1999: MIL NOVECENTOS E NOVENTA E NOVE
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MIL NOVECENTOS E NOVENTA E NOVE
compilado por Mário Pazcheco
Zine
Janeiro
Página da revistinha The Beatles Book nº 273, dentro vem a foto de um compacto-entrevista brasileiro que muitos conhecem
Piauí
25 março
Plínio Marcos: Barrados no baile em Teresina
7 jul.
De acordo com a revista Veja, Timothy Leary, quem diria, foi colaborador do FBI, a polícia federal americana. Em 1974, Leary estava de novo atrás das grades por posse de drogas, três anos depois de escapar de uma prisão da Califórnia. Da primeira vez, fugiu do xadrez e do país, com a ajuda de um grupo radical negro. Na seguinte, esqueceu a pregação anti-establishment e foi liberado, ao entregar nome por nome o pessoal que o havia ajudado. O dedurismo de Leary, morto há três anos, está registrado nos arquivos do FBI.
8 novembro
Nise, rebelde maldita
26 dezembro
Che, o homem do século
Brasília
10 abr.
Memórias de um Náufrago
Rogério Duarte a Rogério Menezes – Correio Braziliense
“Tom Jobim era grande músico, mas também grande plagiador.”
“Nunca postulei grandes espaços na mídia, porque o que faço não é muito conhecível ou digerível.”
“Paulo Coelho é apenas um comunicador de textos que leu de outras pessoas.”
“Na área de programação visual, não vejo ninguém mais importante que eu no Brasil.”
“Andy Warhol não fez nada além do que fiz no Brasil. A diferença é que ele circulou no jet set internacional, e isto ajudou na difusão do trabalho dele.”
“Sou um homem razoavelmente perseguido, fiz concurso na UnB e só consegui ensinar depois de impetrar mandado de segurança.”
“A academia não consegue me engolir, vive me chamando de charlatão. Mas desafio qualquer acadêmico que me desacate para debate público sobre qualquer área do conhecimento. Sou mais eu.”
“É melhor um inimigo revelado do que um falso amigo.”
“O cineasta Ivan Cardoso se exime de qualquer responsabilidade, mas não tenho dúvida de que foi um dos principais fomentadores do suicídio do poeta Torquato Neto.”
“Vivo em angústia permanente. Nunca se chega a lugar nenhum. Não estou mais maduro hoje porque cheguei aos 60 anos.”
“Jorge Mautner fracassou ao tentar fundir o popular com o erudito.”
“Já fui convidado até para ser ator de novela, mas preferi manter compromisso com a liberdade e a privacidade.”
“O que morreu foi o falso comunismo, o comunismo real não. O ideal de igualdade entre os homens, não. O ideal de igualdade entre os homens não vai morrer nunca.”
7 agosto
O grupo Dulcina apresenta a peça Qualquer Coincidência e mera Semelhança - Foto: Correio Braziliense 7 ago. / 1999
2 dezembro
Funcionários da Novacap bloquearam o portão principal da empresa para reivindicar melhores condições de trabalho e reajuste salarial. Quinze policiais do 4.º Batalhão de Polícia Militar foram enviados ao local, mas não conseguiram controlar a situação.
• A polícia forçou a abertura dos portões e os manifestantes resistiram. Cerca de 100 homens do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) e do 4.º BPM foram então acionados. De acordo com a versão oficial, dada na época, eles usaram balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e dez cães para dispersar os grevistas. Dez minutos depois da confusão, os feridos foram socorridos. No confronto, o jardineiro José Ferreira da Silva morreu, e outros 35 sindicalistas ficaram feridos.
Foto Sam Andrew 1999 por Michael Sheehan Photography
Música
Jorge Mautner comemora seus 40 anos de carreira com o álbum duplo O Ser da Tempestade, onde se encontram seus clássicos como “Maracatu
Atômico” e “Vampiro”. Seu último trabalho coroou a vitoriosa carreira com a conquista do Grammy 2003.
• Tom Zé lança três discos: Com Defeito de Fabricação, Luaka Bop / WEA – 1998, Trama – 1999, Postmodern Platos, remixes de Com Defeito de Fabricação e Imprensa Cantada, Trama.
