Caderno 3 MÚSICA (17/1/2011)

Setentão maldito: Jorge Mautner

O polêmico músico e compositor carioca chega aos 70 anos hoje. A festa sonora acontece no lendário no Circo Voador, no Rio de Janeiro

Considerado pela grande mídia como um artista "maldito" da música ao lado de outras figuras da MPB do porte de Jards Macalé, Tom Zé e Raul Seixas, entre outros, Jorge Mautner vem transitando na área artística desde o final da década de 50 quando escreveu seus primeiros livros e também compôs as canções de estreia como Olhar Bestial, Iluminação e O Vampiro, está última gravada por Caetano Veloso em seu disco "Cinema Transcendental" de 1979.

Além de atuar no campo das artes, nas vertentes da música, da literatura e do cinema, Jorge Mautner também militou na imprensa escrevendo nos jornais cariocas Última Hora e O Pasquim, sendo conhecido por suas posições filosóficas, anarquistas e ecológicas. Ele também atuou na política, tendo ligação com o Partido Comunista. Foi chefe de gabinete de Gilberto Gil, quando era vereador pelo Partido Verde em Salvador e também assessor do artista baiano, na época em que ele ocupou o cargo de ministro no governo de Luis Inácio Lula da Silva.

Obra musical

Além de compor sozinho, letra e música, Jorge Mautner tem como parceiro maior de sua obra o fiel escudeiro o baiano Nelson Jacobina, com quem atua nos palcos e no estúdio desde o início da década de 70. É da dupla, a canção mais conhecida do público brasileiro, Maracatu atômico, registrada originalmente por Gilberto Gil em 1973 no LP "Cidade de Salvador", um ano após num álbum do próprio Mautner e que mais recentemente, em 1996 foi regravada por Chico Science & Nação Zumbi no CD "Afrociberdelia".

Número

12 Discos compõem a discografia solo de Jorge Mautner. O primeiro foi lançado em 1972, "Pra iluminar a cidade". O mais recente é "Revirão", de 2007. O compositor carioca também lançou mais de uma dezena de livros, entre prosa e poesia.

NELSON AUGUSTO
REPÓRTER / http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=918703