OS 41 ANOS DE 1982

E.T. E 'THRILLER LEVAM A CULTURA DE MASSA ADIANTE

thriller

   Thriller, o disco, e E.T., o filme, espalham a cultura pop por todos os recantos do mundo

   Antonio Carlos Miguel

   Descaracterizado por dezenas de plásticas, mais o enigmático embranquecimento de sua pele – que ele alega ser vitiligo – hoje pode parecer que Michael Jackson é o verdadeiro E.T. Mas, em 1982, ao lançar o álbum Thriller, aquele rapaz, então com 24 anos, estava conseguindo fazer a melhor síntese do pop de sua época. O mais talentoso no grupo Jackson 5, que dividia com seus irmãos, Michael uniu em Thriller qualidade e sucesso comercial. E bota sucesso nisso, tanto que continua com seu lugar garantido no livro Guinness como o artista que gravou o disco de maior vendagem na história da música – no fim de 1998, beirava 50 milhões de cópias.

   O paralelo com o personagem do filme de Steven Spielberg não é apenas uma piada politicamente incorreta E.T. – O extraterrestre foi também, por uma década, o recordista de bilheteria no cinema, até ser batido por outro filme dirigido por Spielberg, Jurassic Park – O parque dos dinossauros, em 1993. E.T. chegou ao público no mesmo ano de Thriller, encantando plateias de todo o planeta com a história de um simpático, apesar de horroroso, alienígena de 75cm de altura que é abandonado na Terra por seus companheiros.

   Thriller e E.T. espalham a cultura pop por todos os recantos do mundo, num ano em que as previsões do canadense Marshall McLuhan de uma aldeia global pareciam se confirmar. Na época, o contato entre Michael Jackson e o personagem alienígena também chegou aos estúdios de gravação. O cantor foi o narrador de um disco com a história de E.T., mas esta produção conjunta de Spielberg e Quincy Jones (o homem por trás da arquitetura sonora de Thriller) acabou abortada por problemas contratuais.

   Nem sempre o sucesso tem explicações racionais, mas tanto Thriller quanto E.T. tinham ingredientes de sobra para se tornarem clássicos. No mundo da música pop, o terreno já estava bem adubado para o surgimento de um megastar negro. desde os anos 50, quando o branquelo Elvis Presley transformou-se no maior fenômeno da cultura de massa fazendo uma música basicamente de raiz negra (o rhythm n' blues), o pop vinha se alimentando da produção nascidanos guetos afro-americanos. Artistas como Little Richard, James Brown, Diana Ross, Stevie Wonder ou mesmo os irmãos Jacksonforam algusn do smuitos que frequentaram as paradas de sucesso. Conquistaram o público branco, mas nunca quebraram definitivamente as barreiras raciais.

   Michael Jackson (nascido Michael Joseph Jackson, em 29 de agosto de 1958, em Gary, estado de Indiana), com seu jeito de bom menino, era o mais talhado para o trono. Foi um artista que, literalmente, cresceu em público, e no disco anterior a Thriller, o primoroso Off the Wall, em 1979, também produzido por Quincy Jones, provara que estava pronto. Antes de se tornar um dos mais requisitados produtores do pop, Jones desenvolveu uma respeitada carreira no jazz, tocando trompete e/ou fazendo arranjos para nomes como Count Basie, Sarah Vaughan, Ray Charles, Frank sinatra. O contato de produtor com Michael começara cinco anos antes, na trilha do filme musical The Wiz (nova versão, de 1978, O Mágico de Oz, com a cantora soul Diana Ross e a participação do então líder do Jackson 5). Com faro aguçado para o sucesso, Jones passou a apostar em Michael e, em Thriller, procurou juntar os ingredientes  certos para o cantor. Uma mitura que, mal dosada, poderia resultar em um bolo de noiva do kitsch, com pop, soul, funk, a guitarra hard rock de Eddie Van Halen (o líder do grupo Van Halen sola em "Beat it"), a percussão do brasileiro Paulinho da Costa, a locução do canastrão do terror Vicent Price (que faz um mezzo rap na canção-título) e até um ex-Beatle, Paul McCartney. McCartney foi o a parceiro e cantou com Michael na primeria canção de Thriller a chegar ao prieiro lugar das paradas americana e inglesa. "The Girl is mine" - em troca, Michael faria o mesmo, dividindo a faixa "Say say say", no disco Pipes of peace de McCartney, lançado no ano seguinte. Mas a amizade e a parceria não duraria muito. Paul nunca perdoou o fato de, em 1985, Jackson ter lhe passado a perna num leilão e comprado, por Us$ 47,5 milhões, a editora que controlava as composições de Lennon & McCartney.

