificamente... chamado Michael Killingbeck, também conhecido como o “homem do átomo” por ser físico nuclear, seria ele, o inspirador do AeoZ?
–
Rita Lee enfrentava a maior crise existencial: continuaria ou não a sua carreira artística? E Michael Killingbeck a aconselhou na casa da Represa de Guarapiranga.
Na condição de namorado de Rita Lee, Michael Killingbeck passa a frequentar as colunas socias dos jornais. É dele a sugestão de que Rita Lee não faça seu grupo: conta com a guitarra de Lucia Turnbull.
"Ela me traiu com o seu melhor amigo, o Michael Killingbeck, soletra Arnaldo. Depois disso, tudo mudou".
Ao recordar esta frase, pensei Rita Lee expulsa dos Mutantes não teria sido uma traição anterior? Seria o motivo da crise existencial?
Se os Mutantes estavam ficando gays? — a resposta é uma gostosa e barulhenta gargalhada. Do relacionamento íntimo deles, apenas brotava uma ótima música. Mais um daqueles sarros pra cima dos caretas? Mais uma fantasia do líder...
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Gravado e "desparecido" nos arquivos da gravadora. AeoZ assume caráter mítico entre os roqueiros. Em 1992, aconteceu o relançamento dos discos dos Mutantes em CD e finalmente AeoZ pode ser ouvido... Dinho deu uma opinião menos otimista: "É devagar."
Desta fase, sobreviveram gravações dos ensaios na Cantareira e a apresentação no Phono 73 (Palácio das Convenções do Parque do Anhembi/SP). De imagens corridas, desta formação são conhecidas apenas as magens curtas do clipe da TV Cultura, "Gosto muito de você" e de Super 8 que aparecem no documentário do Joelho de Porco.
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Dentro da série de shows musicais Phono 73, organizados pela Phonogram (ex-Philips, e depois Polygram) durante o mês de Maio, os Mutantes eram a grande atração da noite. Na mesma noite aconteceu a única apresentação das Cilibrinas do Éden, nome escolhido por Rita e Lúcia Turnbull, um delicado e acústico duo, vítimas de uma vaia homérica, mas o ponto alto do show era a apresentação de Chico Buarque e Gilberto Gil, que apresentariam "Cálice" recente e até hoje única composição da dupla.
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AGRADARAM TANTO QUE VOLTARAM PARA MAIS 15 MINUTOS
Músicas conhecidas apenas "Ando meio desligado" e "Mande um abraço pra velha". As demais eram músicas novas, desconhecidas daquele público colorido e original que vibrou com os contorcionismos de Sérgio e do baixista. No fim, o público exige a volta dos Mutantes ao palco – o que desagradou os organizadores – e eles tocaram por mais 15 minutos: "Mulher de cabeça dura" e o velho rock "Jailhouse rock" de Elvis Presley em total participação do público. Durante o show, parece que Arnaldo reclamou da Philips, que o LP "tá atrasado!".
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A grana foi ficando escassa, as músicas não pintavam e durante um ensaio na Cantareira, os Mutantes foram interrompidos aos gritos pelo motorista Sardinha. Na hora de dar a partida no caminhão do grupo, surgiu uma faísca que deu início a um incêndio. Passaram horas tentando apagar o fogo, ao final, salvaram poucas coisas. O órgão Hammond ficou tão danificado que nem substituindo uma peça de metal, ficaria bom de novo. Os roadies do grupo estavam encanados. "Começamos a pensar que alguém tinha feito macumba para nós". (Arnaldo).
"Arnaldo exagerava nas suas ligações como cosmo e tendências quase messiânicas que o levavam a viver acampado e a tocar de graça em lugares místicos, como São Lourenço (sul de Minas), cidade que, entendia, tinha peculiar conjunção astral. Enquanto que Dinho, Sérgio e Liminha tentavam manter em pé uma estrutura profissional, que incluía um caminhão com 6 toneladas de equipamentos, quatro funcionários e uma agenda de grandes shows, turnês e gravações." (Revista do CD)
Em julho, Arnaldo manifesta o seu desejo de abandonar o grupo. Arnaldo deixa Os Mutantes. Em seu lugar, entra Manito, de Os Incrivéis. A nova formação ensaia em uma fazenda perto de Campinas. A guitrra do Serginho, feita especialmente para ele e roubada há pouco, vale 25 milhões, é vermelha, tem botões dourados, acústica e pesa 10 quilos. Recompensa de dois milhões a quem encontrá-la. Ela vale 25 milhões. Detalhe: a guitarra tem atrás de si uma maldição – quem não a devolver a Serginho ficará com o braço seco.
