Foo Fighters: agressivo, potente, solto e cru
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The New York Times: Para os Foo Fighters, todo dia é dia da independência
Gary Graff
The New York Times Syndicate - UOL Música
Dave Grohl com o Grammy de melhor disco de rock, em Los Angeles (10/02/2008)
13 abr. / 2008 - Houve um pouco de alívio no campo do Foo Fighters na cerimônia de entrega dos prêmios Grammy, em fevereiro, diz o baixista Nate Mendel.
"Bem, nós ganhamos, o que foi bom", diz Mendel, cuja banda levou os prêmios de melhor álbum de rock e melhor performance de hard rock. "Nós não saímos de mãos vazias, como da última vez, quando foi zero em cinco. Então foi ótimo. Foi bastante divertido."
Certamente a jornada é agradável para o Foo Fighters desde que o ex-baterista do Nirvana, Dave Grohl, formou a banda, como um projeto individual de estúdio no álbum inicial, "Foo Fighters" (1995), e depois como uma banda plena e ativa. O grupo conquistou seis Grammys durante sua carreira, incluindo três por melhor álbum de rock, e lançou uma série consistente de hits -incluindo "Everlong" (1997), "Learn to Fly" (1999), "Times Like These" (2002), "Best of You" (2005) e "The Pretender" (2007)- ao mesmo tempo em que conquistava uma reputação de banda de rock de arena, altamente crível, em um momento em que elas são poucas.
"Eu não sei o motivo, mas continua ficando cada vez melhor", diz Grohl, 39 anos. "E à medida que tudo cresce e muda, nós quatro permanecemos os mesmos e olhamos uns para os outros toda vez que algo acontece (...) Como uma indicação ao Grammy ou um grande show tendo os ingressos esgotados, nós olhamos uns para os outros e dizemos, tipo, 'Dá para acreditar? Não é muito maluco?'"
"Porque nós não nos sentimos nada diferentes, sabe como é?"
Mendel, que veio da banda Sunny Day Real Estate e é o único membro da formação original do Foo Fighters com exceção do próprio Grohl, atribui a capacidade da banda de manter sua integridade em parte a um arranjo de negócios visionário: o Foo Fighters grava discos para seu próprio selo, Roswell Records, que leva o nome da cidade do Novo México conhecida por seu suposto encontro com um Ovni em 1947. Apenas após eles concluírem o álbum é que eles o licenciam para a gravadora RCA.
Isto isola o Foo Fighters das pressões que a maioria das bandas sofrem, diz o baixista.
"Eles podem lançar ou não lançar", diz Mendel, 39 anos. "Eles não tem nada a ver com o álbum fora isso, então não temos que nos preocupar em compor sucessos. Felizmente Dave é um bom compositor e compõe canções que pegam, mas não temos essa pressão nem alguém fungando sobre nossos ombros."
"Eu acho que isso é realmente algo que destrói muitas bandas. Há muitas coisas que tiveram que se encaixar para ainda permanecermos uma banda 13 anos depois, mas eu sempre considero esta como uma das principais."
O arranjo permite ao Foo Fighters experimentar e expandir seu som como bem entende. No disco duplo "In Your Honor" (2005), por exemplo, a banda gravou um álbum de faixas de hard rock e outro de canções acústicas, mais suaves, que foi divulgado com shows acústicos que contavam com uma formação expandida, que incluía vários instrumentos de cordas.
"Echoes, Silence, Patience & Grace" do ano passado, que recebeu disco de ouro, reuniu os dois formatos em um único álbum, resultando em uma dinâmica ainda mais ampla.
"Da última vez o lado tranqüilo era uma experiência", diz Mendel, "tipo, 'vamos tentar um arranjo diferente. Vamos tentar uma dinâmica diferente'. E fizemos isso e aprendemos coisas diferentes, até podermos trazer algumas daquelas qualidades para este álbum, para que não fosse apenas mais um álbum de rock."
Mas é um sucesso: além dos Grammys, seu primeiro single, "The Pretender", passou 18 semanas em primeiro lugar na parada de rock alternativo/moderno da Billboard, estabelecendo um recorde.
"'The Pretender' é claramente o tipo de canção que se destaca em rádio", diz Mendel, que se orgulha de não ter a menor idéia de quais canções do Foo Fighters funcionarão como singles. "Ela é minha canção favorita no álbum."
O Foo Fighters, que também inclui o guitarrista Chris Shiflett e o baterista Taylor Hawkins, continua a usar uma formação expandida na turnê para promover "Echoes, Silence, Patience & Grace", o que Mendel diz "nos dar mais variação e tornar a turnê mais divertida".
Entre os músicos adicionais está Pat Smear, o ex-guitarrista do Germs, que foi músico de apoio do Nirvana antes de se tornar um Foo Fighter em tempo integral de 1995 a 1997.
"Ele é o mais entusiasmado, o que é engraçado", diz Mendel. "Ele deveria ser um roqueiro velho, amargurado, rabugento, mas todo dia é como Natal na turnê. Só isso já torna divertido tê-lo ao lado."
