Leandro Maia no Piano do Mistério (2025)

Salão da Beleza & Agimos

apresentam
Leandro Maia em:

Uma Ilusão Autobiográfica

Marcelo Delacroix

participação especial

Contatos: https://www.leandromaia.com.br/

29 de junho de 2025

Leandro Maia no Piano do Mistério

Recebi um áudio de uma música chamada “Guaipeca”. Logo de saída, permiti que meus ouvidos enxergassem aquilo de um jeito diferente. A música vinha carregada – muita informação admirável. Ali brotou em mim uma ponta de desconfiança e passei a semana inteira martelando uma pergunta: quem é esse Leandro Maia?

Nesse ínterim, anunciaram um show dele próximo à minha casa. Pensei que seria no sábado – mas era no domingo, justamente o mesmo domingo em que já havíamos combinado de ir ao show de Márcia Tauil e Cristovão Bastos.

Leandro, sempre gentil, disse com naturalidade:
"Não tem problema, depois do show da Márcia Tauil, venha ao meu. Seu nome estará na porta."

Assim foi feito. Perdi o show, mas ganhei um amigo. E ganhei também um exemplar do seu CD “Palavreio”.

Fui apresentado à sua companheira de vida e arte, Maria Falkembach – um casal simples, de uma felicidade engajada, que acaba de lançar o vídeo “Diadorim” (a coreografia de 'Diadorim é um trecho do Road Movie “Paisagens”). Leandro Maia está sempre em transformação e andança. Se não me engano, já são quatro discos lançados – que se unem como os vértices de um triângulo: poesia, música e pensamento.

Além de compositor, Leandro é professor da UFPel. Sua cabeça é multifacetada. Sua música, também. Ele acaba de concluir “Paisagens” cuja a viagem é o eixo central da narrativa. Os personagens pegam a estrada – literalmente – e a jornada física geralmente simboliza uma busca interior, transformação ou fuga. O CD “Palavreio” vem com substância rara, aquela mesma que habitava discos sinfônicos de artistas como Hareton Salvanini, e que também resgata a ousadia livre das composições de Sérgio Ricardo.

Engraçado: mal conseguimos conversar. O show acabara, ele suado, cercado por gente – como moscas em volta da luz. Mesmo assim, paramos ao lado do piano e ele me disse:

piano Foto: Marizan Fontinele

"O piano é, sem dúvida, um dos meus instrumentos preferidos para compor. Mas não sou pianista – a maior parte do meu trabalho nasce mesmo no violão, que é meu instrumento principal. Curiosamente, o piano é justamente o instrumento que não sei tocar, mas que uso para criar algumas das minhas canções." (Leandro Maia)

Ali registramos a foto.

Amanheci ouvindo “Palavreio”. É um mar doce de palavras salgadas, líricas, distintas, com uma verve poética potente e um eco psicodélico de guitarra. Um CD que fala uma língua portuguesa de fronteiras abertas.

Para mim, Leandro Maia é um mistério irresoluto.

E eu preciso de mais dias afins para seguir descobrindo sua obra – um espectro urgente e novo na música feita de palavra, poesia e Brasil.

 

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