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Na revista Bizz, Liminha fez uma declaração reveladora e angustiante, no camarim, ao final do último show dos Mutantes, Arnaldo Baptista teve uma crise nervosa, enquanto socava o chão, inconsolavelmente pedia pela volta de Rita Lee aos Mutantes.
"Acreditávamos na noção do Universo como Deus, na transa da energia maior. Mas Arnaldo extrapolou.". O fim segundo a descrição de Dinho, foi placidamente dramático. "Estávamos sentados ao redor de um anjo de cemitério – que enfeitava o quintal da casa de Arnaldo –, eu, ele, Serginho e Liminha. Perguntamo-nos o que fazer e naquele momento sentimos que queríamos coisas diferentes, que o grupo havia se acabado. Choramos bastante juntos e fomos embora." (Dinho Leme)
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Rita Lee ensaia seu show no Ruth Escobar: chama-se Tutti Frutti. Rita cantará com Lucia Turnbull e o conjunto Tutti Frutti. Direção de espetáculo é de Antonio Bivar, a musical de Zé Rodrix, estreiou dia 15 de agosto.
– Estamos contentes por Rita ter formado seu próprio conjunto. Isso significa que com mais um conjunto de rock, o movimento pop só tende a crescer no Brasil. A explosão de rock entre nós só é comparável à da Inglaterra na época dos Beatles. Isso é um dado altamente positivo para nós. (Mutantes)
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Arnaldo parte solitariamente para um festival na cidade de São Lourenço, em Minas, onde ele solicita ao prefeito doze fogueiras, representando os doze signos zodiacais; uma ideia dele, inspirada no louquíssimo RAINBOW BRIDGE, um concerto de Jimi Hendrix no Havaí, onde cada facção do público devia vir numa cor do arco-íris e depois dos shows tentar entrar em contato com "inteligências superiores". Foi nesse festival que Arnaldo conheceria Maria Lúcia Barbosa; a Lucinha uma pessoa que seria importantíssima em seu futuro, uma das maiores fãs dos Mutantes e especialmente de Arnaldo e que, ao longo dos anos, reuniria, pacientemente, recortes de jornais, fotos, ingressos, roteiros, panfletos de shows, dados e até participando na produção do guarda-roupa e no registro de alguns shows num gravador portátil.
"AeoZ, foi inspirado em Deus pelo Yes, e eu odiei isso". Arnaldo observava que o grupo não estava mais na sua viagem musical: "Serginho tocava Fender porque gostava de Jimi Hendrix; Liminha tocava Rickenbaker porque gostava de Chris Squire; eu tocava Hammond porque gostava do Jimmy Smith e o Dinho eu acho que ele gostava do Billy Cobham, um baterista que eu também gosto. Não existia nada assim naquele tempo, nada se comparava, era uma mistura pessoal, muito difícil e que não estava dando certo." (Arnaldo Baptista...)
"Nossa viagem musical teria continuado se eles optassem por instrumentos Gibson. A guitarra Fender só produz um som riquíssimo em médios desprovida de peso, já o baixo Rickenbaker é um som agudíssimo mas também sem peso, resultando numa enorme diferença: um buraco." (Arnaldo Baptista...)
"Tento tangenciar o quanto existe de diferença entre os amplificadores valvulados e os transistorizados. Quando, acima de 75% de volumes graves e agudos também decai em 35% a 45%, o som sub-harmônico em relação a nota dó. E isso pode parecer ínfimo agora, mas num show acima de 6000 watts fica enormíssimo! O som decai em grande escala. O que prejudica em muito o tecladista. Então pedi ao meu irmão Cláudio César Dias Baptista (CCDB), que construísse amplificadores valvulados para mim, e ele respondeu que não iria construir amplificadores valvulados nunca. Então eu disse aos Mutantes, eu vou abandonar-vos! E eles nem ligaram ou fizeram o que eu queria." (Arnaldo).