Tudo isso deixa o Foo Fighters com um campo aberto para possíveis caminhos futuros. O brilho nem sumiu dos prêmios Grammy e Mendel diz que o grupo já está trabalhando em novas canções durante a atual turnê.
"Nós temos um punhado delas, nas quais estamos trabalhando durante as passagens de som, o que nunca aconteceu antes, de forma que começamos com o pé direito."
Isto significa que o próximo álbum do Foo Fighters poderá sair mais cedo do que o habitual, apesar de Mendel alertar que, após passar grande parte de 2008 na estrada, "nós vamos precisar de um descanso" antes de qualquer gravação séria ter início.
"É divertido fazer música", diz Mendel. "É quando você precisa sair e promovê-la que se transforma em trabalho. Então estaremos em uma posição estranha. Nós já estivemos na mesma posição no disco anterior."
"É tipo, 'nós acabamos de excursionar, mas estamos prontos para gravar. O que fazer?'" ele explica. "Não dá para gravar e deixar na gaveta, porque acabará vazando e é uma sensação estranha ficar sentado e aguardar arbitrariamente por seis meses. Nós provavelmente nos veremos na mesma posição de novo, empolgados para gravar mas cientes de que haverá um ano de turnê no final disso."
Não que esteja se queixando.
"A banda está em uma boa posição", conclui Mendel. "Todos estão realmente empolgados em fazer música, então já estamos seguindo em frente e vamos ver onde vamos parar."
(Gary Graff é uma jornalista free-lance baseado em Beverly Hills, Michigan.)
Tradução: George El Khouri Andolfato
'Nunca achei que o Foo Fighters duraria mais do que alguns CDs', diz cantor
A banda de rock Foo Fighters lançou "Echoes, silence, patience & grace" em setembro. (Foto: AP)
Setembro 2007 - Mesmo que ela ainda demore alguns anos para começar a usar lápis e papel, a bebê Violet, filha de Dave Grohl, recebe todo o crédito por influenciar o estilo de composição do papai. Para o criador e líder do Foo Fighters, o nascimento de sua primeira filha em 2006 acrescentou um toque pessoal e muitas vezes confessional às suas letras. "Ter um filho me fez sentir como um super-homem de certa forma porque eu precisava ser", declarou Grohl, que neste mês completa 39 anos. "Assim como não posso ter medo de andar na montanha russa do homem-aranha no Magic Mountain, não posso ter medo de escrever sobre o que realmente sinto. Ao longo dos anos, eu me privei de escrever sobre muitas coisas." De fato, omais recente álbum do Foo Fighters, "Echoes, silence, patience & grace" inclui algumas das letras mais reveladoras e introspectivas de Grohl, como em "Stranger things have happened", uma análise pessoal sobre o casamento. Sem dúvida a reação a "Echoes" é positiva, tanto da crítica quanto dos fãs. O álbum vendeu mais de 530 mil cópias nos Estados Unidos desde o lançamento em setembro e recebeu cinco indicações ao Grammy, inclusive para o cobiçado prêmio de álbum do ano.
"Echoes" é o sexto álbum de estúdio da banda e seqüência do CD acústico ao vivo de 2006 "Skin and bones". Como explica o baterista Taylor Hawkins, o álbum "abrange tudo que fizemos de uma maneira estranha, às vezes em uma música." As canções de "Echoes" variam do hard rock de "The pretender" ao brilho pop do segundo single, "Long road to ruin".
Novos direcionamentos No entanto, o CD também conduz a banda por novos direcionamentos musicais, além da maior profundidade lírica. A esposa de Grohl lhe deu um piano de aniversário alguns anos atrás, que o inspirou a compor ao estilo Beatles, "Statues". Ele também adota um country das raízes da música norte-americana com a faixa "The Beaconsfield miners". Grohl, principal compositor do Foo Fighters, compôs a música em homenagem a dois mineiros que ficaram presos em uma mina na Austrália e que pediram que as músicas do Foo Fighters fossem entregues a eles em um iPod. Até esse incidente, ele não havia se dado conta do impacto que a música do grupo é capaz de exercer.
"Durante anos, escutei pessoas chegando em mim e dizendo: 'Esse álbum me ajudou durante um período difícil', ou então: 'Esta música foi a primeira que dançamos no nosso casamento', mas uma coisa como o incidente de Beaconsfield, bom, isso foi muito mais pesado. Era uma situação de sobrevivência", diz ele. É uma ideia com a qual ele até hoje não se acostumou. "A música que mudou minha vida foi feita por pessoas que considero heróis", diz ele. "Então é difícil pensar o mesmo de mim porque isso seria um pouco estranho, não?" "Echoes" foi gravado com Gil Norton, produtor de "The colour and the shape" de 1997. O inglês é mais conhecido pelo trabalho com Pixies, Throwing Muses, Dashboard Confessional e Jimmy Eat World. Norton conta que Grohl queria continuar com o direcionamento acústico que a banda havia arriscado nos últimos anos. "Uma das coisas que o Dave realmente queria fazer era combinar o álbum acústico que havia feito como resultado da turnê acústica – banda maior, cordas – e inserir elementos de músicas acústicas nas canções de rock. Era esse o tipo de dinâmica que ele queria", diz ele. Mas Hawkins confessa que ficou preocupado se Norton seria capaz de levar a dinâmica correta ao Foo, que também conta com o guitarrista Chris Shiflett e o baixista Nate Mendel.