• Gilberto Gil lança a “caixa” Gil – Ensaio Geral (Universal).
• Violeta de Outono retorna com o disco Mulher na Montanha.
• Celso Blues boy lança Vagabundo errante (1999)
21 janeiro
Legião Urbana ganha releitura portenha - CB
O início do (o)culto na Argentina
31 março
"Em 1999 saiu o álbum Under The Influence, 26º de uma carreira de 31 anos. A formação da banda continua a mesma desde 1986, com Francis Rossi e Rick Parfitt à frente. O álbum foi muito bem recebido pelos fãs. A turnê se iniciou com 34 shows realizados em pubs, com no máximo 200 pessoas permitidas para a audiência; agora, o Quo parte para os grandes shows, em festivais e próprios, que sempre culminam com o mês de dezembro onde tocam o mês todo na Inglaterra." (Status Quo por Gustavo Menoncin Pereira e Fernando Vieira - Whiplash)
8 abril
Royal Albert Hall é palco do show Here, There and Everywhere: A Concert for Linda, tributo à ex-mulher de Paul, cantora e tecladista Linda McCartney. O concerto foi organizado por amigas do casal, Carla Lane e Chrissie Hynde, e teve sua renda destinada a organizações em defesa dos animais. Atração principal da noite, Paul cantou um medley de músicas dos Beatles.
10 abr.
Dado e Bonfá: em diferentes estações - CB
11 abr.
O Estado de S. Paulo
30 abr.
Rio de Janeiro. Rock In Rio Café. Gary Gibson (John Lennon) e Lawrence Gilmour (Paul McCartney) vêm ao Brasil para lançar o programa Beatles Week, que há quinze anos reúne na Inglaterra bandas cover e fãs de todo o mundo para homenagear os Beatles. Três dias depois, Gary e Lawrence também se apresentaram no Mistura Fina.
18 jun.
Tutti Frutti revive a psicodelia dos anos 70
Um coletivo por Ederaldo
9-10 julho
Micareggae, 1999
Outubro
Lançamento do CD Onde é que está o meu rock'n'roll? - Arnaldo Baptista novamente revisitado
Entre as várias notas que saíram, a resenha em Brasília só pecava pela péssima diagramação
Novembro
As irmãs Betty e Dot alugam duas guitarras gêmeas e aceitam comemorar os 30 anos do grupo feminino The Shaggs, tocando em Nova York. Helen, a baterista, deprimida, não participou. O título da SPIN, The Shaggs: mais velhas e sábias e reconhecidamente não muito melhor deixava explícito o espírito irônico que sempre acompanhou o grupo.
23 nov.
Barroco progressivo
Walter Sebastião – Estado de Minas, 23 nov. / 1999
“(...) Ainda hoje, existem trabalhos inéditos do músico. São eles: Fantasia, (uma sinfonia), Folhas Noturnas e Quatro Condições de Um Pássaro Solitário, além de peças para violão e instrumentos de câmara. Trata-se de material que pode virar vídeos, songbooks, discos etc., mas para isso é necessário patrocínio. Até pela necessidade de que o trabalho seja realizado com a qualidade necessária, que é a marca de Marco Antônio”, avisa Alexandre Araújo, seu irmão.
3 dezembro
Novo canil - JBr
7 dez.
Buddy Rich: O mais rápido na batera
14 dez.
Paul McCartney volta a tocar no Cavern Club. Ele não se apresentava ali desde 1963.
17 dez.
Walter Franco faz show único no MAM. Tutano é apresentado no projeto Acústico Mam, com a participação de um engenheiro de som para incrementar
os efeitos sonoros do espetáculo. Entre as inéditas gravadas para Tutano foram apresentadas “Nasça”, uma parceria com Arnaldo Antunes, e “Totem”, a partir de um poema de Costa Neto.
30 dez.
George Harrison é esfaqueado no peito por um homem que invadiu sua casa. O músico quase foi morto, mas foi salvo pela mulher, Olivia, que bateu no agressor com um atiçador de lareira e um abajur.
• Harrison esteve a ponto de perder a vida, quando um louco lhe deu dez facadas no peito depois de ter entrado à noite em sua casa de campo de Oxfordshire (oeste de Londres). Ele permanece internado, mas não corre risco de vida. O agressor, de 33 anos, é natural de Liverpool.
