OS 32 ANOS DE LUTA DO SINDICATO DO REGGAE DE BRASÍLIA! (2012)
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Rastas do Sindicato do Reggae jogam capoeira na Praça da QE 32, (Guará - 1984) pintamos de branco as marcas da quadra
Nardelli se prepara para despejar "um martelo"...
Taxados de subversivos
“Pela polícia, pelos moradores,... na época policiais à paisana do exército, conversaram com meu pai a respeito disso... Estavam nos investigando para informar se tínhamos ideais revolucionários... Os policiais preenchiam relatórios com muitas; muitas fotos da gente na praça, em lazeres, festas e jogando capoeira... Depois viram que o nosso movimento não tinha nada a ver com política e nos deixaram quietos.
(...) “ Volta e meia surgia pessoas diferentes na praça querendo enturmar com a gente, depois percebemos que esses caras estavam querendo saber mais coisas e perceberam que nós só queríamos divulgar a música rebelde de Bob Marley... Que até então era desconhecida por muitos ...". (Nardelli Gifone, "perigoso' agitador cultural e fundador e presidente do Sindicato do Reggae).
Da costa do Maranhão pra a praça da QE 32 (Guará 2 - Brasília-DF)
No início dos anos 70, o reggae invadiu a costa do Maranhão. Sete anos depois, o ritmo jamaicano ressurgiu no Guará 2 e o Sindicato do Reggae estava à frente do movimento. Compunham o patriarcado do culto à personalidade, à necrofilia divulgavam assuntos proibidos e filosofias e estéticas que despertavam suspeitas e aglutinavam centenas de seguidores, tinham um óbvio potencial político que souberam explorar...
Onde quer que fosse Nardelli Gifone carregava o sorriso maroto e agitava seus dreadlocks gigantes. Extremamente popular e exímio capoeirista e como Bob Marley sofreu um atentado...
Só que Nardelli Gifone sempre foi um otimista mantendo vivo no presente "aqueles bons tempos".
Assim eram aqueles dias de sol lazer reggae e lama, onde a magia estava presente e não tínhamos muitas preocupações com o futuro...
Apesar do pouco apoio ou nenhum, o Sindicato do Reggae conseguim cartazes impressos com arte de qualidade e inspiravam o surgimento de outros grupos culturais...
Aqueles que tinham alguma pretensão de "fazer cultura" se aliavam ao Sindicato do Reggae que oferecia uma opção de resistência.
Os 32 anos de luta do Sindicato do Reggae de Brasília
Texto: Mário Pazcheco
Fotos: Ana Luíza Meneses
"O passado é indestrutível" (Borges)
In Memoriam
"Johnny B. Good", um dos maiores divulgadores do reggae no Brasil.
Os filiados do Sindicato do Reggae na primavera de 2005
Fundado em 1980, somente 18 anos depois, o Sindicato do Reggae começaria a levantar a sua sede definitiva na
Matéria: África Jamaica Brasil Jornal de Música nº 28 - 26 de dezembro de 1976
Publicada no Brasil poucas semanas do atentado político a Bob Marley em Kingston, onde o ídolo quase morreu.
Rockers – um ritmo mais lento e mais pesado que o reggae, no qual uma simples guitarra (sempre a wah wah), marca o contratempo. Os Mighty Diamonds são um conjunto de rock. Tendo se firmado no ano passado, o rockers representa a mais séria ameça ao reggae. O reggae. O reggae reflete o entusiasmo dos anos seguintes à independência, quento que o rockers é o atual momento de desespero da Jamaica.
Rude Boy, Rudie – rebeldes de rua, no final dos anos sessenta. “Rude” é uma palavra jamaicana que significa desafio à autoridade. Em alguns aspectos, semelhantes aos “mods” ingleses, da década de sessenta, eles são agitados e estão sempre vestidos à sua maneira secular, ao contrário dos rastas.
Jah, Jahwn – assim eram chamados Ras Tafari e Haile Sellassie. Atualmente é uma denominação para “Jehovah”, usada na bíblia inglesa entre 1539 e 1758.
Ganja – palavra hindu que significa maconha. A palavra foi introduzida na Jamaica há mais ou menos um século pelos indianos do leste. Agora está sendo substituída por “herb” e também pela expressão “coli and ilie”.
Negus – um título de Haile Selassie.
Grun(d)ations – encontros de rastanianos, onde fuma-se maconha, enquanto a filosofia rasta é recitada.
Ital – comida rastafariana (geralmente vegetariana).
