1985: MIL NOVECENTOS E OITENTA E CINCO
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“Esta tour será a maior que eu já fiz. Estou tão excitado sobre algumas ideias que temos planejado. Tudo será baseado no Bark At The Moon. Talvez teremos morcegos hidrófobos no auditório. Ou talvez alguém traga um lobisomem para a arena, tudo será liberado. Vai ser pirante. Queremos todos envolvidos e sentindo o show. Se o cara que viu nossa última tour e pensou que foi algo, esperem para verem essa. Talvez eu mesmo coloque fogo em mim no Madison Square Garden. Eu sempre quis sair de lá numa chama de glória”. (Ozzy Osbourne)
The Cooper family (Alice, Sheryl, Calico, and Dash) na Disneyworld. Foto: Certas Coisas Vintage Franquia
MIL NOVECENTOS E OITENTA E CINCO
Compilado por Mário Pazcheco
Na primeira entrevista da Legião Urbana para o Estadão, em 1985, a banda se definia da seguinte maneira:" Não é new wave, heavy, nem punk. É Legião Urbana "
Foto: Juvenal Pereira - https://www.instagram.com/p/BMZrMfMgSo6/ - Fonte: Arquivo Legião
2 janeiro
Legião Urbana lança o seu primeiro LP
O Rock in Rio foi um marco. Um projeto realmente grande.
Depois de dois anos sem fazer shows, Rita voltou aos palcos na primeira edição do festival Rock in Rio. “Odiei ter participado em 1985”, ela comentou em referência ao tratamento inferior que os artistas brasileiros receberam do evento.
22 janeiro a 22 fevereiro
Carlos Vergara organiza individual no Brazilian Centre Gallery, em Londres, onde expõe pinturas em grandes formatos. É codiretor, com Belisário França e Piero Mancini, do vídeo Carlos Vergara: Uma Pintura, que integra a Série RioArte Vídeo/Arte Contemporânea.
24 jan.
“Eu não posso precisar nem o mês nem qual das passeatas foi filmada, não me lembro. Glauber queria fazer um filme sobre aquele momento, mas ainda não tinha um projeto ficcional. Fizemos apenas um registro documental. A repressão política e a falta de liberdade de expressão impediram a continuidade do projeto. Em fins de 1969, Glauber e eu saímos do país.”
(Affonso Beato)
O power-trio Patrulha do Espaço grava o seu quinto álbum
Fevereiro
“Tudo corria velozmente e, em fevereiro de 1985, entramos no estúdio para gravar o nosso quinto disco. Com a entrada do Pappo, o som ficou mais pesado, e como ele é um soberbo guitarrista, o som ficou como sempre sonháramos. Mas nosso sangue de roqueiro nos empurrava para o lado oposto do que se supõe que era o rock comercial do momento. Mais uma vez, dissemos ‘foda-se’, e em três dias gravamos três temas: ‘Robot’, ‘Olho Animal’ e ‘Mulher Fácil’. O quarto tema, ‘Deus Devorador’, foi composto e gravado no terceiro dia no estúdio, feito em um take.” (Rolando Castello Jr.)
21 fev.
Março
Brasília, no Verão Cultural, a Legião Urbana se apresenta com Cida Moreyra.
Voltando do Rio de Janeiro, para fazer o show de lançamento do primeiro disco, no espetáculo Verão Cultural, onde dividia as apresentações com Cida Moreyra; Renato Russo foi o terceiro a chegar ao seu show, o primeiro fora o porteiro. A camiseta branca e sempre o casaco amarelo, arredio, incrivelmente branco como um fantasma notívago.
Abril
Fundação, a que começa, Ary Pára-raios – Editor de Cultura do Correio Braziliense
4 abr.
Uma banda que faz escândalo*
Um dos expoentes do novo estilo de rock nascido em Brasília e que faz sucesso no eixo Rio/São Paulo, o grupo Escola de Escândalo se apresenta no próximo dia 7, no Rock in Prima, promoção do Clube Primavera de Taguatinga. A banda mostrará seus novos trabalhos como Luzes, Complexo e Quatro Paredes (que fala da vida de um presidiário), além de outras músicas já bastante conhecidas do seu público, como Popularidade e Menino prodígio, executadas nas rádios FM do Rio de Janeiro.
Formado há um ano por Bernardo Mueller, vocal; Marielle Loiola, vocal; Geraldo Ribeiro, baixo; Fejão (sem i mesmo), guitarra; e Eduardo Espinoza, bateria, o grupo já tem uma agenda um tanto quanto intensa. É sempre convidado para apresentações em danceterias do Rio de Janeiro, aonde está com um show marcado no Circo Voador para o final destes mês.