   A produção de Quincy Jones em Thriller continua sendo um padrão para o pop, mas o álbum teve outro aliado fundamental para o sucesso: o videoclipe. Em mais uma tacada que mostrava senso de oportunidade, eles souberam aproveitar o crescimento da MTV, que começava a se espalhar pelos Estados Unidos e Europa, embalando as canções do disco em bem acabados vídeos que exploravam/ampliavam o talento de Michael como dançarino. Com enredos e produção típicos do cinemas, os clipes eram tratados como um novo produto, e não  mais uma simples peça promocional. Para Thriller, com seu balé de mortos-vivos e a transformação de Michael num lobisomen, foi escalado o diretor John Landis. Em "Beat it", coreografia e cenários remetiam ao clássico musical West side story, enquanto Michael era saudado como uma espécie de Fred Astaire do pop. Exageros à parte, o sucesso do álbum continua imbatível - chegou ao primeiro lugar de todos países do Ocidente e, nos Estados Undios, permaneceu no topo da parada da revista Billboard por 37 semanas. Tal desempenho comercial foi acompanhado pelo entusiasmo da crítica. Indicado para 12 categorias no prêmio Grammy (o Oscar da indústria do disco americana), Michael saiu da festa de entrega, em fevereiro de 1983, com oito prêmios.

Também um garoto prodígio par aos padrões de Hollywood, Steven Spielberg (nascido em 18 de dezembro de 1947, em Cincinnati, estado de Ohio) tinha 35 anos quando lançou E.T., e já carregava na bagagem alguns outros sucessos de bilheteria Tubarão (1975), Contatos Imediatos do Terceiro Grau (1978) e Os Caçadores da Arca Perdida (1981). Ao contrário de Michael Jackson e Quincy Jones, que se cercaram de outras estrelas do pop na produção de Thriller, Spielberg manteve em E.T. a tática de não trabalhar com nomes consagrados. Além do personagem título (sob a pele e maquiagem alternaram-se dois anões, Pat Bilson e Tamara de Treaux, e um garoto, Matthew de Merritt, enquanto para as falas do alienígena, reprocessadas em estúdio, foram usadas as vozes das atrizes Debra Winger e Pat Wesh), os outros papéis principais eram das então anônimas crianças Henry Thomas (o garoto Elliot, que faz contato e abriga o extraterrestre) e Drew Barrymore (Gertie, irmã menor de Elliot).

Com a capacidade de tocar a alma das crianças (ou o lado infantil que os adultos carregam dentro de si), Stephen Spielberg imprimiu a E.T. o tom de fábula contemporânea. A câmera é sempre mantida numa altura inferior a um metro, oferecendo o ponto de vista das crianças – daí a aparência assustadora dos adultos no filme, vistos de baixo para cima. Os humanos adultos, sejam cientistas da Nasa ou policiais, são os verdadeiros vilões. Para Hollywood, que sempre manteve uma relação de amor e ódio com Spielberg, E.T. foi entendido como o melhor filme que Disney nunca fez. Apesar do sucesso nas bilheterias, o desempenho nas premiações do Oscar foi decepcionante. Indicação em dez categorias, ganhou as de menor prestígio – melhor música (John Williams), som, efeitos sonoros e efeitos visuais – perdendo, entre outras, as de melhor filme (para Gandhi), direção e roteiro.

A carreira de Spielberg continuou de vento em popa. O diretor alternaria os que poderiam ser chamados de seus filmes infantis (e melhores) – as duas sequências de Indiana Jones, com Harrison Ford, O Templo da Perdição (1984) e A última Cruzada (1989), além de HookA Volta do Capitão Gancho (1991), O Parque dos Dinossauros (1993), O Mundo Perdido (1997) – com suas produções “sérias”, como A Cor Púrpura (1985), Império do Sol (1987) e os premiados A Lista de Schindler (1993) e O Resgate do Soldado Ryan (1998).

Com poucas exceções – Hook, por exemplo – todos confirmaram o toque de Midas do diretor, que também participou como produtor executivo de mais uma dezena de sucessos de bilheteria. Michel não teve a mesma sorte – ou habilidade – para manter o sucesso. A jacksonmania, que prolongou-se até meados dos anos 90, nunca foi acompanhada pelo mesmo desempenho artístico. Os discos foram piorando gradualmente, o ator nunca passou de bom figurante de seus videoclipes, a promessa de uma Astaire pop patinou num único passo – o moonwalk, que deslumbrara o planeta durante sua apresentação, em maio de 1983, na festa dos 25 anos da gravadora Motown, quando cantou “Billie Jean”, faixa de Thriller.

Além da crise artística, um escândalo, detonado pela acusação, em agosto de 1993, de que teria molestado sexualmente um garoto, quebrou o namoro da américa com o ídolo. O caso foi encerrado – depois que os advogados de Michael chegaram a um polpudo acordo com a família do menor – mas o astro não se recuperou do baque. Mesmo depois do efêmero casamento com a filha de Elvis, Lisa Marie Presley, e de seu segundo contrato matrimonial, com a ex-enfermeira Debbie Rowe, que lhe deu dois filhos, Michael Jackson chegou ao fim do século estranho e enigmático como um alienígena.