Futebol
2 dezembro
JB
Literatura
"Em 1999, quando tive meu livro publicado pela primeira vez na Rússia (com uma tiragem de 3.000), o país estava sofrendo uma escassez de papel grave. Por acaso, descobri uma edição 'pirata' de O Alquimista e postei na minha página web. Um ano mais tarde, quando a crise foi resolvida, eu vendi 10 mil cópias da edição impressa. Em 2002, eu tinha vendido um milhão de cópias na Rússia e, até agora, já vendi mais de 12 milhões." (Paulo Coelho)
• Póstumo. O Processo do Cinema Novo (Alex Viany, um dos pesquisadores e críticos mais importantes do Brasil).
• O Bicho Homem e Outros Bichos, de Ary Pára-raios. Edição do Autor, 1999. Segundo Ary Pára-raios, trata-se de um guia para nos ajudar a colocar mais poesia no relacionamento com os bichos.
29 março
“Confesso que não havia lido O Apanhador no Campo de Centeio, quando ele me escreveu a primeira carta. O trabalho de Salinger que me atraiu primeiro foram as cartas para mim, que eram muito bonitas, poderosas e sedutoras. Não sexualmente sedutoras, mas emocionalmente.” Joyce Maynard, Folha de S. Paulo
Abril
OS POETAS APRESENTAM SUAS ARMAS
Maio
Ei, Cabeça-Oca! Eu Te Amo
Reflexões Lúgubres a respeito de Combustível, Loucura e Música de Hunter S. Thompson
Revista Rolling Stone edição 812
• Lênin nos Subterrâneos do Conic – Livro de Ezio Flavio Bazzo (Anti Editor Publicadora). 121 páginas.
25 mai.
Brasília. O jornalista e historiador Inimá Simões lança o livro Roteiro da Intolerância – A Censura Cinematográfica no Brasil, editora Senac. No livro, o autor desencava os pareceres da ficha de censura de filmes como Deus e o diabo na terra do sol e outros, também perseguidos.
30 mai.
Wanderley Lopes Pinho: Refém de armadilha
28 junho
Garcia Márquez e uma internação anunciada - JB
Agosto
Finalmente é lançado o terceiro livro de John Lennon, originalmente por Yoko Ono, com o título Real Love: The Drawings For Sean. Ele reúne vários desenhos feitos por Lennon entre 1975 e 1979 para seu filho Sean. A versão brasileira, John Lennon – Amor de Verdade – Desenhos Para Meu Filho, manteve o título original, numa bem cuidada edição, de capa dura. Ao todo, são quase 50 ilustrações de John, com temas infantis. Editora: Salamandra, Consultoria Editorial. Ruth Rocha.
4 ago.
HQ
13 setembro
Justiça 'racha' direitos sobre Super-Homem
22 set.
Sylvia Plath: Sem descanso
Outubro
Um ano de loucuras: Greenwich Village 1963, livro de Sally Banes.
22 novembro
Bowles enviou textos a Universidade
(Folha de S Paulo*)
O escritor Paul Bowles, morto na semana passada aos 88 anos, em Marrocos, enviou parte de sua produção literária, incluindo correspondências, anotações e fragmentos inéditos, para a biblioteca da Universidade de Delaware (EUA), que havia planejado realizar no próximo ano uma mostra sobre seu trabalho.
8 dezembro
José Roberto Arruda lança a biografia Lúcia, a Mãe de Glauber. Pesquisa apaixonante e executada com um vocabulário rico de expressões da língua
portuguesa, segundo o senador: “Foi como contar a história do cinema brasileiro pelas feijoadas das tardes de sábado.”
Cinema
5 março
O dia em que Welles batizou o rio Itabira
13 março
Vitória da Conquista. Encerramento do Seminário Cinema Brasil – Uma historia comentada, com o cineasta Walter Salles e o crítico José Carlos Avellar.
14 mar.
Retrospectiva dos filmes de Glauber Rocha no Canal Brasil, às 23 h, com a Exibição de um especial sobre a sua carreira, seguido de Barravento.
• São Paulo. O Espaço Unibanco exibe os curtas Maranhão, Maranhão; O Pátio; e 1968, acompanhados de debate.