Também está em fase de acertos finais um espetáculo em Goiânia. Escola de Escândalo tocará, ainda, no Festival de Música da Lagoa Formosa, que será realizado de 30 de maio a 2 de junho, e, no dia 9 de junto, estará no Ginásio de Esportes de Brasília, ao lado de Paralamas do Sucesso e outras bandas de rock da cidade.
Bastante eclético é o que se pode dizer do conjunto de influências que caracterizam as músicas do Escola de Escândalo. Mas seus integrantes preferem não usar rótulos para um estilo que consideram próprio. Todas as composições têm letras de Bernardo Mueller e melodias criadas coletivamente, o "que faz das músicas, segundo eles, um traballho diferente, pois todos nós sofremos influências de nossos estilos preferidos".
*4 abr. / 1985.
Original Escola de Escândalo (ainda com Marielle, que foi para o Arte no Escuro) – 4 abr. / 1985 – Abaixo, à esquerda, Geraldo "Gerusa", contrabaixista e produtor, e, à direita, Fejão
10 abr.
Tique-tique
Nervoso demais
J. Caribé
Não se enganem, o Kid da foto não é o Kid Gatilho, e nunca trabalhou em filme de bang-bang. Posso assegurar também que não faz parte dos quadros da polícia. Este, meus amigos, é o Kid do grupo musical Magazine, que esteve em Brasília apresentando-se no concerto Rock In Prima, festa promovida pelo Clube Primavera e produzida por este locutor que vos fala.
Vocês perguntarão, porque o Kid aqui neste espaço sem os seus companheiros de grupo? É o seguinte, este sarará de quase dois metros de altura não é só cantor e produtor de discos, ele é também um emérito espancador de crianças, como demonstrou na tarde de sábado, no restaurante do Kingstown Hotel, em Taguatinga. Usando os tradicionais óculos para espantar crianças, o Kid, depois de ouvir de um garoto de mais ou menos 4 anos o tal “Tique-tique Nervoso”, não ficou muito alegre, e gritou com o fedelho. Com jeito meio estranho, o Kid Porrada ouviu do garoto o seguinte: “Você parece gay.” Isso foi o bastante para que Kid Safanão sentasse o cacete no garoto, até postá-lo na “lona”. Marcão Adrenalina, Luizinho Tostes e muitas outras pessoas viram essa demonstração de selvageria, e tentaram reagir em defesa do garoto, mas o agressor partiu em retirada, refugiando-se em sua caverna. Um aviso aos navegantes: “Quando contratarem o Magazine para um show em Brasília, é bom guardar as crianças em casa.”
14 abr.
Revitalização (Fernando Naporano)
Depois do vazio dos anos 70, veio o punk, os wavers, os experimentalistas, e aqueles que decidiram revitalizar ou transfigurar a pop music. Em um dos aspectos revivalistas, nasceram os neopsicodélicos.
22 abril
Sarney assume a Presidência.
26 maio
Os Beatles do Brasil
Celso Fernando vive Paul McCartney; Marcus Ricardo, George Harrison; Ronaldo José é John Lennon; e Vítor Bonesco, Ringo Starr. Eles relembram a história e o mito da Beatlemania, através do show Beatles Forever In Concert. Em 1976, Celso, Marcus, Ronaldo e Vítor passaram a estudar a discografia do conjunto. Buscaram executar a obra em detalhes. quatro anos mais tarde, conheceram Edson Madella, professor e diretor de teatro, que assumiu a ideia do espetáculo. O resultado desse sonho pode ser visto no show da Sala Villa-Lobos, Teatro Nacional de Brasília, nos figurinos, maquiagens, perucas e barbas, terninhos sem golas, amplificadores Vox, uniformes do Sgt. Pepper, instrumentos coloridos do Magical Mistery Tour.
Para completar, um computador comanda a bateria de vinte e um projetores de slides. Um show multivisionário ilustra as vinte e cinco músicas apresentadas. Beatles Forever é um empreendimento à altura do significado cultural da Beatlemania. Certamente é uma prova de que o sonho está vivo.
Principalmente agora, quando voltam a existir grupos que tocam Beatles.
Durante o show, os altofalantes anunciam que os arranjos executados não são reprodução dos originais dos Beatles, e sim, gravados pelos Beatles Forever. Destaco o solo de guitarra em “I Need You”, onde o guitarrista Marcus Rampazzo ensina a usar o botão de volume de modo a obter a síncope, o ritmo quebrado. No final, em cima do prédio da Apple, outra nuance. O guitarrista Rampazzo simula aquecer as mãos, assim como fez Harrison. Detalhes muito próximos da carreira do fabuloso quarteto de Liverpool. Marcus Rampazzo me disse que uma apólice para o seguro da
aparelhagem é impagável.