ANTONIO CARLOS MIGUEL é editor assistente do “Segundo Caderno” do Globo

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40 anos de 1982

Por Mário Pazcheco

Os rockeiros nacionais foram os primeiros a saltarem fora e moverem suas barcas no rumo da MPB.  Shows não apareciam. Nas redações da capital, os velhos jornalistas culturais conformados com seus dois empregos não acreditavam no potencial da nova onda, pois desconheciam o que acontecia.
O quente nesse momento eram as rádios malditas que tocavam demotapes, a incessante troca de correspondências e os fanzines. Os discos sujos mal gravados eram prensados pela Fermata. Havia um mercado nacional de discos piratas das grandes bandas gringas.
Literariamente a coisa explodiu com os livro Morangos mofados, Feliz ano velhoEu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída... uma trilogia que devia ser lida às escondidas talvez ranço da ditadura. Se a vanguarda paulista tinha raízes no Paraná, em Brasília no Guará 2 havia a vanguarda do reggae, a segunda capital do Brasil a importar o reggae antes dos cadernos culturais. Então, tudo explodiu com a Blitz e nossas páginas independentes e malditas foram incorporadas aos jornais de grandes tiragens. 1982, o ano que alguns de nós vivemos !

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Agenda com os nomes telefones e categoria de instrumentos dos muitos músicos de Brasília trata-se do Guia Musical do Distrito Federal - OMB 1982 - Renato Russo aparece na categoria guitarra elétrica - anexo uma página do que acontecia em Brasília e dentro do livros outros anúncios de quem apoiava a cena como a Livraria Presença - forte esse tesouro! 

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MÚSICA-À-TENTATIVA OU QUANDO UNS 3X4 SE REÚNEM PARA FORMAR UM RETRATO 15 X 21
Essa foto foi feita no pátio do Correio Braziliense, circa de 1982, talvez a dramatização do som com o ator Aloísio Batata na flauta e o "resto" de instrumentos do Liga Tripa; À Tentativa no nome já revela a trilha de tentar mudar o poder da música desde os tempos do violão e do banquinho e livrar-se da imposição dos franceses via Philips etc da Shell, de Hollywood. Naqueles idos uma música nova frutificava e traçava o seu próprio caminho e caminho é acidente e vida e vitória também!
— Como era o À-Tentativa?
Rênio Quintas: — Era espetacular. Música À-Tentativa: Gato, Nonato Veras, Zé Miguel vixe era tanta gente, acho que além do Nonato tinha mais gente do Liga Tripa na música da cidade...
Como músico Batata passou pelo Grupo Saga, uma banda de rock, não era bem isso que queria. Passou pelo Liga Tripa e foi parar no Música-À-Tentativa, experiência vanguardista, à qual deu corpo ao lado dos amigos Gato, Márcio, Miguel, Nonato Veras e Calouro e que estreou em 1982 na Sala Funarte, no Sesc, no Projeto Plateia e em alguns concertos ao ar livre: "nossa música é uma música de época. A gente quer ferir a nossa época, ferrar a época com nossas vidas".

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20 anos de "Love me do" Os Beatles estavam com força total

Os zines -  Give Peace a chance de 1981 e o Revolution de 1982 influenciaram na concepção das capas e nos aproximaram dos artistas plásticos que desenvolviam serigrafias e cartazes de shows manuscritos. Beatles! Beatles! O reggae no Guará; o sambão; o rock Brasília e a banda do momento The Police com três anos de atraso isso era 1982 bastava cair nas ruas.

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Coisas de 1982 - nessa cápsula do tempo: a Copa do Mundo de 82 foi disputada na Espanha ("Laranjito"). Argentina e Inglaterra estavam em guerra.
A foto da Plebe é de 1982, o ano da Blitz. Na geografia cultural da cidade, então com 22 anos, nos shows comprávamos compactos que um dia viriam a ser raridades.

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Prisioneiros argentinos são revistados pelos soldados britânicos: no dia 14 de junho, as tropas platinas do general Menendez finalmente se renderam, numa guerra na qual o desequilíbrio das forças em jogo era evidente

"As Ilhas Falkland tem novamente o Governo escolhido por seus habitantes. Deus salve a Rainha" (General Jeremy Moore, comandante das forças britânicas. depois da rendição argentina na Guerra das Malvinas

GUERRA DAS MALVINAS
Derrota custa caro ao regime militar

Economicamente e politicamente, a Argentina vivia um momento crítico quando seu presidente, o general Leopoldo Galtieri, tirou do quepe a ideia de reaver as ilhas Malvinas (ou Falklands), ao sudeste do país, em poder da Grã-Bretanha desde 1833 e habitadas em 1982 por cerca de 1.800 pessoas, quase todas de origem britânica. O povo encheu a Praça de Maio como nos tempos de Perón, apoiando a aventura de Galtieri: até opositores do regime foram tomados pelo fervor patriótico.