"Não é verdade de Arnaldo que eu lhe tenha dito que 'nunca construiria amplificadores valvulados para ele'. O que aconteceu: ele e eu discutimos em minha casa a respeito das vantagens e desvantagens de ambos os tipos de aparelhos; e, como discutimos, e ele não queria entender a realidade, acabei não lhe construindo amplificador algum. Se Arnaldo quisesse amplificadores transistorizados e houvesse discutido assim comigo, com toda a certeza também não os teria obtido de mim. Inclusive porque nunca nem ele nem nenhum dos outros Mutantes me pagavam pelo trabalho; e inda está a aparecer neste planeta quem trabalhe de graça para quem o ofende, quando não seja escravo de paixão, de amor, de fato e tal. Escravo eu jamais seria, nem no tempo da escravidão: meu pai devia estar certo quando dizia que temos sangue tupi. Dado curioso: o equipamento que eu criara para meu próprio uso em 1972 já funcionava há um ano na época em que Arnaldo e eu discutimos e cá está em minha casa a pleno vapor funcionando até hoje e sendo freqüentemente elogiado por quem o descobre como 'o melhor som que já ouviu', já com trinta e três anos de existência e sem assistência técnica a partes fixas. Mas isso não é 'culpa' dos transistores, pois o som seria igualmente bom se valvulado: é a multiamplificação, o projeto das caixas acústicas e a qualidade dos transdutores. Claro que, se fosse valvulado, jamais teria suportado trinta e dois anos sem assistência, mesmo porque válvulas envelhecem naturalmente em muito menos tempo, precisam ser trocadas; o circuito onde se inserem, recalibrado... e tal – como já lhes contei. (CCDB).
O pensador e idealizador dos Mutantes parte para a carreira solo. Cansado, ele ainda seria chamado várias vezes para ocupar o seu posto, o que só ocorreria esporadicamente durante participações, seja operando a mesa de som para o grupo ou na abertura dos shows finais do grupo em 1978.
Arnaldo resolveu dedicar algum tempo como produtor e chegou a produzir o primeiro compacto do Joelho de Porco, "Se você vai de xaxado, eu vou re rock'n'roll/Fly America", lançado pelo selo Sinter da Phonogram, que infelizmente não aconteceu.
O ano de 1973 foi negro para o rock e a MPB. Ali morria o som original dos Mutantes e no território da MPB, além dos cortes da censura, perdia um dos maiores vultos de sua história, o compositor e multiinstrumentista Alfredo da Rocha Viana Jr., o Pixinguinha. É o ano da inflação, do flagelo mundial, a crise do petróleo, que se se aprofundaria daí por diante, onde o ministro Delfim Neto lançava por todo o Brasil os cartazes da campanha: "Diga não a inflação".
Com a saída de Arnaldo, entra em seu lugar Manito (ex-Incrivéis), um organista experiente "voando atrás de Keith Emerson e caindo a meio caminho sem fôlego". (Jornal de Música e Som).
"Neste momento, com a saída da Rita e logo depois a do Arnaldo, muitos músicos transaram com a gente: Liminha, Dinho, Manito entre outros. Influenciávamos muito por tudo que vinha de fora, o apuro técnico, o espelho. Eu punha na vitrola os disco dos melhores guitarristas, pegava um violão e ficava escutando milhões de vezes, até acertar completamente todos os solos, pois minha preocupação principal era conseguir tirar um som igual ao de um John McLaughlin ou um Steve Howe". (Sérgio Dias ao Jornal de Música e Som, nº 21, 8/1976).
