Mastukela Vive: O Legado de uma Banda que Transcende o Tempo (1974)

MATUSKELA VIVE": DOCUMENTÁRIO EM DESTAQUE NA MOSTRA DO SESC 504 SUL

Toda vez que eu olho o espelho
Vejo um rosto magro e feio
É que estou ficando velho demais
Velho Demais

Já não vejo quem eu via
Já não corro atrás do dia
É que estou ficando velho demais
Velho Demais

a memória é fraca
A gravata aberta
Sapato aperta no meu pé
É que estou ficando velho demais
Velho Demais

 

Já não ouço cantar os passarinhos
cadê meu ninho?
É que estou ficando velho demais
estou ficando velho Demais
estou ficando velho Demais
estou ficando velho Demais

A memória é fraca
A gravata aberta
Sapato aperta no meu pé
É que estou ficando velho demais
Velho Demais

Já não ouço cantar os passarinhos
cade meu ninho?
É que estou ficando velho demais
estou ficando velho Demais
estou ficando velho Demais
estou ficando velho Demais

 

Velho demais

Composição: Clodo Ferreira / Zeca Bahia. 

17 de dezembro de 2024

19 horas

Sesc - VII Mostra Sesc de Cinema 

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O apresentador da mostra e o diretor Macarius

Poucas vezes um parágrafo introdutório começa falando sobre o fim de um filme. E, afinal, qual filme realmente tem fim? Ele pode ser transformado em série e, nesse caso, o destino parece quase certo: a Netflix. É exatamente esse o caminho que eu gostaria que o documentário Matuskela Vive viesse a trilhar. Dirigido por Dom Macarius, o filme conta a história da banda de folk psicodélico Matuskela, a primeira de Brasília a gravar um álbum totalmente autoral — isso em 1974, há exatos 50 anos.

Matuskela Vive se encerra com a formação atual da banda interpretando "Velho Demais". Em uma aparente contradição, a obra, como produto cultural, desafia os tons melancólicos e burgueses da canção. Em vez disso, apresenta os sobreviventes, 50 anos depois, ainda conectados aos momentos marcantes de suas carreiras. No fim, o que prevalece é o amor pela música, a inquietação em revisitar o que foi feito, para quem foi feito e o sentido artístico de um disco que, ironicamente, despertou mais atenção décadas após seu lançamento do que em seu próprio auge.

Para mim, é fim de papo. A ideia de que somos mais felizes hoje, livres do estigma do envelhecimento que tanto nos preocupava na juventude, faz todo sentido. Estamos aqui, longe das mãos da censura que um dia sufocou nossos sentimentos. É inspirador ver Anapolino ainda sonhando com a guitarra no palco todas as noites, sem enxergar o fim do túnel. É emocionante observar a cantora Lúcia de Maria, vibrante e afiada, com muitos dias de palco ainda por vir.

Matuskela Vive acerta em seu título. Afinal, está vivo quem cultua a fé no altar de sua arte. O filme não carrega angústia, solidão ou nostalgia. Ele celebra a trajetória de uma banda que não imitava, mas inspirava outros a imitá-la, e que mergulhava no transe de influências como Santana, enfrentando um poder opressor que tentava apagar esperanças. Essa poderia ser a essência da vida e da música do Matuskela.

Resta, sim, um toque de saudade, especialmente nas quase últimas imagens do compositor Clodo Ferreira. No documentário, ele reivindica sua contribuição para esse mosaico quase feliz do Matuskela, mostrando que, assim como a banda, sua carreira pós-vida também deixou marcas que transcendem o tempo.

Com uma direção leve e, por vezes, até histriônica, Matuskela Vive evita o revisionismo fácil. É um filme resolvido, que não tenta ser maior do que o próprio Matuskela, cuja trajetória foi, como o título sugere, bem alinhada às circunstâncias da vida. Talvez essa simplicidade seja a chave para explicar por que eu também apareço no filme dando meus pitacos.

Ah, e é ótimo ver que o diretor aproveitou a oportunidade de colocar na tela nossos amigos — fãs genuínos do legado do Matuskela —, que estão muito bem representados. O filme não se preocupa em importar estrelas; em vez disso, dá protagonismo àqueles que realmente fizeram parte da história da banda, tornando a obra ainda mais autêntica e próxima da realidade do Matuskela.

 (mário pazcheco)

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Famoso vem do latim famosus, que significa "notável", "celebrado", "alguém com fama".
é uma abreviação da palavra inglesa fanatic, que originalmente se refere a alguém com devoção excessiva, entusiasmo ou paixão por algo ou alguém, especialmente no universo das celebridades e figuras públicas.

 

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