No dia 2 de abril, tropas argentinas invadiram as Malvinas. Sob o jugo repentino e desconhecido de uma ditadura militar, os ilhéus, chamados kelpers, foram proibidos de sair de casa nos primeiros 15 dias. Mas logo a ilusão de que a Inglaterra não se preocuparia em reaver sua distante colônia se desfez. Em 25 de abri, a frota britânica (mais de cem navios) retomou o arquipélago da Geórgia do Sul, o primeiro a ser invadido. As batalhas começaram no dia 1 de maio, quando os ingleses isolaram 9.000 soldados argentinos.

Passadas sete semanas da invasão Argentina, os britânicos já ocupavam as Falklands e preparavam o ataque final, mantendo o bloqueio naval e um bombardeio contínuo e pesado para obrigar os argentinos a gastar munição que eram incapazes de repor. O desequilíbrio de forças era evidente, a ponto de um militar argentino dizer que tinha a impressão de lutar contra um exército de outra galáxia, onde havia roupas especiais, sofisticados aparelhos eletrônicos e rações com carne e salada de frutas. Isolados, os argentinos obtinham água com dificuldade e foram obrigados a pedir comida aos kelpers, sem sucesso.

Certos da derrota, os argentinos trataram de impor perdas de impacto ao inimigo, com ousadas operações aéreas e ataques de mísseis comprados no mercado negro por até o triplo do preço. Mas, em 14 de junho, os ingleses reassumiram o comando das ilhas diante de argentinos humilhados e kelpers aliviados. A Operação Babel teve par aos ingleses um custo desproporcional ao valor econômico e estratégico das ilhas. Manter ali uma força militar, para evitar uma nova invasão, acabaria saindo mais caro do que retomá-la.

Em dois meses, a Argentina perdera 712 soldados imberbes e inexperientes; a Inglaterra, 255. A humilhação derrubou não só Galtieri, que renunciou, mas o próprio regime. O general Reynaldo Bignone assumiu o poder prometendo eleições presidenciais no ano seguinte. (Revista O globo 2000, número 29)

 

 

 manuscrito

A estreia da Legião Urbana em cima dos vestiários do Cave

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 Paraná, Bonfá e Russo a formação da estreia da Legião Urbana em 1982

Foto: Arquivo Dinho Kamers

35 anos atrás no Cave, no Guará II no longínquo sábado 23 de outubro de 1982, aconteceu o primeiro show da Legião em Brasília! Apresentação praticamente deixada de lado pelos livros do rock Brasília.  Junto a eles,  Plebe Rude, Capital Inicial, Bambino e os Marginais.

As secundaristas (que moravam no Guará)  descolaram um caminhão de bebidas para transportar a aparelhagem arranjada sem patrocínio  Na carroceria, elas estavam com vergonha.

O senhor Manfredini dirigindo trouxe seu filho Renato Russo da 303 Sul, abriram-se os portões, abriram-se as portas da kombi e rapidamente os roadies carregaram o cabeçote Tremendão do contrabaixo.

O camarim improvisado era o vestiário de futebol pintado na cor de cimento. Todos tiveram que subir por uma escada para cima do vestiário como se estivessem no teto da butique Apple.  Não se sabe por que abaixaram o disjuntor  apagando o palco?

Naquela noite, Renato Russo aos pulos improvisou rimas ao contrabaixo vermelho, evocando o nome da cidade GUARÁ! GUARÁ! Em outras satélites o cantor também as homenageava daquela forma, gritando o nome da cidade e replicando ao instrumento.
Renato Russo tocou como se estivesse possuído e agiu como se não tivesse outra chance.
O amplificador do guitarrista engasgava e interrompia, para ele a noite foi péssima.

O público invadiu o mezanino,  um dos presentes com o microfone numa das mãos, agitava a galera. Foi um show mais punk, muito diferente dos outros shows de rock, neste o público participava, era contagiante e empolgante. Nada amador, naturalmente explosivo. Tinha muita gente, para aquelas condições: sem muita divulgação.

 No palco onde aconteceu a estreia da Legião Urbana em Brasília, fato tão importante para o rock Brasília não tem placa alusiva.  

Rockeiro com alma literária

Entre 1980-81 o DaMatta exibia fitas raras dos Beatles na Cultura Inglesa. Sempre havia um grupinho. Rompida a minha timidez esticava o braço e distribuí uma filipeta com medalhões do rock (Kiss/Led Zepp/Black Sabath/Sex Pistols) e o número do meu fã-club. "Só tem uma banda que presta aqui" era o que o Renato Manfredini Jr., comentou. Demorou um ano pra eu saber que aquele cara tinha uma banda onde cantava e tocava e que ele era o "Renato "Russo" que além de cinéfilo, rodava o seu documentário sobre o CEASA; fazia peça de teatro dirigida por J. Pingo; escrevia canções e peças de teatro; escrevia jornal político na UnB e era da Legião Urbana. O que me impressionou na Legião Urbana é que eles eram um trio sem o virtuosismo do Tellah!