• Jards Macalé, um dos artistas íntegros da música brasileira, lança álbum homônimo com “Rei de Janeiro”, feita sob letra de Glauber Rocha.
• Uma foto de Glauber Rocha em 1969 estampa a capa da décima oitava edição da revista Bravo. Ariano Suassuna lembra que Glauber, em 1958, quando pretendia fazer suas primeiras experiências com cinema, veio a sua casa, no Recife, para conhecê-lo e trocar ideias de como utilizar o cinema para dizer algo sobre o país.
• O perfil do cineasta, na matéria Glauber had sept cabezas, é escrito por Nirlando Beirão.
• A TV Cultura exibe Que Viva Glauber!
15 mar.
O programa Metrópolis, da mesma emissora, recorda a participação de Glauber Rocha em Abertura, da extinta TV Tupi, com fragmentos de edições que foram ao ar entre 1979 e 1980.
• Ainda na TV Cultura, o programa Roda-Viva entrevista Nelson Pereira dos Santos, que analisa a obra de Glauber Rocha.
• O programa Zoom, da mesma rede, exibe o curta O Pátio, além de À Meia noite Com Glauber, de Ivan Cardoso.
• Finalizando a série de cinco programas dedicados ao cineasta, o Cine Brasil exibe O Rei do Milagre, com direção do Grupo Glauber Rocha (formado pelo brasileiro Joel Barcellos e os italianos Gianni Barcelloni, produtor, e Francesco Tulio Altan, cartunista), onde Glauber Rocha aparece como ator. O filme foi realizado em 1971, na praia de Tarituba (RJ). De acordo com Barcellos, a direção do filme foi coletiva: “Eu cuidei mais da direção de atores, o Altan cuidou da montagem, junto com o Gustavo Dahl, e o Barcelloni cuidou da produção.” O filme conta a história de um pescador (Barcellos) que torna-se curandeiro, graças a um pacto que realiza com a Morte (a modelo italiana Ana Carini). Seus poderes taumatúrgicos, entretanto, só funcionam na aldeia litorânea onde vive. Na cidade, perdem a eficácia. Glauber Rocha faz o governador que recorre ao curandeiro na esperança de salvar a filha, desenganada pelos médicos. Hugo Carvana é o secretário do governador, enviado à aldeia para buscar o milagreiro. Outra curiosidade do filme é a presença do compositor argentino Gato Barbieri, que além de assinar a música de O Rei do Milagre aparece numa cena rápida, tocando sax em “Mi Buenos Aires Querido”, em plena Avenida Atlântica. A ideia do filme surgiu entre brasileiros exilados em Roma. Aproveitando o prestígio de Glauber Rocha, o grupo consegue parte dos recursos de produção junto à RAI-Radiotelevisione Italiana e vem filmar no vilarejo de Tarituba. O filme, influenciado pela contracultura, é quase hippie, pois marcado pela improvisação e por diálogos absurdos, mas que não o impedem de ter cenas inspiradas, como a do político em pé, de terno, no mangue, com lama até o peito. Na primeira sequência, um menino abandonado é encontrado por uma cabocla, que diz: “Coitadinho, está tão magrinho e assustado. Mas vou lhe dar um chá de maconha, e você vai ficar bom.” Rindo, Barcellos recorda a atuação de Glauber Rocha. “Ele estava tão habituado a se preocupar com a posição da câmera que em certo momento olhou diretamente para ela, o que é um erro mortal para um ator. Só vi na montagem.” Glauber Rocha improvisou suas falas. “O próprio título vem de um improviso do Glauber, que dizia que o Brasil era uma monarquia, porque aqui todo mundo era rei: o rei do samba, o rei do futebol...”
Abril
O cineasta Paulo César Saraceni conclui a Trilogia da Paixão, iniciada em 1962, com o filme Porto das Caixas, obra de grande impacto internacional, que prossegue em 1971 com A Casa Assassinada. A trilogia fica completa agora com o longa O Viajante, baseado no romance inacabado de Lúcio Cardoso.
9 abr.
Chicago. No Art Institute, a 15.ª edição do Chicago Latino Film Festival presta homenagem a Glauber Rocha exibindo Deus e o diabo na terra do sol e Terra
em Transe. “Infelizmente é muito difícil encontrar seus filmes com legendas em inglês, mas apresentaremos dois dos melhores.” (Pepe Vargas, diretor do
evento há catorze anos.)