• Dois anos mais tarde, em novembro de 1987, revi o espetáculo duas vezes. No shopping, onde eu trabalhava, sem a sua maquiagem, o reconheci durante a sua folga do show. Indiquei-lhe uma edição alemã do Álbum Branco, que ele acabou comprando, com outros importados dos Beatles.
Em contrapartida, me convidou a conhecer e a tocar nas guitarras do show.
As guitarras, verdadeiras relíquias, não possuíam seguro. Rampazzo é um dos maiores colecionadores mundiais da revista Guitar Player, guarda num cofre em sua casa fotos dos Beatles e partituras de George Martin.
3 junho
Renato na Playboy
Na "Playboy" que está nas bancas, uma minientrevista de Renato Russo, vocalista e líder da Legião Urbana, ao redator-chefe da revista, Carlos Costa. Renato fala de música, sucesso, política, tietagem, fantasia, nova geração e rock. Sobre Brasília ele disse o seguinte: "É uma cidade muito louca que espelha o Brasil. Centro estudantil, tem uma das maiores favelas do país, além de ser o centro da política, sem muita ética. Muito de tudo isso inspira nossas letras"
Correio Braziliense, 3 jun. / 1985 - Coluna Música - Irlam Rocha Lima
4 jun.
30 jun.
Carta aberta a James Marshall Hendrix
Julho
Jeff Beck lança o álbum-solo Flash com a participação de Rod Srewart em "People get ready".
Bobby Geldof conseguiu reunir o Status Quo de novo, em 1985 para tocar no Live Aid o que eles fizeram com grande alegria. A recepção à banda foi magnífica, e a volta era inevitável... Contudo, Rossi e Lancaster não concordavam com mais nada, musicalmente falando. Parfitt tomou o partido de Rossi e Alan saiu da banda.
28 jul.
Agosto
Vandré, poema de Reynaldo Jardim
Show de lançamento Rumores
Rock Brasília, 1985
Bernardo Scartezini – Correio Braziliense, 16 nov. / 2000
“(...) Baterista sem bateria na época do Elite Sofisticada, Rogério Lopes é daqueles que não guardam apenas boas memórias dos anos roqueiros. ‘Chegamos a um ponto que ninguém mais aguentava gastar dinheiro alugando salas de ensaio’, lembra o atual professor de psicologia, que agora tem uma Premier em casa, para quando quiser incomodar os vizinhos. “E a concorrência era feroz. ‘Não dava pra vacilar. Acho que se alguém visse no estúdio a fita master de uma outra banda, não ia pensar duas vezes, se tivesse a chance de jogá-la no lixo’, testemunha Rogério.
“Balé também guarda seus rancores. Mas por outro motivo. O Escola de Escândalo chegou a viajar até o Rio, para gravar nos estúdios da EMI o material de seu primeiro disco. Produção de Philippe Seabra, da Plebe Rude. Com o material eternamente engavetado, via bandas com menos tempo de ralação, como o Arte no Escuro, protegido de Renato Russo, lançarem seus discos na praça, pela mesma EMI, ‘Nós lá, na mesma, e outros levando a grande vida...’
“Rumores pegou as quatro bandas em fase de transição. Todas perderiam seus vocalistas originais. Marielle, que canta boa parte de ‘Complexos’, seria chutada da Escola de Escândalo em questão de semanas. Rodrigo Leitão sairia do Finis Africae em questão de dias. No show de lançamento do disco, na Concha Acústica, o frontman já era Eduardo de Moraes. No Detrito Federal, Podrão perderia o posto para Cascão, que saiu da bateria para assumir o microfone. No Elite Sofisticada, Luís Gastão foi trocado por Ricardo Junqueira. Tamanho troca-troca faz de Rumores um registro ainda mais arqueológico.”
21 a 28 ago.
Cine Brasília. Mostra Glauber por Glauber, o fato cinematográfico do ano.
No quarto aniversário da morte de Glauber Rocha, na abertura de sua retrospectiva mais completa, o presidente Sarney discursa em sua memória.
• É fundado por dona Lúcia Rocha o Tempo Glauber, que vem estimulando a realização de estudos, teses e livros sobre a obra de Glauber Rocha e o Cinema Novo. Também vem produzindo mostras, vídeos, exposições, e investindo na formação de profissionais.