 

Ainda ontem sobre Os Magrellos

Além de seus nomes de batismo eles atendiam por apelidos como ‘Linha’, ‘Fiapo’, ‘Osso’ etc e também possuíam codinomes impublicáveis usados somente por eles em suas rodas -  naquele período de repressão era norma ter apelidos muitas vezes não curtidos pelas famílias.

A primeira vez que eu ouvi falar dos Magrellos foi em 1983, nos autofalantes de um concerto da Plebe Rude em cima do caminhão na Chaplin na 109 S, concerto esse onde a anunciada Legião Urbana não tocou: “Corrigindo, corrigindo Os Magrellos não são de Taguatinga e sim do Guará” foi a reverberação no autofalante.

Os Magrellos pegaram a ressaca dos dez anos de Woodstock em 1979, nas caixas de som deles curtiam Casa das Máquinas, Made in Brazil, Patrulha do Espaço, Status Quo, Joe Perry Project, MC5, Stooges, Vibrators, Stranglers... Acho que essas informações vinham da escola. Os Magrellos curtiam desenhar tocar e teatro e estavam presentes nas manifestações como Os Concertos Cabeças e na Concha Acústica. Eles nos apresentaram a Patrulha do Espaço!

O filme Christiane F. decidiu o caminho de muitos que o assistiram. Os Magrellos não foram exceção, de forma isolada assistimos ao filme no mesmo cinema que existia no Guará I, na QE 7.
Final de 1982. Nas festas a entrada dos Magrellos era apocalíptica, um por um entravam correndo com os calcanhares tocando nas pontas dos dedos das mãos voltadas para trás e formavam a roda. Eles tinham os jeans mais sebosos as camisetas mais coloridas e os maiores pelos.

DOS MAGRELLOS NASCEU EXTREMO ROCK FEITO NO GUARÁ (1982) 

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Os Magrellos nos tempos dos eucaliptos no Guará I
Renatoicinho, Luidi (Luis Punk), Ricardocinho, Cécé e Clevicinhado
Sobreviventes, Renato & Ric Brown

Blues da saudade para Luis “Punk” são 26 anos da sua partida

Luis “Punk” era um exímio trocador de bolachas, nas férias nossas atividades se resumiam a jogar sinuca e trocar discos nos conjuntos do Guará com garotos mais novos. Eu, Luis e Ricky barbudos trocando LPs com os garotos imberbes e as mães deles desconfiadas. Chamávamos as senhoras de “Dona Maria”. Luis desfilava uma coleção de predicados legais sobre os artistas e empurrava uma avalanche de heavy metal e recolhia discos de hard e progressivo. Sua melhor propaganda era para discos dos Doors ele não gostava do duplo ao vivo. – Olha esse disco, olha essa capa! – Tem aquele som! – Foi nesse disco que... Ele inventava as coisas mais mirabolantes. Éramos imunes a propaganda do Luis. Fiquei puto pois ele ficou com o meu contingente de oportunidades. Coube a mim ficar com esse exemplar da coleção dele.

 1982 - Mil novecentos e oitenta e dois

Compilado por Mário Pazcheco

AIDS, a doença do fim do século, é identificada. Em 1982, ocorrem os massacres de Sabra e Chatila, os campos de refugiados palestinos. Argentinos e ingleses fazem guerra pelas Malvinas e os argentinos perdem a batalha. No mesmo ano morre, aos 75 anos, o líder soviético Leonid Brezhne.
Franco Montoro e Leonel Brizola são eleitos governadores de São Paulo e do Rio de Janeiro, respectivamente. Mas do lado carioca se descobre tentativa de fraude nas apurações. E a música perde Elis Regina, encontrada morta após overdose. Enquanto isso, João Havelange é reeleito presidente da Fifa.
Dentro de campo, a seleção brasileira com Falcão, Zico e Sócrates deu show, mas acabou eliminada pela Itália. Com isso, os italianos ficaram com o caminho livre para conquistar o tricampeonato mundial, ao vencerem a Alemanha na final.

16 janeiro

Para quem não pôde estar lá, ou para quem quer lembrar, eis o set list com as músicas daquele show: Voices Inside My Head - Message In A Bottle - Every Little Thing She Does Is Magic - Spirits In The Material World - Hungry For You - When The World Is Running Down - The Bed's Too Big Without You - De Do Do Do De Da Da Da - Demolition Man - Shadows In The Rain - Walking On The Moon - Bring On The Night -One World - Invisible Sun - Roxanne - Don't Stand So Close To Me - Can't Stand Losing You/ Be My Girl - So Lonely.