16 abr.
Rio de Janeiro. No CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil, a mostra Bahia, Cinema e Poesia exibe trechos inéditos dos filmes Cabeças Cortadas e O Leão das sete cabeças. Helena Ignez e Wally Salomão participam do debate.
Junho
Silvio Tendler consegue autorização de dona Lúcia para concluir o filme do velório e do sepultamento de Glauber Rocha.
Julho
Daniel Jardim Rocha, filho de Rogério Duarte, gradua-se diretor pela Escola Internacional de Cinema e Televisão de San Antonio de los Baños, em Havana, Cuba. Com ele, formaram-se outros 29 estudantes de direção, roteiro, edição, som, produção e fotografia.
23 jul.
Canal Brasil exibe Terra em Transe.
26 jul.
Rio de Janeiro. Dentro do programa Inverno Cultural, o Tempo Glauber abre espaço para os cineastas brasileiros, que estejam com projetos aprovados pelo Ministério da Cultura, para captação de recursos através da Lei do Audiovisual, ou Rouanet, para que divulguem e exponham os seus planos, via internet, ou através de vídeos, via Embratel.
• Luiz Carlos Barreto, no Programa Roda-Viva, fala da reportagem Caros, ruins e você paga, de Celso Masson, na Veja de 30 de junho. “É um exemplo de antijornalismo investigativo, já que o repórter recorreu ao expediente na nota fiscal falsa, que ele mesmo conseguiu, pois não buscou uma verdadeira, decerto encontrável com algum produtor.” (...) “Interesses contrários ao cinema brasileiro, inclusive do Grupo Abril, que programa a TVA, com material majoritariamente estrangeiro, estão em campanha contra tudo que é brasileiro. A cada nova semana, falam mal de um artista brasileiro. Uma semana é o livro do João Ubaldo, na outra, o disco do Chico Buarque, na seguinte, o disco do Caetano Veloso, depois, o livro da Adélia Prado”.
29 jul.
Deus e o diabo na terra do sol é exibido pelo Canal Brasil.
5 agosto
Fonte: ALMANAKITO DA ROSÁRIO
No número 140 da revista Imprensa, a foto Os Apóstolos, de David Drew Zingg, é publicada em cores. O título da fotografia é batismo de dona Lúcia Rocha. Na
cabeceira, Nelson, o pai do Cinema Novo, e os demais se sentaram no lugar que quiseram.
• O projeto Glauber – O Filme, de Silvio Tendler, é selecionado no Concurso de Documentário de Média-metragem, do Ministério da Cultura. O projeto receberá prêmio de R$ 80 mil, quantia suficiente para a conclusão do filme, segundo Tendler.
Setembro
Um trem Eurostar reformado, como parte de uma campanha, cujo teto é US$160,000.00, coberto de cartazes, promove o relançamento do filme Yellow Submarine. Em sua primeira viagem, parte de Londres para Paris.
• A 26.ª Jornada Internacional de Cinema e Vídeo da Bahia concede a Estou Perto, do cineasta português José Maria da Costa, o Prêmio Glauber Rocha de melhor filme.
29 set.
Rio de Janeiro. É aberta, na galeria do Espaço Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a exposição Trilogia da Terra – Tempo Glauber;
1.º outubro
Heonir Rocha, reitor da Universidade Federal da Bahia, recebe resposta de Fernando Henrique Cardoso ao ofício que a instituição encaminhou ao presidente da República, prontificando-se a ajudar nos estudos voltados ao tombamento do filme Di-Glauber como patrimônio artístico e cultural. No ofício-resposta, o presidente comunica ao reitor que sua solicitação foi encaminhada ao Ministério da Cultura, para estudos. Depende agora do MinC e do corpo jurídico do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) o futuro do curta-metragem, interditado judicialmente desde os anos 70 por Elizabeth Di Cavalcanti de Veiga, filha adotiva e herdeira do pintor.
23 nov.
