ROCK IN RIO: THE WHO NO BRASIL!

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Roger Daltrey, left, and Pete Townshend of The Who perform at the Outside Lands Music Festival at Golden Gate Park on Sunday, Aug. 13, 2017, in San Francisco.
(Photo by Amy Harris/Invision/AP)

Às vésperas de apresentação no Brasil, The Who faz show vigoroso em Las Vegas
Estadão Conteúdo/http://istoe.com.br/as-vesperas-de-apresentacao-no-brasil-the-who-faz-show-vigoroso-em-las-vegas/

12 ago. / 2017 - Os cabelos podem estar brancos ou mesmo faltando, mas Roger Daltrey, 73, e Pete Townshend, 72, membros originais do The Who, não estão nem aí: fazem um show rock’n’roll de dar inveja a muito novinho. Na sexta-feira, 11, o jornal O Estado de S. Paulo acompanhou a última apresentação da primeira residência de uma banda de rock em Las Vegas, um cenário normalmente dominado por divas pop como Celine Dion e Mariah Carey, para ter uma ideia do que vai ser apresentado no Brasil, onde The Who se apresenta em São Paulo (21/9), Rio (23/9) e Porto Alegre (26/9), sempre para grandes públicos.

Com seus 4.300 lugares, o Colosseum, em Las Vegas, não é páreo para o Allianz Parque, em São Paulo, que comporta 55 mil espectadores e é palco do festival São Paulo Trip, que também tem Bon Jovi, Aerosmith e Guns n’Roses, entre outros. A estrutura de luz, som e telões, portanto, foi menor em Las Vegas. Mas deu para ter uma ideia boa do que o público brasileiro vai ver: uma banda cheia de energia, capaz de levantar até a plateia mais conservadora.

O show começou com "Who Are You" – nada mais justo, já que a música era o tema de abertura da série CSI, ambientada em Las Vegas. A partir daí, não faltaram hits dos impressionantes 52 anos de carreira do The Who, como "The Kids Are Alright", "My Generation" e "Baba O’Riley".

A banda, hoje formada por Daltrey, Townshend, o baixista Jon Button no baixo e Richard Starkey, filho de Ringo Starr, dos Beatles, na bateria, também tocou várias faixas das óperas-rock Tommy, como "Sparks", "Amazing Journey" e "Pinball Wizard", e Quadrophenia, entre elas "I’m One", "The Punk and the Godfather", "Drowned" e "Love, Reign o’er Me". Como as apresentações no Brasil são as primeiras da história da banda, o set list também deve ser recheado de sucessos.

Além de Button e Starkey, a banda de apoio conta com John Corey e Loren Gold nos teclados, Frank Simes nos teclados, percussão e banjo e Simon Townshend, irmão de Pete, na guitarra. Mas a alma, claro, está em Pete Townshend e Roger Daltrey.

Townshend está em forma na guitarra, usando movimentos clássicos como o moinho e fazendo comentários sarcásticos entre as canções. Daltrey se desculpou por estar sofrendo um pouco com a secura do deserto, mas ainda assim alcançou notas bem altas.

Os dois também trocaram confetes a noite inteira. “Pete escrevia o que eu cantava, não tinha ideia do que as músicas falavam”, disse Daltrey, modestamente. Ao fim do show, agradeceu a Townshend por estar ali e não ser crooner em algum lugar da Inglaterra. “Seria bem mais fácil”, afirmou.

O guitarrista retribuiu dizendo que ninguém canta melhor suas canções do que Daltrey. Townshend também disse obrigado à plateia por gastar parte de seu suado dinheiro em ingressos para o show.

Os ingressos inteiros para a noite do The Who no festival São Paulo Trip custam entre R$ 300 e R$ 780 e estão à venda no www.ingressorapido.com.br e no Teatro TUCA. Mais informações no site www.saopaulotrip.com.br.