Junho

APPLE RECORDS  (MARCO ANTÔNIO MALLAGOLI)

Julho
O Barão Vermelho, o do rock carnívoro

4 jul.

Ozzy Osbourne, do Black Sabbath, casa-se com sua empresária, Sharon Arden.
Agosto
O Barão Vemelho Demencial

28 nov.

"Não me arrependi. Tudo tem seu tempo, mas acho que curto mais o lado de cá. Não pretendo voltar mas não posso dizer que seja definitivo. Hoje em dia, com os filhos crescidos, trabalho como voluntária para instituições de caridade, aprendo a pintar" Celly Campello a Ligia Sanches em entrevista publicada na Folha de S. Paulo.

Dia de Natal - Despedida de Garrinhca dos gramados

Brasília-Planaltina. Mané Garrincha disputa sua última partida de futebol, no Estádio Adonir Guimarães. Dezoito dias depois, morria, transformando-se em uma lenda do futebol.

Música
Por volta de 1982, quando nomes como Blitz, Lulu Santos e Gang 90 e Absurdetes já despontavam no Sul, as primeiras bandas já não existiam e nasciam as que vieram a ser conhecidas nacionalmente, Capital Inicial, Plebe Rude, Legião Urbana e Escola de Escândalo.
"Quanto a escrever sobre o movimento progressivo, tudo começou em 1982. Naquela época, tive a oportunidade de comandar o programa radiofônico Sinergia, específico sobre o assunto, que ia ao ar pela extinta Excelsior FM de São Paulo (atual CBN). Com base em inúmeras cartas e vários telefonemas recebidos no programa, percebi que havia carência de informações precisas a respeito do movimento. Tal sensação já havia aparecido antes, em menor escala, quando eu colaborava no programa radiofônico Rock Show, pela extinta Excelsior AM". (Valdir Montanari).
Turnê de despedida oficial do The Who. Lançamento do último LP de estúdio do grupo, "It's Hard".
“Eu acho que as relações com o The Who eram movidas mais pela necessidade do que pelo desejo. Nós não gostaríamos de depender um do outro mas era assim que funcionava.” (Pete Townshend, 1982).
Lanny Gordin ao lado de Aguiar e a Banda Performática, grava um disco.
Sérgio Sampaio lança o LP Sinceramente, independente.
A "Baratos Afins" lança "Singin' Alone", o segundo álbum solo de Arnaldo Baptista.
Itamar Assumpção e Banda Isca de Polícia lancam o ao vivo "Às Próprias Custas S.A.".
“Em 1982, eu não tinha autodisciplina. Eu precisava de ajuda. A terapia tradicional tinha fracassado comigo, repetidas vezes, durante mais de 15 anos (...) Agora estou na melhor forma emocional, física e financeira. A melhor em muitos anos, talvez a melhor em toda a minha vida. E tenho a carreira solo que desejo há tanto tempo”. Sobre a “parceria”, Brian diz: “Nunca ninguém me perguntou por que compus com Roger Christian, que era publicitário, ou com Mike Love, cujo único crédito era ser meu primo, ou Carl e Dennis, que eram meus irmãos. E, entretanto, muita das minhas melhores coisas foram feitas com essas pessoas. (...) Dizem que o Dr. Landy governa minha vida, mas a verdade é que eu a controlo. Ele é meu parceiro porque essa era uma progressão natural no nosso relacionamento”. (Brian Wilson).
O famoso disco pirata Shout, é resenhado na revista Veja, como uma seção histórica dos Stones/Beatles juntos em Shades of orange onde, “a guitarra de John Lennon e a voz de Mick Jagger travavam um delirante diálogo”, e em Loving sacred loving a bateria de Charlie Watts “apoiava uma vocalização de toda a turma”.

Outubro

Discos-entrevistas em inglês ou em português nunca foram populares no Brasil, talvez pela barreira do idioma. E um fato importante ocorrido a 4 de fevereiro de 68, transformou-se em disco-entrevista brasileiro "The Beatles tudo começou há 20 anos atrás", edição comemorativa com tiragem limitada promocional da EMI-ODEON. Apresenta em minúcia os detalhes da gravação de Across the universe com a participação de Lizzie Bravo e Gayleen, o disco começa com She loves you ao vivo e segue-se depoimentos de John e Paul e a voz de Lizzie narra a sua própria história e pela entonação você capta o desenrolar dos fatos e da aventura, bravo, bravíssimo!