Natty – outra forma de natural (como em “natty dreadlocks”) ou uma derivação de “nappy”.
Dread – diferente de “bad”, que na gíria soul significa bom. Quando usado em relação à sociedade branca, significa a mão da lei (como em Judge Dread) : mas quando aplicado à música, é o mesmo que poderoso, solene, majestoso.
Eu e eu – há duas interpretações. A primeira refere-se especificamente à própria pessoa, e a segunda, à unidade do homem, sob os olhos de Jah.
Textos: Karl Dallas e Aloysio Reis
A atual direção do Sindicato do Reggae está nas mãos de Edson ("Mergulhão), Nardelli, fundador e presidente; Cryoulo (Fábio) e Basto, pioneiros do movimento Reggae em Brasília!
“Catch A Fire" (1973) é o primeiro LP de Marley lançado fora da Jamaica, projetando o reggae internacionalmente. Na formação dos Wailers, está o tecladista Earl Lindo (Kingston/Jamaica, 7. Jan. / 1953). Ainda neste ano, Livingstone e Tosh deixam o grupo. O último registro dessa formação está em “Burnin’” (1973), que traz o hit I Shot The Sheriff.
O diretor da Island, Chris Blackwell lança "Catch A Fire" com uma remixagem mais "exótica", para agradar o público roqueiro. Nos Estados Unidos, a banda abre um show de Bruce Springsteen.
A porta de entrada... de um recinto sagrado... |
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Patrimônio construído do próprio bol$o
Entre centenas de livros e revista, a leitura sagrada está presente
Anita M. Walters — O que te levou ao rastafari?
Bob Marley: — Bem, a Bíblia, sabe? A Bíblia e Haile Selassie. Nunca houve influência nesse mesmo sentido. Você conhece um membro da Igreja da Irmandade chamado Dago? Bem, ele morava na América, era um escrivão. Minha mãe queria muito que eu viesse para cá. Falei muito com Dago antes de vir. Ele me mostrou muita coisa. Pedi para que ele me mostrasse muito disso na Bíblia, e ele o fez. Pensei : “Ah, isso não é errado, então”.
(Trecho d’A última entrevista de Bob Marley, setembro de 1980 – Revista Bizz – maio 2006).
Haile Selassie
Em 21 de abril de 1966, o imperador etíope Haile Selassie visitava a Jamaica. Aos olhos do governo deste país, a presença de um antigo colaborador, sempre pronto a dispor de alguns milhões em ouro para este ou aquele fim. Para grande parte do povo jamaicano, entretanto, Selassie era Jah, o messias, conforme rezavam as escrituras. Cerca de 100 mil pessoas, entre rastas e membros de sociedades afro-jamaicanas, esperavam ruidosamente no aeroporto. Quando Selassie surgiu na porta do avião e viu a singular recepção (cânticos, tambores, gente de joelhos) rodou nos calcanhares e disse que não descia. A situação foi contornada e ele cumpriu o restante do protocolo. A data, hoje faz parte do calendário de comemorações da fé rastafari.
Camiseta verde do Studio One por onde gravaram as grandes estrelas do ritmo jamaicano
Efígies de leões espalhadas por todos os cantos garantem o sono dos justos
Paredes forradas por cópias de matérias de todos os tempos impressas em papel couché
“Dois dias depois da morte de Bob Marley; o papa João Paulo II sofreu um atentado em Roma. Este ato escondeu as notícias da morte de Bob Marley dos jornais que havia morrido no dia 11 de maio de 1981” (Cryoulo).
Compactos jamaicanos raros espalhados pelo chão
Somos acompanhados pelos olhos de Bob Marley o tempo todo
Itens esgotados de colecionador e edições da Mojo compõem a biblioteca do maior acervo de reggae da América do Sul!
Pastas abastecidas por recortes e reportagens e livros fruto do intercâmbio mantido pelo Sindicato do Reggae mundo afora
Discografia completa em vinil de Bob Marley e vários LPS raros e esgotados do ritmo jamaicano
Reggae, o novo som da América
Através do recente LP de Bob Marley, chega ao Brasil o ritmo do momento nos EUA e Europa: o reggae. Um ritmo que tem muito do samba.
Finalmente, com o lançamento do mais recente LP de Bob Marley, “Rastman Vibration”, o público brasileiro pode tomar contato com um dos mais importantes gêneros musicais da música pop moderna: o reggae jamaicano. Até agora, por motivos vários, as gravadoras brasileiras têm deixado passar em branco esse ritmo que, hoje em dia, é a grande sensação dos Estados Unidos.