'Workaholic' "No primeiro disco que ele fez com a banda, o baterista pediu para sair do grupo", conta Hawkins, referindo-se a William Goldsmith. "Soube que ele era um total workaholic e um tirano e que nada estava bom o suficiente, mas ele era um cara que trabalhava muito e nos fez trabalhar bastante." Agora, enquanto a banda se prepara para pegar a estrada em 16 de janeiro para uma turnê pelos Estados Unidos, Grohl está pronto para entrar no palco, sensação que ele compara à de "um líder de circo." Mas ele conta que reviu seus hábitos de trabalho desde a chegada de Violet. "Eu costumava dizer que não havia nada que eu gostaria de estar fazendo além de tocar, mas finalmente há algo a mais que eu gostaria de estar fazendo", diz ele. Grohl estabeleceu o limite máximo de duas semanas para ficar longe da família. Depois da distância de 14 dias, "concluí que não aguentaria mais tempo do que isso". "É tempo demais, então agora sigo um estilo de vida totalmente novo para mim." O mesmo vale para Hawkins, que acaba de ter um filho. "É preciso fazer concessões", diz ele sobre o equilíbrio entre carreira e vida pessoal. "Mas vamos falar a verdade, somos tão abençoados pela posição em que estamos, conseguindo fazer música todos os dias e ser tão bem pagos pelo que fazemos, mas precisamos abrir mão de algumas coisas." Quanto a continuar tocando com seus companheiros de banda considerando que tudo parecia ter pouco futuro: "Nunca imaginei que o Foo Fighters duraria mais do que alguns álbuns e agora não imagino a banda acabando", diz Grohl. "Realmente sempre achei que haveria um começo, meio e fim, e que a banda terminaria e eu começaria a fazer todas as coisas que sempre quis, como ter filhos ou ficar em casa e ser pai, mas estou começando a perceber que essas coisas podem coexistir."
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Foo Fighters em turnê ambientalista
whiplash
21 nov. / 2007 - Nota publicada no Enter Magazine relata que o FOO FIGHTERS leiloará ingressos premium online, com objetivo de arrecadar verba para uma entidade sem fins lucrativos chamada TreeBank, que tem como projeto plantar árvores em áreas urbanas.
Foo Fighters: “Echoes, Silence, Patience & Grace”
Aaron M. - Rock Online
Foto: Divulgação
9 nov. / 2007 - Dave Grohl continua sendo o menos rockstar dos rockstars. Nem mesmo como baterista da banda que mudou o Rock no início da década de 90, muito menos como líder, mentor e chefe, cantor, compositor e guitarrista da banda mais despretensiosa dos últimos anos, Dave nunca deu bola para o ‘glamour’ que a fama e o sucesso trazem.
Sua única preocupação parece ser fazer o que gosta. E isso inclui não dar bola para modismos e obrigações comerciais (por mais que elas existam). Isso se reflete neste novo álbum. “Echoes, Silence, Patience & Grace” é mais uma reviravolta na discografia do Foo Fighters. Exceção à regra mais que predominante atualmente, o faz-tudo Growl nunca repete uma bem sucedida receita anterior, nunca segue a fórmula que deu certo no último álbum.
Desta vez, Growl resolveu resgatar a sonoridade de “The Colour and the Shape” (1997), tanto que recrutou novamente o produtor Gil Norton. Assim, o novo trabalho apresenta um som visceral e orgânico, com uma proposta musical que expõe influências até então nunca ou pouco vistas, como o Rock dos anos 50 e 60.
Destaques para a faixa de abertura The Pretender, Long Road to Ruin, Stranger Things Have Happened, Cheer Up, Boys (Your Make Up Is Running) e para Ballad of the Beaconsfield Miners. “Echoes, Silence, Patience & Grace” é mais um bom álbum na discografia do Foo Fighters.
1001 Discos - Introdução
A morte de Kurt Cobain estremeceu o mundo do rock em 1994. Em reconhecimento de sua importância eterna, o baterista do Nirvana, Dave Grohl, encontrou uma forma de se recuperar do choque criando um veículo para o seu próprio talento: o Foo Fighters (nome de código atribuído aos pilotos norte-americanos que investigam as supostas aparições de OVNIs).
Selo | Roswell “O instinto natural da banda é ser
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1995! Foo Fighters fazem primeiro show em Londres! (por Antonio Celso Barbieiri)
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