Dada
No Dada tudo
ocorre ao mesmo tempo: poesia, teatro, música e artes
plásticas. Foi um movimento que chegou ao extremo, onde
os comportamentos eram provocativos com o intuito de chocar
e romper a complacência de um público que vivia
dos valores tradicionais. O Dada foi a primeira manifestação
de "anti-arte" deste século, refletindo, naquele
momento, um desentendimento de saturação cultural,
de crise moral e política, que surgiu devido à
I Guerra Mundial, contra a qual alguns artistas reagiram com
ironia, cinismo e nihilismo anárquico.
O Dada surgiu em 1916, em Zurique,
com a fundação do cabaré Voltaire, pelo
filósofo e romancista Hugo Ball, onde eram apresentados
espetáculos de variedades com participantes ativos, tais
como Jean Arp, Tristan Tzara e Richard Huelsenbeck. É
lá que pela primeira vez aparece impressa a palavra Dada.
Ball também fundou a Galeria
Dada, inaugurada com a exposição do grupo ligado
à revista expressionista A tempestade/Der Sturm. Um movimento
independente similar surgiu em Nova York, em 1913, liderado
por Marcel Duchamp, Francis Picabia e Man Ray. Em 1918, os dois
movimentos se cruzaram quando Picabia foi a Suíça.
Após o fim da guerra, o Dada se irradiou na Alemanha
com artistas como Max Ernst (fundador do clube Dada de Colonia),
George Grosz, Jef Golyscheff (clube Dada de Berlim) e Kurt Schwitters
(clube Dada de Hannover). Em Paris, entre 1919 e 1922, o Dada
foi palco de muitas querelas entre seus membros, acabando por
dissolver-se. Seus princípios destrutivos faram modificados
gerando o surgimento do Surrealismo em 1924.