Do Próprio Bolso 43 Anos: O Som da Resistência Cultural em Festa (Abril/2025)
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Rock, memória e liberdade marcaram o happening no Museu do Rock
★ Os Candangos, ★ Elvis, "Príncipe do Rock" ★ Coyote do Guará ★ Delta Vórtex ★ Fantasmas do Século XX ★ Doses Nocivas
No sábado 5 de abril, o Do Próprio Bolso comemorou seus 43 anos com uma celebração que foi muito mais que uma festa: foi um happening — um ritual sonoro e coletivo de resistência cultural. No Museu do Rock, em Brasília, o quintal virou palco de um encontro vibrante entre gerações, ideias e distorções.
Logo nos primeiros acordes de “Hells Bells” do AC/DC, a atmosfera foi tomada por uma energia quase ritualística. Com cenário montado artesanalmente, equipamento digno da ocasião e captação cuidadosa do cinegrafista Valério Paganelli, o evento foi registrado para um teaser especial que promete traduzir em imagem a força desse encontro.
No centro do redemoinho, o anfitrião afirmou: “Não é show, nem evento. É missão.” A fala sintetiza o espírito do Próprio Bolso: música feita com convicção, suor e muita teimosia criativa.
Destaques musicais
A noite contou com apresentações memoráveis:
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Os Candangos incendiaram o público com seu rock visceral, em uma performance que contou com a participação especial do garoto Elvis, apelidado carinhosamente de “Príncipe do Rock”.
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Coyote do Guará entregou uma performance intensa, com um som que mistura hard rock, camadas existenciais e elementos do cerrado, criando atmosferas únicas e poéticas.
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Fantasmas do Século XX subiram ao palco com sua mistura densa e poética de pós-punk e crônica social. A presença esfuziante da vocalista Bruna Argôlo, trajando um chambre que parecia condensar décadas de atitude underground, deu o tom teatral e dramático da apresentação — uma verdadeira encenação sonora do Brasil lírico e sombrio.
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Delta Vórtex apresentou seu rock indie cantado em inglês e português, com fortes influências contemporâneas e uma sonoridade que dialoga com a cena alternativa global, sem perder a pegada local.
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Doses Nocivas impressionou pelo visual marcante: estética dark calcada no preto, inspirada nos anos 80, em perfeita sintonia com seu som pesado, atmosférico e provocador. Uma banda que transforma palco em performance.
O evento foi totalmente autogestionado, com apoio de amigos e do filho do anfitrião, Virgílio, que cuidou da montagem técnica e da retomada do som — um gesto simples, mas fundamental para que o happening acontecesse.
Uma celebração que resiste
Mais do que uma comemoração, os 43 anos do Próprio Bolso reafirmaram a importância da criação independente, da memória musical e do encontro presencial em tempos de dispersão. Para quem esteve lá, foi mais que um show: foi um lembrete de que o rock ainda pulsa — marginal, livre, necessário.
Como disse um dos músicos presentes: “Velhos amigos sempre encontram o caminho de volta.” E enquanto os sinos do inferno continuarem tocando… o Do Próprio Bolso também continuará.