Descoberto o elo mais que perdido de Arnaldo e a Patrulha do Espaço!

 

 

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O pequeno exército correu em defesa de seu rei.

DESCOBERTO O ELO MAIS QUE PERDIDO DA PATRULHA DO ESPAÇO

Mário Pazcheco 

03 dez. / 2015 - Vamos consultar Arnaldo que parece estar mais uma vez a frente de seu tempo – “Estava explorando novos palcos e equipamentos naquela época. Usei esse disco para indicar o sentido do novo show que estava apresentando.”. Esta fala pode ser confirmada no vídeo inédito recém divulgado no canal do youtube de Barbieri.

Num pré-tempo de discoteca e da moda das sandálias de plástico com um visual menos produzido e mais leve substituindo a indumentária dos jeans sebosos a la Status Quo, a Patrulha do Espaço captou o seu momento agonizante que seria transformado em glória póstuma.

A aparelhagem caseira da Patrulha do Espaço (pequenos amplificadores valvulados) não chegava aos pés da aparelhagem do Genesis, uma das grandes estrelas do período. Os mais técnicos poderão identificar que nos núcleos nervosos do som, há um apoio tecnológico.  

O que vemos é uma abrasiva apresentação ao vivo nas dependências da TV Bandeirantes, acredito que a captação de som seja monofásica não muito diferente das tevês americanas do período.

Sem muitos takes, sem muitas horas de ensaio, só a cansativa embromação da tevê, assim foi gravado o toque único de Arnaldo Baptista  em  improvisadas e rápidas passagens ao piano, difíceis de serem duplicadas, a falange de acordes dispara a avalanche de notas – Arnaldo parece sentir a pressão do ambiente ou preocupado com outra coisa extra mas é a sua música. O piano acústico é uma volta aos princípios da banda quando ele teve que largar o instrumento devido às dificuldades de transporte.

Seu estilo não é rockabilly é jazz, o mutante irá cair de boca no boogie woogie,  perceber-se sua determinação no mergulho como pianista de jazz numa banda elétrica – o fraseado rápido das semifusas do piano abre a também rápida “Sanguinho Novo”, letra e ritmo com pé no punk e sob medida para os jovens talentos da banda, Gennari no contrabaixo, Chermont na guitarra e Rolando Castello Jr, na bateria. No meio da apresentação, a banda apresenta a clássica “Sunshine” e encerra essa orgia musical de 14 minutos com a poderosa “Cowboy” com letra em português. “Sanguinho Novo” e “Cowboy” foram duas das novas canções do fim da banda.

Na origem do vídeo, ele trazia um timecode (contagem numérica para facilitar a edição de imagem e execução de músicas) o contador foi substituído por uma tremulante bandeira brasileira. Um toque de que o rock nos pertence e uma referência que essa joia musical nacional teve que ser editada e postada em Londres para o conhecimento pátrio.

Confundindo a arte com política e sem conhecer a história dos desmandos do Brasil, a ignorância arrogante da falta de identidade cultural de alguns curtidores pediram a volta do timecoder e a retirada do símbolo brasileiro. - Como fazer rock nacional num ambiente tão hostil propicio às invasões que concentram a maciça atenção nas atrações internacionais? (Só faltou pedirem a volta do militarismo – até os coxinhas prestaram atenção neste vídeo).

Recorrendo outra vez a Arnaldo, imagino sua fala - Os artistas são os que mais fazem e sofrem por seu país.

Do vídeo captamos a alegria pulsante do contrabaixista Oswaldo "Cokinho" Gennari e do guitarrista Eduardo "Dudu" Chermont na jornada de acompanhar o ídolo (dois talentos que partiram precocemente), nesse interim uma abrupta virada de pratos e uma rufada de Rolando Castello Junior nos mostra que sua bateria é o ingrediente mágico da fórmula de Arnaldo.

Antônio Celso Barbieri restaurou a imagem e o áudio e deu agilidade ao vídeo. Correu riscos indesejáveis para conhecermos mais um pouco do passado do rock nacional condenado pela falta de glórias.

A bandeira brasileira segue pelo vídeo escondendo as ações das mãos nas teclas, cordas e pratos é o preço a pagar, quem sabe depois de se dar conta da existência dessa pérola perdida em ostra quente – alguém mais sensível e competente e oportunista apresente o vídeo sem o inconveniente acessório de edição.

Bravamente, a grande maioria voltou ao futuro com o vídeo armazenado há 37 anos.

Lançamentos sazonais em vinil, CD e livro

Acaba de sair a edição em vinil de 180 gramas, do ao vivo Capturados Vivos em Buenos Aires, que captura a formação atual da Patrulha do Espaço,  esta versão apresenta uma música extra que não está no CD. O LP vem embalado numa capa poster em cartão de 250 gramas, com dobras que se transformam num poster de 74cm x 62cm;

Caixa de Rita Lee com 21 CDs;
Box set completa com a carreira solo de Arnaldo Baptista, pela primeira vez seus dois trabalho em estúdio e ao vivo com a Patrulha do Espaço são disponibilizados em CD, acompanha faixas bônus;
LP Box com sete LPs da carreira dos Mutantes entre 1967-72;
Relançamento em vinil do álbum O A E O Z dos Mutantes,
A hora e a vez, livro de fotos exclusivas dos Mutantes da fotógrafa Leila Lisboa Sznelwar

 

 

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