23 setembro
Sarney, na abertura da Assembleia Geral da ONU, repete frase de Tancredo: “O Brasil não pagará a dívida externa com a fome do povo.”
Outubro
John Cage na 18.ª Bienal de São Paulo.
6 outubro
Domingo. Cage e Augusto de Campos se apresentaram no auditório do Museu de Arte Contemporânea, um encontro idealizado pela meio-soprano Ana Maria Kieffer (curadora do setor de música da Bienal) e pelo tenor alemão Theophil Maier, com auxílio de Caio Giarca nos meios visuais. Além da apresentação do Cage Campos, aconteceu também o happening Cage, uma mostra sonora das obras do compositor, realizadas por vários grupos musicais, num total de 50 músicos espalhados pela Bienal, executadas por justaposição, o que deu oportunidade aos ouvintes de apreciá-las individualmente ou acopladas a outras.
6 novembro
McCartney acusa Lennon: Era um porco intrigante
20 nov.
Viagem pesada: dois roqueiros dos Titãs flagrados com heroína
Dezembro
Egum, no dizer africano Alma (Ary Pára-raios)
16 dez.
Rock: fim do culto à droga
18 dez.
Em liberdade – Justiça dá habeas corpus ao líder dos Titãs
Em liberdade
(Veja*)
Foto: José Carlos Brasil
Vinte e seis dias depois de ser preso em São Paulo por tráfico de heroína, Arnaldo Antunes Filho, 25 anos, líder do conjunto de rock Titãs, saiu da cadeia na segunda-feira passada graças a um habeas-corpus concedido por unanimidade de votos pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo. Acusado de vender 30 miligramas de heroína a Antônio Bellotto, guitarrista do conjunto, Arnaldo negou-se a revelar quem lhe fornecera a droga. Essa negação o transformava, aos olhos da lei, em traficante sem direito a aguardar o julgamento em liberdade. O juiz encarregado do caso negou por três vezes o pedido de liberdade provisória apresentado pelos advogados do cantor.
O caso deu uma reviravolta quando um dos advogados de Arnaldo bateu às portas do Tribunal de Justiça em busca do habeas-corpus com a alegação de que a polícia não fizera um flagrante de tráfico. Com esse precedente a polícia terá agora muita dificuldade para prender traficantes. Enquanto se esperava pela decisão da Justiça, vários artistas manifestavam solidariedade ao cantor. "Acho um absurdo o que estão fazendo com ele", desabafou Rita Lee, em São Paulo. No Rio de Janeiro, pensou-se mesmo em promover um show pela libertação do líder dos Titãs.
Outras pessoas presas no mesmo dia que Arnaldo não tiveram a mesma sorte. O cidadão Daniel Nery, preso no 15º Distrito Policial por tentativa de roubo de uma Brasília, por exemplo, ainda se encontrava atrás das grades no fim da semana. Ao se mostrar liberal com uma pessoa que vendeu heroína a um colega de trabalho e rigorosa com um ladrão humilde, a Justiça paulista abriu um precedente polêmico. Para Cláudio Golbetti, delegado titular da Divisão de Entorpecentes da polícia paulista, a situação é clara: "Um traficante é mais perigoso do que um ladrão, porque coloca na praça uma droga que pode levar à morte", diz.
*Veja 18 dez. / 1985.
• Os Dents Kents surgiram em 1985 como sátira ao DK, e o seu repertório dura cinco minutos. "Em comprimidos, minutos de hardcore", diria Jello Biafra.
Música
Bobby Geldof consegue reunir o Status Quo de novo para tocar no Live Aid, o que eles fizeram com grande alegria. A recepção à banda foi magnífica, e a volta era inevitável. Contudo, Rossi e Lancaster não concordavam com mais nada, musicalmente falando. Parfitt tomou o partido de Rossi, e Alan saiu da banda.
• Michael Jackson compra o catálogo dos Beatles, por US$ 47 milhões. Ele deu um lance maior do que o próprio Paul McCartney, que nunca perdoou o que julgou traição.
• John Fogerty. Seu álbum-solo Centerfield é primeiro lugar na parada dos Estados Unidos.
• Final do ano: Ronnie Cord é internado com câncer no pulmão.
Artes
O desenhista francês Jean Giraud, o Moebius é condecorado com a ordem de Cavaleiro das Artes e das Letras pelo presidente francês François Mitterand em 1985.
• Pedro Escosteguy participa da Retrospectiva Opinião 65, na Galeria de Arte do Banerj/RJ, com Estória e O Circo. Participa da mostra Caligrafias e Escrituras, promovida pelo MinC/Funarte, na Galeria Sergio Milliet e Espaço Alternativo.