(...)
O maior nome do reggae é Bob Marley, que, na Jamaica, segundo a revista Time, chega a ser uma força política que compete com o governo. O lançamento de um LP de Marley no Brasil, portanto, é um acontecimento que se deve comemorar. Pelo menos ouvindo o disco...
Jornal Hit Pop da revista POP, talvez jan. / 1977
Bob Marley, rei absoluto do reggae e um dos músicos mais influentes do pop atual, acaba de voltar às paradas com seu novo LP “Kaya”. Nesse disco, Marley aprofunda o trabalho iniciado em “Exodus”, seu LP anterior. Ao lado de canções políticas, algum material romântico – em seu estilo sexy-naturalista – e louvações rastafarianas a Jah, entidade suprema dos rastas, seguidores da principal religião jamaicana. Enquanto “Kaya” sobe nas paradas a nova banda de Marley se prepara para assolar a Europa. E por falar em rastas, outras maravilhas jamaicanas chegam à luz do dia: acabam de ser lançados nos EUA os novos LPs dos grupos Third World (96 in the shade”) e Burning Spear (“Dry & Heavy”), duas bandas lendárias que, infelizmente, ainda não mereceram a atenção das gravadoras brasileiras.
Julio Barroso, coluna Mundo Black – revista POP/Jornal das coisas, abr. / 1978
Depois de bastante tempo dentro das gavetas, rotulado de anticomercial, o cantor e compositor jamaicano Bob Marley atinge posição de destaque nas paradas de execução das rádios FM, com a canção Is this Love?.
Julio Barroso – revista POP/Jornal das coisas, set. / 1978
Nardelli e sua companheira "Zuzu"
Zuzu é a escudeira do SIndicato do Reggae!
Uma visita ao Sindicato do Reggae é um bom teste para a memória e para a febre dos colecionadores.
Dois televisores exibem DVDs de reggae ao mesmo, um na entrada e outra internamente.
O que chama a atenção é a conservação e a disposição dos materiais. A responsável é Vania Maria, a "Zuzu" escudeira e companheira de Nardelli.
São necessários poucos minutos para perceber como Zuzu é cativante na recepção aos visitantes do acervo.
Um dos segredos do sucesso internacional do Sindicato junto aos músicos jamaicanos é a presença de Zuzu na organização das iguarias que ela oferece aos músicos.
Nardelli e Zuzu , um casal simples e simpático cruza o mundo atrás de raridades para seu acervo. Eles já visitaram a Jamaica, Panamá, Chile e Argentina.
O jogador de futebol Alan Skill Cole: uma lenda em seu tempo
Artistas internacionais e nacionais do ritmo jamaicano que pisaram no Sindicato do Reggae nos últimos 14 anos
— A jamaica é aqui! É o que eles dizem!
Em chamas! Sutherland, o tecladista e Al Griffiths, vocalista do The Gladiators! (2010)
"Skelly" da dupla Israel Vibration no Sindicato |
Simplesmente autografando, o contrabaixista jamaicano Aston 'Familyman' Barrett sem os seus 42 filhos! |
Recebendo Israel Vibration o Aeroporto Internacional de Brasília |
2008. Museu de Bob Marley - Jamaica. Basto, Stephen Marley (filho de Bob Marley) e Nardelli
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À esquerda, dona Alvera Coke, mãe de Peter Tosh |
2008. Jamaica - Basto, Julian Marley (filho) Nardelli e um correspondente do Sindicato da Costa Rica |
Nesta casa simples descansam os restos mortais de Bob Marley - note o anjo negro à esquerda |
Jamaica 1998. Nos portões de Zion na Bob Marley Drive |
Julian Marley foi o primerio astro jamaicano a visitar o Sindicato |
Leões de Israel |
Israel Vibration | Ponto de Equilíbrio |
The Gladiators | Mato Seco |
Andrew Tosh | Tribo de Jah |
Steel Pulse | Kamaféu |
Pablo Moses | Ras Bernardo |
The Original Wailers | |
The Wailers Band | |
Skatalites | |
Bambu Station | (Ilhas Virgens) |
Ky-Mani Marley | |
Eek A Mouse | |
Midnight | (Ilhas Virgens) |
Zema | USA |
Clinton Fearon | |
Peter Tosh Band | |
Apple Gabriel | |
Groundation | USA |
Adrian Sherwood | Produtor inglês |
Keith Sterling | tecladista de Peter Tosh |
Don Carlos | cantor |