1995: ARNALDO BAPTISTA: LIVRO DIVINA COMÉDIA DOS MUTANTES: AQUI VAMOS NÓS OUTRA VEZ! (PARTE 11)
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1995
LIVRO
DIVINA COMÉDIA DOS MUTANTES: AQUI VAMOS NÓS OUTRA VEZ!
Minhas recordações sobre esse livro não são das melhores, por razões pessoais. Certa vez, atirei-o ao chão diante de um espectador atônito. Meu exemplar ainda carrega essa marca de protesto até hoje. Não sou formado em jornalismo e, naquela época, não compreendia que as fontes de informação existiam para serem usadas livremente. Coube apenas ao autor dessas fontes primárias, em alguns casos, reconhecer o quanto de seu trabalho foi incorporado.
O pré-lançamento de A Divina Comédia dos Mutantes aconteceu no caderno Mais, da Folha de S. Paulo, na edição de domingo. Aquilo foi um evento de tirar o fôlego para mim; mal conseguia dormir à espera do livro. Logo no capítulo de abertura, o autor narra como Arnaldo pulou da janela, o que gerou comoção e indignação. Mais uma vez, Arnaldo Baptista parecia estar desprotegido.
Uma pessoa próxima protestou: "Uma história tão bonita não merecia ser contada a partir daquele episódio." Outro leitor, próximo de Arnaldo, comentou: "O autor era muito amigo da Rita Lee." Já uma terceira figura importante na história da banda tentou, a todo custo, suprimir uma parte que apontava o começo final das dificuldades enfrentadas por Arnaldo.
O livro apresenta poucos erros e, com coragem, expõe e enaltece a vida e a obra dos Mutantes. É necessária uma leitura atenta para entender plenamente o que foi escrito e o impacto que o livro teve em documentários produzidos posteriormente.
Dentro da modesta bibliografia sobre o rock nacional, esse livro se destaca por sua independência e ousadia. É uma leitura obrigatória que permanece relevante até os dias de hoje.
Divina Comédia dos Mutantes: Continua sendo revisitado como uma obra essencial para compreender os Mutantes e seu papel na música brasileira, mantendo relevância no campo da história cultural.
Conclusão
Enquanto Balada do Louco é uma obra visceral e pessoal, que reflete a admiração e os conflitos de seu autor com Arnaldo Baptista, Divina Comédia dos Mutantes se posiciona como um relato abrangente e bem documentado da história da banda. Juntos, eles oferecem perspectivas complementares: uma íntima e emocional, outra ampla e analítica, ambas fundamentais para entender a complexidade dos Mutantes e o gênio de Arnaldo Baptista.