Rio de Janeiro. Durante os seis anos em que Paula Gaetan morou em Bogotá com os filhos de Glauber Rocha, Eryk Aruak e Ava Pátrya Yracema Gaetan Rocha, a cineasta realizou cerca de 40 documentários para a TV cultural da Colômbia. Os temas vão do design à guerra, passando pela estética da comida e pela vida urbana. A cineasta juntou prática e teoria do documentário no seminário A Representação da Realidade, debatido em nove encontros no Museu da República.
24 nov.
Como parte das homenagens que o 22.º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro realiza, a organização do festival consegue autorização da família de Glauber Rocha para a exposição Trilogia da Terra, que aborda os filmes Deus e o diabo na terra do sol, Terra em Transe e A Idade da Terra. Aberta no Espaço Cultural 508 Sul, com fotografias, textos inéditos, desenhos, roteiros e cartazes, a sessão multimídia, organizada por Érick Hermany, compreendia filmografia e cronologia comentada pela própria voz de Glauber Rocha e por biógrafos. Os textos inéditos estavam impressos em roxo, e em preto, os publicados. “Dona Lúcia afirmou que não havia como montar a mostra com menos de R$50 mil; no Rio, o patrocínio do BNDS foi de R$40 mil. No final, dona Lúcia aceitou trazer a exposição por pouco menos. Não falo por quanto, porque senão fica chato para ela, que foi muito legal.” Declara Maria Luiza Dornas.
Dez.
No centenário de Gilberto Freire, Nelson Pereira dos Santos dirige a adaptação de Casa Grande & Senzala para uma série de tevê do canal pago GNT.
• Hi Fi (1999 – 8 minutos – Ivan Cardoso). “O filme é um mergulho profundo, através de fragmentos magistrais da obra do megapoeta Augusto
de Campos, na literatura de vanguarda, revendo o subversivo movimento concreto paulista, ainda desconhecido.” (...) “O filme é uma colagem de
contratipos riscados, sampleando takes raros para forjar clipes de alta (in) fidelidade, que revelam um longo rastro cúmplice, entre a tradição poética
mais viva versus o cinema experimental”, resume o diretor.
Artes plásticas
24 janeiro
Ilusões
(Daniela Mendes - Correio Braziliense)
Exposição em Nova York celebra em 250 fotos a arte dadaísta e revolucionária de Man Ray.
14 abril
Krajcberg aniversaria e ganha cocar
Maio
Siegen. Alemanha. Primeira exposição de pinturas de Paul McCartney, que pintou “chapas” como John Lennon, Charlie Watts e a rainha Elizabeth II. Além de obras abstratas, como big mountain face (em minúsculas mesmo).
18 mai.
David Zingg vê o Brasil e seus brasileiros
29 mai.
SALVADOR DALÍ: O LADRÃO QUE ROUBOU GATO POR COBRA
5 agosto
Rio de Janeiro. No CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil, o centenário de nascimento do antropófago Flávio de Carvalho é celebrado na exposição Flávio
de Carvalho – 110 anos de um revolucionário romântico.
Novembro
Em novembro de 1999, a Pinacoteca do Estado de São Paulo organiza a mostra antológica Carlos Vergara 89/99, apresentando desde suas primeiras monotipias sobre lona crua até as telas, nas quais a intervenção do artista, com materiais como dolomita e tintas, apaga quase completamente os sinais da primeira impressão, que deu origem aos trabalhos.
Obituário
Paulo Colina (1950 - 1999)
7 março
Stanley Kubrick, cineasta.
11 maio
Morreu na terça-feira, de causas não reveladas, o cantor José Ricardo, aos 60 anos. Um dos ídolos da jovem guarda, ele nas últimas décadas fazia shows em cidades do interior. José Ricardo também foi o protetor das cantoras Linda e Dircinha Batista. “Rainhas do Rádio”, entre as décadas de 30 e 50, elas caíram em depressão quando a carreira entrou em declínio. Em 1985, o cantor precisou invadir o apartamento das irmãs, e encontrou Linda com feridas pelo corpo. Dircinha sofria de crises de histeria. E Odete, a irmã mais velha, estava em depressão. José Ricardo providenciou a internação das irmãs em uma clínica para idosos, no Rio de Janeiro. Três anos depois, Linda morreu de embolia pulmonar. Em 1995, Odete também faleceu. Pouco antes de morrer, José Ricardo fez uma visita a Dircinha. Agora, aos 76 anos, ela está sozinha.
