FILOSOFICE, O ÓCIO DA FILOSOFIA

 dando tiro pra cima, para matar o tempo

Aleturgia são exercícios da "manifestações da verdade" E no meio disso uma análise da conduta como ação política. Pode parecer coisa de doido, mas estes são os reflexos que escrevo sobre inatividade. Falta de ação ou de atuação do funcionário público que, por disposição legal ou por motivo de aposentadoria, se encontra afastado de suas funções. É nestas coisas que penso: "Mantenham o pensamento nas coisas do alto, e não nas coisas terrenas." Estou muito interessado em saber porque artistas ou trabalhadores ou mesmo políticos não gostam de ser comparados a vagabundos.  Escrevo pela manhã enquanto tomo minha medicação.

 REBULHAR

 É hora de rebulhar e de reinterpretar a si mesmo. O capital transformou o mundo em uma máquina ceifadora de vidas. Resistir é procurar dentro da algibeira algum trocado. Alguma ilusão ou cheiro de vômito passado de alguma garrafa de vinho que não vale a pena ser contrabandeado. As classes são contragolpeadas pelos espaços que ocupam.   Os agressores estão livres. Liste as violências, desde o parto ao cárcere privado e chegam à violência doméstica. Tudo o que você precisa fazer é trocar a cor das lentes com as quais você olha para pontos nevrálgicos da sua vida. Tem de fazer uma reinterpretação dos fatos para ressignificar o passado, alterando sua influência no presente e, por conseqüência, no futuro.

QUE FIM LEVOU A FUMAÇA DO MEU CIGARRO QUE DISFARÇAVA A MINHA INSATISFAÇÃO?

E, quais eram as estradas que eu procurava para me perder? Uh. Faça o seu seguro com a sua apólice. Tudo vai rolando, girando, correndo e você é um pino. Quero escolher. E estou sentindo a sábia reclusão das pessoas no tocante aos fatos delas e de suas vidas. Facebook é um canal de alegria com fotos da ilusão (A maior parte de suas fotos é uma ilusão). Tudo sob o regime do artifício para limitar-lhe a independência. Eu não quero igualdade na forma, não quero ser marcado, ser induzido ao consumo. Direcionado!

 SOLIDARIEDADE SOCIAL 

 Somos uma quadrilha de 4 elementos que pratica a autoanalise. É como se estivessemos em um bar, em um reduto petista, na Asa Norte, frequentado por outras correntes políticas. Nem me lembro do que falamos na viatura e nem dos códigos repetidos como "eutanásia" uma senha para tirar os animais da estrada ou "desovar" para descer da viatura. Nas manhãs, há um misto de loucura, das mais sinceras situações íntimas vividas por 4 homens de meia-idade e seus dramas familiares e lembranças de nossos pais.

 "Hoje amanheci com saudade da praia". Foi o que ouvimos, e eu pensei no Ceará e o motorista em Copacabana.

 E continuamos a falar sobre abandono de medicações e despesas com drogarias. Declararam seus votos em Paulo Octávio/55 em detriemnto a Ibaneis Rocha.

 A vida é uma coisa mecânica, vive mais, quem sabe mais. As atualizações são balanços que consistem na reavaliação dos elementos patrimoniais que podem ser materiais ou imaterias da própria vivência. É a cultura do vivido. Coisas que só se vivem nessa idade. Coisas que somente são entendidas agora: não se ensina truque novo a cachorro velho. Difícil explicar isso àqueles que procuram reflexos antigos.

 Acho que foi Bob Dylan que cantou: "Ah, mas como eu era mais velho. Agora sou mais jovem do que fui.".

 Perdi a vaga no estacionamento para o Citröen que estacionou frente à porta do escritório. Agora quando olho pela porta vejo uma bandeira nacional de plástico tremulando acima do vidro do carona no lado do motorista. E isto foi me irritando e eu pensando no perfil da motorista. Sei que todo mundo é livre, mas basta eu olhar a bandeira e o meu sangue sobe. E não é que um tempo depois, ela desceu, apertou o botão estridente do controle para destravar a porta e retirou a bandeira? Respirei. Meu sentimento não é socialmente solidário.

 O QUE FOI FEITO, FOI REFEITO

 "Aquele que é a Palavra estava no mundo, e o mundo foi feito através dele, mas o mundo não o reconheceu." Mas Jesus respondeu a eles: “Meu Pai continua trabalhando até agora, e Eu também estou trabalhando.” …

 Uma incrível satisfação de realização, de que tudo que poderia ser feito, foi feito. Nenhuma necessidade de realização, a liberdade de olhar e ver que tudo foi feito. Da melhor maneira. Ainda penso como um louco em dias de desespero. A cabeça funciona como quando você usa óculos composto para ver o arco-iris. Agora tenho o tempo para mim e para revisões. O corpo ainda disforme falha. O bom corpo magro compadece. "Seneca cortou as artérias dos seus braços mas, devido a sua dieta frugal e frágil estrutura, ele não morreria. Ele tomou veneno - como havia feito o famoso filósofo grego Sócrates - e então foi colocado em banho quente, onde ele foi sufocado pelo vapor."

 Ouço a variante de um imenso som. Gosto de música embrionária e experimental. Como foi composto o LED ZEPPELIN I. Pensava que sabia, estes CDs japoneses são espertos. Me aprofundo no suave como a pluma, pousa a borboleta sobre a flor que parece flutuar sob um céu sereno em dias de magia, onde rola o som e a labuta. Tenho muito a dizer e mais a viver e ouvir minhas próprias histórias.

GERSINHO TEVE CONCERTO!

Foto de Marcão Gomes

Cesar De Paula interpreta 'Terra vermelha"

Falo por cima da foto do Marcão Gomes - rock'n'roll ainda na fase do desespero, é o que vivemos e também vivemos da esperança da vontade de escrever e abraçar os ideiais, antes que eles sejam torturados e silenciados e trancafiados. Uma nova manhã surge todos os dias, depois do 7, o 8 de setembro. A melhor notícia é que o querido e aguerrido artista inovador saiu da UTI, fato que nos alegrou em muito.

A muvuca nas imediações do Kareka, espandiu-se para uma lagoa diferenciada. Nas imediações lojas fechadas e alamedas esvaziadas. Tudo é breu e sucateamento.  A conformidade e uniformidade assustam. Na muvuca, os bardos e os heróis de um tempo carente de cultura. Instrumentos agarrados às costas dos músicos.

Taguatinga “lugar de gente feliz” foi o que eu pensei. Ali, vi e amei os adesivos nos parabrisas dos carros estampando o 13. Vi decalques colados nas camisetas na altura do peito com os dizeres "Sou professor".

O Kareka ainda é um reduto de militantes da educação, foi parte do povo alegre que reencontrei nas mesas. No palco, os artistas lutavam para dar o melhor de si, combatendo as limitações. Mas o que valeu foi a presença massiva daqueles que amam e reconhecem a importância do Gersinho. Nas rodas, conversas jogadas ao relento e fumaça e cerveja. Por um momento, poderíamos esquecer a atualidade e voltar aos nossos dias de luta. A cena reage e nos dá orgulho. "Todos" estavam lá, desde Luis Eduardo a Celião, de Robson Gomes a Marcelo Marssal. Falei com Júlio Junk e André Azenha e apertei pares de mãos nos dando boas-vindas.

E num convite maroto: "Estaremos no Manifesto sonoro?" He he he - pode ser, só que agora, só dou rapidinhas, só passo os olhos famintos por amor e por compreensão e também por rock.

Que Gerson se restabeleça o mais breve possível!