Antonio
Peticov, o pintor do arco-íris...
(Zé BRasil)
Oi,
Postei um texto q achei no teu site (sobre o Peticov), muito legal
....
mostrei pra minha mulher (q é sobrinha dele) ela adorou
tbm, é muita historia no lance....
(Miguel Dorneles - www.palavraeletrica.blogspot.com)
Posso
falar, como testemunha de corpo presente, de como o Antonio Peticov
fazia a cabeça dos Tropicalistas e de toda a "intelligentzia"
paulistana em 68 no apê da Bocha em Higienópolis,
onde tanta gente (como José Simão, Walter Hugo Khoury
e Péricles Cavalcante por exemplo) se conheceu e trocou
idéias com os baianos, que catalizaram-nas na Tropicália.
Das noitadas em que ele levava discos (muitos deles do Nico Queiroz)
da Psicodelia Californiana do Greatfull Dead, do Jefferson Airplane,
da Janis Joplin, do Jimi Hendrix e da Psicodelia Inglesa do Cream,
do Who, etc para o Caetano, Gil, Waly, Gal e cia ouvirem no apartamento
do Caetano na Avenida São Luiz (que tinha um puta som e
uma mesa de ping-pong), de todos os programas "Divino Maravilhoso"
na extinta TV Tupi, das rockedelic sessions na casa do
Tany, com o Lanny Gordin, Marcelo Aranha, etc.
Outra coisa que fizemos juntos naquela
época foram faixas de pano para o Festival do Teatro Paramount
onde, na minha casa da Rua Padre João Manuel, o Peticov
exercitava um pouco da arte que o tornou conhecido internacionalmente
em frases como "Viva o Poder Jovem, abaixo o Poder Velho",
em plena época da ditadura linha dura, do AI-5, que depois
eram apreciadas e aprovadas pelo Caetano, Gil, Gal e devidamente
empunhadas por nós nos dias do Festival.
Aliás foi o Toninho quem
me apresentou o Nico Queiroz (que é meu amigo e parceiro
até hoje) lá no Bob's da Rua Augusta, onde ele costumava
me levar com os tropicalistas para ouvir o Made in Brazil. E os
happenings do Grupo Rex lá na Rua Iguatemi, hoje
Avenida Faria Lima? E o Poster Shop da Augusta? E o show de bolhas
no bar Hi-fi? Esse show psicodélico de bolhas (com acetato,
ecoline e retro-projetor) era demais: a gente tomava hi-fi e ouvia
"IN-A-GADDA-DA-VIDA". Dos outros shows que ele promoveu,
inclusive como empresário dos Mutantes, só soube
por livros e relatos de pessoas. Lembro também dos desenhos
altamente psicodélicos do "careta" Alan Voss,
do café da manhã com chá de cogumelos no
Festival de Iacanga em 1975 e do arroz integral do quiosque natural
no dito cujo... do Gigetto, do Poster Shop, do nosso esbarrão
em Londres na Oxford Street no final dos 70 e dos nossos encontros
mais recentes, já nos anos 2000, na Chappel School da Chácara
Flora, no show dos Mutantes no Ipiranga e no Bar do Pingo, irmão
do Peréio, no Bixiga.
Mas posso dizer, de coração
aberto, que o que mais me marcou na nossa curiosa convivência
intermitente desde 1966 é o talento maior de pintor do
Antonio Peticov, do grande artista que viverá para sempre.
Também peço aos amigos que estão se re-encontrando
nesse momento das nossas vidas que dêem seu testemunho sobre
o Antonio Peticov, pois ele merece. Posso dizer tranquilamente
que nada disso estaria acontecendo se ele não tivesse iluminado
e expandido a consciência há mais de quarenta anos
atrás e passasse sua mensagem aos que tiveram a sorte de
encontrá-lo naqueles anos incríveis. Acho mesmo
que, se existe um mestre da Psicodelia Brasileira, o nosso Timothy
Leary (com perdão da comparação)
esse é o Antonio Peticov com sua visão das Crianças
do Futuro, numa época onde era difícil enxergar
qualquer coisa.
Paz, amor e rock'n'roll! Zé BRasil.
Eu,
Mutantes e os Peticovs 68 – 2008
COLUNA
70 DE NOVO: Cabelos Dourados (Zé BRasil)
"Geração
visionária aliançada com o êxtase" -
Joel Macedo
Papo com Toninho Peticov