Reencontro com a Cidade Dormitório no Museu do Rock

    Brasília – 30 de junho de 2025 – Na foto, entre 9 e 10 corpos, fomos felizes. Recebemos a visita do pessoal de Sergipe, da banda Cidade Dormitório, que está completando 10 anos de existência e fugiu da rotina calorenta de Aracaju para conhecer o nosso Museu do Rock. O contrabaixista João Mário já era conhecido nosso, de quando visitamos Aracaju anos atrás.

    A turma passou em revista as estantes do museu com atenção e curiosidade. Muitos deles vendem camisetas e materiais autorais em banquinhas montadas em frente aos shows; outros são verdadeiros pesquisadores da cena underground brasileira. Ficaram especialmente encantados com a seção de zines, onde encontraram referências à banda Cabrunco, pioneira da cena indie sergipana.

    Trocamos informações rápidas, e eu, como sempre, falei sem parar. Comentei sobre quadros como "como andar distâncias e o show não acontecer", e revivi momentos como a tarde em que o pintor Cícero Matos produziu uma obra ao vivo enquanto assistíamos à performance do Terno Elétrico. Aproveitei para destacar a importância artística de Cícero, natural de Pirenópolis, e ainda pedi à Ana Luíza: "quando eu morrer, não venda esse quadro".

    Mostrei também alguns discos raros. Os meninos ficaram assoberbados com a organização do acervo e prometeram que um dia farão um show aqui. Falaram sobre fãs que acompanham os shows munidos de diários, coleções de setlists e registros afetivos. Comentaram sobre a falta de memória no Brasil e me disseram, entre risos e espanto, que o meu trabalho era “coisa de maluco”.

    Saíram felizes, em direção ao aeroporto, levando consigo dois exemplares dos meus livros. Ou seja: a semente foi lançada – às margens dos rios que cortam Aracaju.