LSD: RENASCEU NO FIM DOS ANOS 80 (1987)

 

   LSD, renasce moda dos anos 60
   (Hoyt Coffee) DA UPI*

  Atlanta, setembro de 1987, Vinte anos depois, o LSD, o ácido alucinógeno usado pelos hippies dos anos 60 para viajar por um mundo de cores e sensações indescritíveis, voltou à cena, desta vez pelas mãos de adolescentes jovens demais para se lembrar de que havia um espinho na flor cultivada pela geração hippy que entreabriu as portas da percepção.

   “É tão perigoso que chega a assustar e fiquei realmente preocupado quando vi garotos envolvidos com a droga”, confessa o policial Larry Coleman, do município de Glynn, na Geórgia, que em julho de 1987 prendeu seis adolescentes com cerca de 300 doses de ácido - pequenos retângulos de mata-borrão saturados com LSD.

Coleman diz que ficou um pouco surpreso ao descobrir a droga - e não é o único. A aparente ressurreição do LSD como droga popular entre os adolescentes norte-americanos estava começando a preocupar as autoridades, os pais e até mesmo os jovens, ignorantes do seu potencial destrutivo.

“Há indícios de que laboratórios ilegais estão novamente produzindo a droga”, diz Don Dougherty, porta-voz da agência de combate às drogas, em Washington, “Não chegou ainda à proporção dos anos 60, mas tudo indica que sua popularidade estava crescendo”..

Estrela azul

A preocupação aumentou no inverno passado com a descoberta do “ácido estrela azul”, doses supostamente muito forte, de LSD em pedaços de mata-borrão com uma estrela azul impressa. Os rumores são de que a droga estava aparecendo em toda a parte, criando um “perigo iminente” para a juventude dos Estados Unidos.

A maioria das autoridades não leva muito a sério os rumores e não se encontrou ainda evidência de estoques da droga sob essa forma. Contudo, tanto a polícia do município de Johnson, Kansas, como a de Gainesville, na Flórida, encontraram mais ou menos a essa época grandes quantidade de mata-borrão saturado de LSD com notas musicais impressas em vermelho. Em julho, a droga foi descoberta na Geórgia e aparecera mata-borrões com desenhos mais elegantes, um deles com um elaborado dragão vermelho chinês.

Os pedaços de mata-borrão são do tamanho de um selo postal e há dezenas de desenhos diferentes impressos em cada folha picotada. Para tomar uma dose, basta destacar um retângulo e colocá-lo sob a língua, deixando o ácido ser absorvido pelo corpo. Os desenhos na folha de mata-borrão são uma indicação da potência da droga para o usuário com conhecimento das variedades em circulação.

Margaret Cone, consultora do programa de saúde do Departamento de Recursos Humanos da Geórgia, diz que a crescente popularidade do LSD estava se evidenciando nos hospitais. “De repente, a gente se dá conta de que o LSD não é mais uma coisa do passado”, explica. “Nos últimos 18 meses eu percebi que aumentava o número de pessoas que buscavam tratamento em hospitais”.

 Nova mania?

O Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas (INAD), que fiscaliza o uso de 50 drogas, entre elas o LSD, fornece estatísticas para corroborar as declarações de Margaret Cone. Segundo o INAD, com base numa rede 673 pronto-socorros e 76 médicos especializados, os incidentes relacionados com emergências ou mortes provocadas pela droga vinham declinando há vários anos e atingiram seu nível mais baixo no segundo semestre de 1984.

Porém, os casos ligados ao LSD aumentaram continuamente, chegando a 517 nos últimos seis meses de 1985, último período sobre o qual foram divulgados números. As autoridades do INAD acham que essas cifras representam uma fração mínima do consumo atual de LSD no país. Não se dispõe de números para comparar a popularidade da droga nos anos 60 com a de agora, porque o LSD foi reunido com várias outras drogas para uma análise estatística desse período.

Wesley Nunn, agente da divisão de Narcóticos do Escritório de Investigações da Geórgia em Atlanta, disse que há muitos anos não ouvia falar de operações de LSD em grande escala, mas nos últimos meses teve conhecimento de inúmeros incidentes.

“Tudo aconteceu muito de repente”, diz Nunn. “Não sei se é uma nova mania, mas onde há fumaça, há fogo”.

As preocupações de Nunn são partilhadas por outras autoridades sanitárias, não somente por causa dos bem conhecidos perigos do LSD, como pela dificuldade em localizar a droga sem cheiro, cor e paladar. Nunn diz que os métodos usuais para detectar drogas ilícitas, como cães farejadores, não são eficazes com o LSD, o que deixa a polícia dependente de informantes e da sorte.
Ocasionalmente, a polícia acerta onde deve ir. Foi o caso de um concerto em julho do Grateful Dead em Roanoke, Virgínia, quando 60 pessoas foram detidas por posse de LSD. O chefe de polícia de Roanoke, David Cooper, não fizera qualquer detenção relacionada com LSD há pelo menos dois anos mas milhares de “selos” da droga foram confiscados durante os dois dias do concerto.

As autoridades sanitárias estão preocupadas com a crescente popularidade do LSD entre secundaristas e universitários de hoje. Nos últimos meses, laboratórios ilícitos para a fabricação de LSD foram descobertos perto de universidades na Virgínia e na Flórida, e a polícia de outras comunidades informou sobre alguns locais suspeitos de serem laboratórios de LSD.

“O inquietante é que o consumo envolve adolescentes” diz Bob Halford, diretor do Conselho sobre Álcool e Drogas da área metropolitana de Atlanta. “Acho que os garotos de hoje não tem idade suficiente para lembrar do espinho nas flores dos hippies. Há tantas histórias de viagens que acabaram mal”.

 

 

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