Ronaldo Leme, o Dinho, baterista dos Mutantes guarda em sua casa um tesouro: a gravação de um show dos Mutantes. "Ele [o disco] é incrível, muito bom. Só que foi numa época final do grupo, já sem o Arnaldo", conta Dinho. O show foi gravado em Goiânia, quando Arnaldo Baptista (voz e teclados) e Rita Lee (voz) já haviam deixado o grupo. Na época, os Mutantes eram: Sérgio Dias (guitarra e voz), Liminha (baixo) e Dinho, ao lado de Manito (teclados, sax). Essa foi a época de maior popularidade dos Mutantes, quando faziam shows que atraíam de três a cinco mil pessoas. "Eu tenho metade [dessa fita] e o Liminha tem a outra. Eu fiquei com o final e ele com o começo", explica o baterista. "É um rock pesado, ao vivo, tem solo de bateria muito bonito, solo de baixo, de sax." O repertório do show se baseia no disco AeoZ.
"Sérgio fala sem emoção das diversas escalações porque os Mutantes passaram após a saída de Rita: eu nunca sei em que dia, mês e ano estamos. Só sei que essa foi uma fase de muita loucura. Depois saiu Arnaldo, e entrou Manito. Saiu Manito e Dinho e entraram Túlio e Rui. Saiu Liminha e entrou Pedro". (Revista Rock, a história e a Glória, nº9).
Dinho saiu por problemas de controle motor e os Novos Mutantes estreariam em um show em Ribeirão Preto para 400 pessoas, com a seguinte escalação: Sérgio nas guitarras; Túlio Mourão nos teclados; Rui na bateria e Antonio Pedro no baixo.
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O novo equipamento dos Mutantes foi planejado por Cláudio, irmão de Arnaldo e Sérgio e precisa de quatro técnicos para funcionar. Sérgio diz: – Temos 2.600 watts de potência. Só para o palco são usados 600 e a mesa de controle funciona como um estúdio de gravação. Com treze entradas independentes, a mesa recebe o som de cada microfone ou instrumento, jogando para a plateia cerca de 200 watts através de 10 amplificadores. Desta maneira, nós ouvimos os outros músicos no palco e a plateia tem um som perfeito.
Esse som de que Sérgio fala está sendo mostrado na temporada carioca no Terezão, ma sjá reuniu 10 mil pessoas em Salvador, numa praça pública.
– Por isso acreditamos em nós.
"Em 1973, foi a era do período dos 2600 watts de rock. Ou seja, não haviam mais amplificadores no palco. A mesa possuía oito canais amplificados. As caixas eram como retornos. Mas isso não durou muito. Voltaram a usar amplificadores de guitarra e contrabaixo no palco. Já no ano seguinte, com a entrada de Túlio Mourão, teclados e de Rui Motta, bateria. (Dado Nunes)
"Segundo a lenda, essa foi a primeira equipe técnica de som de uma banda no Brasil. Não sei o Pena Schmidt já tinha caído fora. Ele não aparece nas fotos de 1974. Porém ele voltrá em 1976.
De técnicos, somente Alan Kraus e Léo Schoff, irmão da Sabine." (Dado Nunes)
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Na Censura Federal, em MAIO DE 1974, a Philips encaminhou para registro, a letra da música "A e o Z" com um nome novo, "De Alfa A Omêga".
Aqui mais gente da equipe...
RITA LEE & TUTTI FRUTTI
Isso aqui já é Tutti Frutti. Cilibrinas Do Éden só realizaram um show no Phono 73. O primeiro disco do Tutti Frutti foi engavetado, e somente lançado há alguns anos como bootleg, levando o titulo de Cilibrinas. Disco inclusive produzido pelo Liminha. (Dado Nunes)
"Rita Lee. Pessoa especial, única, sempre na frente, sempre me deu força na banda, nunca brigamos, veio pra ensinar e fazer um monte de gente feliz! Sorte minha ter trombado com você." (Liminha, 2023)
Foto: Leila Lisboa
Esta era uma das fotos favoritas da Leila
LEILA FOSCHINI LISBOA (IN MEMORIAM)
"Nunca foi um trampo mesmo, era uma diversão. Por sorte, ela estava no lugar certo com uma câmera, senão nunca teríamos estes registros." (Dado Nunes)