Filmes

2 setembro

Câncer. É lançado no Brasil. Filmado em quatro dias de agosto de 1968. Ficção, longa-metragem, 16 mm, preto e branco. Rio de Janeiro/Roma, 1972, 950 metros, 86 minutos. Companhia Produtora: Mapa Filmes (Brasil); Distribuição: Embrafilme; Lançamento: 2/set./1982, São Paulo, Centro Cultural São Paulo; Coprodutores: Gianni Barcelloni, RAI-Radiotelevisione Italiana; Diretor: Glauber Rocha; Diretor de fotografia e câmera: Luis Carlos Saldanha; Som direto: José Antônio Ventura; Sincronização: Paulo Garcia; Montadores: Tineca e Mireta; Laboratório de imagem: Líder Cine Laboratórios.
Elenco: Odette Lara - a mulher; Hugo Carvana - marginal branco; Antônio Pitanga -marginal negro; Eduardo Coutinho - o ativista; Rogério Duarte, Hélio Oiticica, José Medeiros, Luis Carlos Saldanha, Zelito Viana e o pessoal do morro da Mangueira (Rio de Janeiro).
"A Missa do Galo" (Nelson Pereira dos Santos).

Literatura

É lançado "A Balada de John & Yoko". Pelos editores de "Rolling Stone". Edição Círculo do Livro/ Livros Abril).

Abril

O jornal Revolution publica a primeira parte da tradução de Marco Antonio Mallagoli para o livro "All you need is ears" (tudo que você precisa é escutar), escrito pelo quinto beatle George Martin.

Agosto

Lançamento do livro “The Beatles”. Texto de Geoffrey Stokes/Planejamento Visual: Bea Feitler. Círculo do Livro e Editora Melhoramentos. 

Setembro

É lançado “John Lennon”, livro de Lúcia Villares. Brasiliense, 134 páginas. 

Outubro

É lançado o livro com a peça teatral “Lennon Lives”, de J. C. Souza e Clovis Moreno.
 
'The Making Of The Madcap Laughs' - Malcon Jones, Edição do Autor, 1982. 

Alemanha, no final de 1982, Andy Warhol lança o livro "Andy Warhol das graphische werk 1962-1980", que dá uma geral na sua carreira, e inclui retratos de Mick Jagger, Pelé, Mao-Tsé-Tung, um filme em 3 dimensões e incontáveis loucuras visuais. 

Obituário

19 janeiro


Terça-feira. 11h45 - Elis Regina morre, em São Paulo, por intoxicação exógena aguda. O corpo de Elis é levado para o Teatro Bandeirantes, onde é velado até o dia seguinte. Elis veste a camiseta que não pôde ser usada no show Saudade do Brasil, dois anos antes: a bandeira brasileira, com seu nome no lugar de "Ordem e Progresso". O Teatro Bandeirantes fica cheio durante a noite e a madrugada. Vários artistas no velório: Rita Lee, Roberto de Carvalho, Raul Seixas, Jair Rodrigues, Ronald Golias, Martinha, Lélia Abramo, Ronaldo Bôscoli, Luiz Carlos Mieli, César Mariano, Henfil, Tônia Carrero, Hebe Camargo, Ángela Maria, Fafá de Belém. Gilberto Gil, nos Estados Unidos, manda uma coroa de flores: "Sua voz será de todas as canções, sua alma de todos os corações". A morte é manchete em jornais: "Perdemos nossa melhor cantora" - Jornal da Tarde - SP - 20/1 "Suspeita de suicídio na morte de Elis Regina" -O Estado - SC - 20/1 "Causa da morte de Elis só vai ser confirmada amanhã" - Jornal do Brasil - RJ - 20/1 "Brasil chora morte de Elis" - A Notícia - Joinville - SC - 20/1 "Coração mata Elis" - O Estado do Paraná - 20/1 "Elis" - Folha da Tarde - RS - 20/1 "O Brasil sem Elis Regina" - Folha de S. Paulo - 20/1 Algumas agências de propaganda fazem circular mensagens a respeito de Elis em todos os jornais: 'Choram Marrais e Clarice. . . Chora a nossa pátria mãe gentil. Em busca de um sol maior, Elis Regina embarcou num brilhante trem azul, deixando conosco a eternidade de seu canto pelas coisas e pela gente de nossa terra. E uma imensa saudade." (Age Propaganda - SP) "A verdade não rima, a verdade não rima, a verdade não rima. . ." (Visão Publicidade - PR - tirada da letra da música Onze fitas, de Fátima Guedes.) "Nada será como antes. Elis Regina Carvalho Costa" (Signo Comunicação - RJ).

20 jan.

O Departamento de Trânsito de São Paulo cria um esquema especial para o cortejo, do Teatro Bandeirantes ao cemitério do Morumbi. A pé, de carro ou moto milhares de pessoas acompanham o carro do Corpo de Bombeiros que leva o caixão. Elis é sepultada por volta de uma hora da tarde no túmulo 2199, quadra 7, setor 5 do cemitério do Morumbi. 21 de janeiro: O delegado do 4º Distrito Policial de São Paulo, Geraldo Branco de Camargo, divulga os resultados da autópsia e dos exames toxicológicos realizados em Elis. O laudo número 415/82 do Laboratório de Toxicologia do Instituto Médico-Legal revela "resultado positivo para cocaína e álcool etílico, este na quantidade de um grama e seiscentos miligramas de álcool etílico por litro de sangue; a quantidade de álcool etílico encontrada em nível sangüíneo revelou estar a vítima sob estado de embriaguez, e a presença de cocaína caracterizou o estado tóxico, que em somatória pode responder pelo evento letal".