 

Roger Daltrey diz que rock de sua geração evitou a III Guerra Mundial
Vocalista do Who, que toca no Rock in Rio, acredita porém que gênero se esgotou: 'Hip-hop foi um passo à frente'

POR EDUARDO GRAÇA 

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Roger Daltrey (à esquerda) e Pete Townshend, em show do Who - Chris Pizzello / AP

30 jul. /2017 - OS ANGELES - A espera, 53 anos religiosamente contados por fãs de quatro gerações, termina em setembro. Uma das mais inovadoras e influentes bandas de todos os tempos, The Who se apresenta no dia 21 em São Paulo e é uma das atrações centrais do Rock In Rio, com show no mesmo dia, 23, do Guns N’Roses; e ainda em Porto Alegre, no dia 26; com a presença dos dois gigantes da formação clássica, o guitarrista e letrista Pete Townshend, 72 anos, e o vocalista Roger Daltrey, 71. Inspirado pelo fim do jejum, Daltrey revela, em entrevista exclusiva ao GLOBO, que sempre cantou a mais famosa composição de Townshend, a explosão de rebeldia adolescente “My generation” (cujo último verso garante, sem rodeios: “espero que morra antes de ficar velho”) com uma certeza: “Envelhecer não tem a ver com idade física e sim com a cabeça”.

O jovem setentão quer reger em setembro um coro de brasileiros em hinos como “Pinball wizard”, “See me feel me” e até, quem sabe, a safadinha “Pictures of Lily”. O setlist dos shows é centrado nos clássicos da banda, cobrindo um repertório que vai de “I can’t explain” e “My generation” (de 1965) até, eventualmente, “You better you bet” (do álbum Face dances, de 1981), passando por faixas dos monumentais The who sell out (1967), Tommy (1969), Who’s next (1971) e Quadrophenia (1973), discos marcados pela bateria insana de Keith Moon (1946-1978) e o gênio de John Entwistle (1944-2002), considerado por muitos críticos o maior baixista da história do rock. No Brasil, a banda contará com Zak Starkey, 51 anos, filho do Beatle Ringo Starr, na bateria, e Jon Button, 46, no baixo. Completam a formação o multi-instrumentista e diretor musical Frank Simes, 61, o guitarrista Simon Townshend, 57, irmão de Pete, e os tecladistas Loren Gold e John Corey.


Por que demorou tanto para The Who se apresentar no Brasil?

Pete não gosta de fazer turnês. Em 1968, na época de “The Who sell out”, viajamos pela primeira vez, para Austrália, Nova Zelândia e EUA. Teve confusão na Austrália, fomos expulsos do país. Depois disso, a formação clássica, com Keith e John, nunca mais saiu do eixo Europa-EUA. Todas as vezes em que apareceram convites, Pete recusou. Só fomos ao México, por exemplo, no ano passado. Aliás, fiquei impressionado com o público, que cantava todas as músicas em coro.

O público brasileiro também gosta de cantar junto...

Sério? Eu adoro, me alimento da energia e uso no palco. No México, pela primeira vez na história do Who, o público cantou mais alto do que a gente. Quando as pessoas cantam junto, as batidas dos corações ficam todas no mesmo ritmo. Ainda hoje é das coisas que mais me arrepiam em shows de rock. Adoraria experimentar isso de novo no Rio, em São Paulo e Porto Alegre. Mas prefiro não ter expectativas, se a gente ainda tiver fãs no Brasil já é lucro.

Claro que têm! O dia mais concorrido do Rock In Rio é o dia em que vocês tocam...

Mas não é por causa do Guns N’ Roses? Tudo bem se for. Adoro o Slash, um guitarrista fenomenal! Fiquei feliz de saber que ele vai tocar no Rio de novo. Aí a coisa esquenta, né? (risos)

Vocês e o Guns aparecem como co-headliners. Alguma chance de dividirem o palco?

Acho bem difícil (risos). Embora tenhamos nos notabilizado por shows em grandes arenas, sempre nos sentimos, em festivais, desde Monterrey (1967), Woodstock (1968) e Ilha de Whight (1970), como gladiadores em uma arena romana. A passagem de som é uma incógnita, você está sempre nas mãos dos deuses. Aí é complicado amarrar algo extra.