29 mai.
Os restos de Philip Taylor Kramer, são achados, seu carro caiu num rio próximo à cidade de Malibu, na Califórnia.
18 junho
Rio de Janeiro. Morreu aos 77 anos, de insuficiência respiratória, a cantora Dircinha Batista. No auge da fama, nas décadas de 30 a 50, ela e a irmã Linda eram aclamadas como as “Rainhas do Rádio”. Dircinha era uma das cantoras preferidas do presidente Getúlio Vargas. A dupla não conseguiu manter o sucesso na televisão, e a carreira declinou nos anos seguintes. Dircinha, a caçula, passou os últimos anos numa clínica geriátrica.
27 jun.
Morte de Brian O’Hara, que nasceu em 12 mar. / 1942, em Liverpool, Inglaterra. Era membro do The Fourmost, um dos conjuntos da chamada The British Invasion, entre os anos 1963 e 1966. Originalmente conhecida com The Blue Jays, a banda criou um som melódico, mais próximo do pop que do rock’n’roll, o que a distinguia das outras britânicas do período. Por ser de Liverpool, no início da década de 60, o grupo era o rival comportado e refinado para os Beatles, que ainda usavam topetes e blusões de couro. Contudo, a rivalidade não existia, e as suas relações eram cordiais. Gravou “Hello Little Girl” e “Little Loving”. O grupo também foi empresariado por Brian Epstein.
4 agosto
Morre Victor Mature, ator de épicos: em Head, nNo Brasil, "Os Monkees Estão Soltos". Direção de Bob Rafelson que co-assinou o louco roteiro de Jack Nicholson. Victor Mature participa, ele faz o papel de um gigante. Um filme regado a LSD para um suposto enterro dos Monkees frente aos Beatles. O supra-sumo do non sense.
10 outubro
Pietro Maria Bardi morre aos 99 anos. Italiano de nascimento, naturalizado brasileiro, historiador de arte, crítico, fundador, diretor do Masp, era viúvo de Lina Bo Bardi.
8 out.
Morre Zezé Macedo, ‘Criadinha do Brasil’ (1914-1999)
9 out.
João Cabral de Melo Neto (1920-1999)
21 out.
Marguerite McBey pintora e fotógrafa (Filadélfia, Estados Unidos 30 abril de 1905-21 outubro de 1999).
Final de outubro
O compositor Zé Kéti, de 78 anos, fica internado vinte dias no Hospital Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, no Rio. Foi internado com desidratação e pneumonia, em estado grave. Zé Kéti recebia visitas diárias, e se emocionou com a presença dos compositores Elton Medeiros e Paulinho da Viola, que estiveram no hospital. Por causa de uma insuficiência renal, Zé Kéti fazia hemodiálise. O compositor morreu na manhã do dia 14 de novembro. O corpo foi velado na capela Santa Cássia, do Cemitério de Inhaúma. O sambista encarnava a figura do típico malandro carioca, e consagrou-se em 1966 com a marcinha de carnaval “Máscara Negra”. Seu repertório incluiu grandes sucessos, como “A Voz do Morto” e “Diz Que Eu Fui Por Aí”. Na década de 60, o sambista participou do lendário show Opinião, dirigido pelo dramaturgo Augusto Boal, ao lado do compositor João do Valle e das cantoras Nara Leão e Maria Bethânia. Sua música “Opinião”, com versos como “Podem me bater, podem me prender, mas eu não mudo de opinião...”, foi um dos maiores sucessos do espetáculo.
18 novembro
Paul Bowles morre no Marrocos.
30 nov.
Carlos Hugo Christensen, o argentino de Copacabana, morre aos 85 anos. O cineasta dedicou ao Rio de Janeiro uma trilogia amorosa, formada por
Meus Amores no Rio, Esse Rio Que Eu Amo e Crônicas da Cidade Amada.
18 dezembro
Robert Bresson morre. Desbravador da Nouvelle vague, para ele, filmar era contar uma história, como num teatro fotografado, e com som.
27 dez.
Paris. Pierre Clémenti, o ator francês que, em Cabeças Cortadas, faz o papel de um camponês, morre aos 57 anos.