22 jan.

A TV Cultura e a TV Globo apresentam especiais com Elis Regina. O da TV Cultura é a reapresentação de um programa feito em 1972, onde Elis fala de sua carreira e canta por duas horas. Direção de Fernando Faro. O da Globo é uma colagem das várias fases da carreira de Elis. A Sudwestsunk, emissora de televisão alemã, com sede em Baden Baden, apresenta um especial de quarenta e cinco minutos com teipes de Elis gravados quando ela esteve na Alemanha.

26 jan.

Missas de sétimo dia são rezadas em São Paulo, Rio de Janeiro e em várias cidades do Brasil. Em São Paulo, a missa é às dezoito horas na Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Na igreja, mais de mil pessoas. entre elas Rita Lee, César Mariano, Samuel MacDowell, Walter Silva, Teotônio Vilela, Audálio Dantas, Lula, Cauby Peixoto, Hebe Camargo, Henfil, Renato Consorte, Lélia Abramo. Os textos litúrgicos são lidos por Rita Lee e Rogério, irmão de Elis. No Rio a missa é celebrada na Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, com as presenças de Gal Costa, Nana Caymmi, Fafá de Belém, Zezé Motta, Betty Faria, Herminio Belio de Carvalho, entre outros. 29 de janeiro: Divulgado o resultado dos exames realizados pelo Laboratório de Toxicologia do Instituto Médico-Legal, que determinam a quantidade de cocaína que teria sido ingerida por Elis antes de morrer: Exame complementar n.0 00415 Exame toxicológico Resultado: A análise quantitativa de cocaína efetuada em fígado e urina forneceram os seguintes resultados: Urina: 23 mg/100 ml (23 miligramas de cocaína por 100 mililitros de urina). Fígado: 2,4 mg/l00 g de tecido (2,4 miligramas de cocaína por cem gramas de fígado). Observações: As dosagens acima foram efetuadas em cromatografia liquidogás, utilizando-se padrão de cocaína extrapura cristalizada de procedência alemã (Merck)". O laudo é assinado por Maria E. M. da Costa Amaral, Vera Elisa Reihardt, Maria Isahel Garcia e Evilin Mansur.

30 jan.

No show Festa do interior no Maracanãzinho, RJ, Gal Costa dedica a música Força estranha, de Caetano Veloso, a Elis, "uma estrela que luz eternamente". Essa homenagem seria repetida durante toda a temporada do show pelo país.

7 fev.

Mais uma homenagem, e monumental. No estádio do Morumbi, SP, cem mil pessoas assistem ao show Canta Brasil, As atrações: Simone, Fagner, Toquinho, Chinco Buarque, Milton Nascimento, Baby Consuelo, Pepeu Gomes, Gonzaguinha, Elba Ramalho, Paulinho da Viola, Djavan, Nara Leão, Clara Nunes e João Bosco. Sobe um enorme painel com o rosto de Elis, e todos artistas, público, cem mil vozes - cantam O bêbado e a equilibrista, de João Bosco e Aldir Blanc. 16 de fevereiro: O promotor Pedro Franco de Campos, da 1 a Vara Auxiliar do Júri, requer o arquivamento do inquérito sobre a morte de Elis ao juiz Antônio Filiardi Luiz, alegando "não haver crime a punir. Não houve o delito de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, mesmo porque não se pode falar com segurança em suicídio".

23 fev.

O juiz Antônio Filiardi Luiz manda arquivar o inquérito instaurado para apurar a morte de Elis.

20 abril

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O rock underground se despede do crítico Lester Bangs

24 abr.

Sérgio Buarque de Holanda, historiador, morre.

10 jun.

Rainer Werner Fassbinder (31 mai. / 1945), diretor do Novo Cinema Alemão, morre aos 36 anos.
Depois de responder a um processo por consumo de cocaína, em 10 de junho de 1982, em pleno verão no quarto do seu apartamento, Fassbinder é inesperadamente encontrado morto, aos 37 anos e 43 filmes, é vitimado de uma overdose provocada pela mistura de álcool com cocaína e barbiturícos, partiu sem ver a estréia de seus últimos filmes. "Kamikaze" onde trabalhou como ator e "Querelle" que dirigiu, Fassbinder sonhava em ganhar os três mais importantes festivais de cinema do mundo - Berlim - Cannes e Veneza - e o Oscar de melhor diretor, tudo no mesmo ano em que seria capa da revista "Time", só um atrapalho no trabalho, RWF não contava com o precoce fim que seus amigos mais próximos já previam.

 

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