Nas redes sociais, fãs do Guns e do Who protagonizaram uma polêmica sobre quem deveria se apresentar antes ou depois...

Isso é uma idiotice. Não dou a mínima se entramos antes ou depois. Agora, não posso deixar de lembrar do que Mick Jagger disse: “A pior decisão de sua carreira é entrar em um palco imediatamente depois do The Who”. E se o Mick disse...(risos)

Qual será o repertório dos shows no Brasil?

Os clássicos, com um set list parecido com o que fizemos no começo do mês no Canadá (com “Who are you”, “The kids are alright”, “I can see for miles”, “My generation”, “Pinball wizard”, “See me feel me”, e um final matador, com “Baba O’Riley” e “Won’t get fooled again”). É engraçado, porque o público escuta os acordes de certas músicas e começa a cantar antes da gente. De novo: adoro! (risos).

No palco, várias músicas são executadas com três tecladistas e harmonizações sofisticadas, com uma atenção especial dada aos vocais de apoio...

Sim, e isso é proposital, desde os Beach Boys parece que as harmonizações se perderam no pop e no rock.

Você vem falando da desimportância do rock, em como o hip-hop o superou...

Sim. Não sei se um dia o rock vai virar algo como o jazz, um gênero para poucos apreciadores, vamos ver. Mas acho que chegamos a um ápice, experimentamos de tudo no rock, e não há mais novas fórmulas a ser encontradas. Ele se esgotou. O hip-hop foi um passo à frente. Gosto muito de quase tudo, ouço sempre que posso. Só não sou fã do gangsta rap. Mas tudo bem, o rock dos anos 50, 60 e 70 foi pertinente e crucial para artistas e público.


Em que sentido?

A revolução adolescente foi fundamental para evitar um novo conflito mundial de proporções catastróficas. Tenho certeza de que estaríamos muito mais perto de uma Terceira Guerra Mundial se não fosse pela música do Who, dos Stones, dos Beatles, Beach Boys, Kinks, Animals, Zombies e tantos outros. Nós trouxemos um quê de liberdade e inconformismo em um momento muito importante. Minha geração denunciou a manipulação política através da cultura de massas.

Falando da sua geração, você cantava com convicção “espero que morra antes de envelhecer”?

Eu sempre pensei nesta letra de forma menos literal. Ou seja, que você não deve envelhecer na mente, na cabeça. O corpo é outra coisa, o mais importante é manter, apesar de tudo, a cabeça jovem. Estou mais maduro, mas, em muitos sentidos, sou hoje mais jovem do que era quando gravamos “My generation”.

E o que acha da cena pop contemporânea?

Escuto cada vez menos, literalmente, então me exponho a ela menos do que gostaria. Eu e Pete sofremos de problemas auditivos por conta da exposição que tínhamos, sem proteção alguma, ao barulho da música eletrificada, nos shows quase diários, anos a fio. Fazemos, inclusive, piada um com o outro quando estamos no palco, embora isso jamais tenha prejudicado nossas apresentações. Mas vou dar meu pitaco mesmo assim: tenho a sensação de que o pop e o r&b de hoje são monocórdicos. Parece que há uma mesma pessoa cantando todas as músicas, só muda o nome e o sobrenome para disfarçar (risos).

E a sua voz, mudou com o tempo?

Sim, e para melhor. Tive um pré-câncer na garganta uns anos atrás e fui forçado a tratar do meu instrumento seriamente pela primeira vez. Além do aprimoramento técnico, evoluí como vocalista por conta de meu amadurecimento emocional. Voz é emoção. E eu, hoje, sou um homem sem medo.

Mas a sua presença no palco não passava vulnerabilidade...

Pois eu morria de medo de tudo, era baixinho, sofri muito bullying. O palco, a música, me salvaram. Se não fosse a música e a possibilidade de extravasar meus medos no palco, eu teria, como muitos amigos de infância na periferia de Londres, virado bandido. A minha voz, no fim, é a representação da vida que eu tive com os meus amigos no Who e que ainda carrego comigo, com minha família. Sou um sujeito, e um vocalista, muito melhor hoje.

Você teve singles sem a banda que chegaram ao topo das paradas, inclusive no Brasil. Se arrepende de não ter investido mais na carreira solo?

Não. Tenho orgulho de quase tudo o que fiz sozinho, especialmente a trilha sonora de Lizstomania (1975), do Ken Russell, com o Rick Wakeman, mas meu negócio sempre foi The Who. Fui eu quem formei a banda, né? Os discos solo nasceram porque precisava trabalhar, e o Pete teve longos momentos de intersecção criativa. Nos anos 1980, depois da morte do Keith, o The Who só fez o Live Aid. Aí fui cantar por aí, brinquei de ser ator, obra de Ken (Russell), mas sou muito preguiçoso para voltar a atuar (risos). Já não gosto mais de ficar muito tempo longe de casa. Mas no Brasil a gente tinha de ir, né?

Voltando ao Brasil, Kit Lambert (1935-1981), que foi empresário da banda entre 1966 e 1974, esteve na Amazônia, em uma expedição bancada pela Royal Geographical Society, e acabou preso. Ele contava histórias sobre o Brasil para vocês?

Ele viajou para a Amazônia em uma expedição, nos anos 1960. E um amigo, que viajava com ele (Richard Mason), foi morto por índios de uma tribo canibal. Kit carregou o corpo dele até voltarem à civilização. E foi detido porque as autoridades acharam a história mal contada. E ele não gostava de entrar a fundo no tema. Nós amávamos ele, sabia? Um dos momentos mais tristes da banda foi quando tivemos de dispensá-lo, a ele e ao Chris Stamp (1942-2012), mas não dava mais, eles se tornaram viciados em drogas pesadas, e, por isso, começaram a nos roubar. Mais do que as aventuras do Kit, o que me lembro mesmo do Brasil é das seleções incríveis de futebol que vi jogar nestes anos todos.


E a música brasileira?

Honestamente, nunca esteve no meu radar. Adoro o espírito brasileiro, conheci muitos imigrantes em Londres e fiquei com a impressão de que vocês, de algum modo, vivem mais intensamente do que nós, pobres estrangeiros (risos), mas a música jamais me influenciou.

Quando The Who completou 50 anos você disse que...

(interrompendo) Era só mais um número. E ainda penso assim. O que importa é ser um sobrevivente. Tantos amigos queridos foram ficando pelo caminho.

Do que você mais sente saudade quando pensa em Keith e John?

Não é, por incrível que pareça, da genialidade musical deles. Nos últimos anos de cada um, sejamos honestos, Keith estava muito louco, foi triste, perdeu a habilidade física, caiu da posição de melhor do mundo para algo irreconhecível. Já John ficou completamente surdo no fim, tocava o baixo muito mais alto do que deveria. Sinto falta mesmo é da personalidade, da companhia dos meus dois amigos. Eles eram hilários. Keith foi, de longe, a pessoa que conheci mais interessada em fazer o próximo rir. Muitas vezes eu tinha de fugir dele para não fazer xixi nas calças de tanto rir. E o John era de uma inteligência cômica singular, às vezes deliciosamente maldosa. Sinto falta do humor negro dele, mas isso também poderia ser um inferno. Éramos, nós quatro, no fim, amáveis inimigos. E tem uma coisa que você me fez pensar agora, no aspecto musical...

Que é?

O Zak tem a personalidade dele, claro, mas não dá para esquecer que o Keith foi quem deu a ele o primeiro set de bateria. Ele era menino, pré-adolescente, e o Ringo havia se separado da Maureen (Starkey, 1946-1994). Foram anos duros para nós todos, e Keith foi, para dar uma mão, muitas vezes, babá do Zak. E o Zak sobreviveu! (risos). O resultado é que o jeito de tocar bateria de Zak tem, sim, muito a ver com a do Keith, e nossa história continua.

Leia mais: https://oglobo.globo.com/cultura/musica/roger-daltrey-diz-que-rock-de-sua-geracao-evitou-iii-guerra-mundial-21646989#ixzz4oVlzv6lj


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