Literatura
Dez anos depois, Robert Crumb voltaria às páginas de uma revista brasileira, nas cinco edições de Porrada (com excelentes textos do ligado Franco de Rosa). Crumb era o carro-chefe, com seus quadrinhos clássicos.
• Atrapalho no Trabalho reúne os dois livros de John Lennon In His Own Write e A Spaniard In The Works, versão para o português pelo poeta Paulo Leminski, que adaptou a viagem e os trocadilhos lisérgicos à realidade brasileira.
O mestre com certeza aprovaria. Os não afeitos a esta viagem, leiam-na no original. Na página inicial, Leminski diz não ter traduzido, e sim transcriado os livros. Você pode encontrar uma cópia na banca do Sebo itinerante, que acompanha os festivais alternativos pelo Brasil. Custava 35 reais. Editora: Brasiliense.
• É editado O Século do Cinema, de Glauber Rocha. Editora Alhambra. Rio, 1985.
• Acid Dreams: The Complete Social History of LSD. Martin A. Lee & Bruce Shlain, Grove Press, Nova York. Porém, os casos ligados ao LSD aumentaram continuamente, chegando a 517 nos últimos seis meses de 1985, último período sobre o qual foram divulgados números. As autoridades do INAD acham que essas cifras representam uma fração mínima do consumo atual de LSD no país. Não se dispõe de números para comparar a popularidade da droga nos anos 60 com a de agora, porque o LSD foi reunido com várias outras drogas para uma análise estatística desse período.
• Jerry Garcia é preso por porte de cocaína e heroína. Ele é sentenciado a cumprir uma temporada numa clínica de reabilitação.
Filmes
The Look, Andy Warhol como ator.
• It’s All True. Foi considerado um filme perdido, até que, em 1985, os negativos de Quatro Homens e Uma Jangada foram descobertos num depósito da Paramount, e cuidadosamente recuperados, graças à colaboração de instituições de diversos países. Com a ajuda de Richard Wilson, remanescente da equipe original de Orson Welles, o filme foi montado do modo supostamente mais próximo possível às intenções do diretor.
• Céu em Transe (Ricardo Favilla). Aos 18 anos, registrou o funeral de Glauber em sua câmera Super-8. Durante a exibição, em 1985, na competição de filmes em Super-8, no Festival de Gramado: “Algumas pessoas ligadas ao Glauber souberam da projeção e quiseram apreendê-lo. Tiramos o curta de lá às pressas. Ele nunca mais foi exibido”, conta Ricardo Favilla.
Obituário
10 janeiro
Morre músico Anton Karas (O Globo - 11 jan . / 1985)
Viena. - O compositor Anton Karas, autor e intérprete, na cítara, da célebre música do filme O terceiro homem morreu ontem aos 78 anos num hospital de Viena, vítima do que foi descrito apenas como uma longa enfermidade. Serralheiro de origem, Karas, natural da Áustria, virou músico quando achou uma velha cítara num beco. Depois de algumas lições, tornou-se um mestre no instrumento, chamando a atenção do diretor de cinema Carol Reed, que em 1948 lhe encomendou a música para o tema de Harry Lime, personagem de Orson Welles em O terceiro homem. A canção, como o filme, foram sucessos, lançando Karas para a celebridade.
16 jan.
Morre o pintor Arpad Szenes (1897-1985).
28 março
Marc Chagall (1887, Vitebsk, Rússia – 1985, Saint-Paul-de-Vence, França).
14 setembro
Julian Beck (1923-1985).
9 outubro
Emílio Garrastazu Médici (1905-1985)
10 out.
Orson Welles morre de ataque cardíaco. Tinha 70 anos.
12 dezembro
Ian Stewart, roadie and pianist with the Stones from very beginning, has been suffering from acute respiratory problems for several days and is visiting a specialist in a West London clinic when he dies of a massive heart attack. He was 47. Stewart was the only person in their entourage who had remained unaffected by the wealth and fame. He still herded them on stage by yelling, “Come on, my little shower of shit. You’re on!”
Rock'n'Roll Circus. As trinta e oito latas de filme estavam perdidas desde 1971, quando os Rolling Stones, se mudaram de Londres para Paris, para fugir do Imposto de Renda. No pequeno escritório inglês da banda não houve espaço para acomodar as latas do filme. “Tudo foi parar na garagem do tecladista e manager dos Stones, Ian Stewart, e só foi descoberto depois da morte dele, em 1985”, conta o diretor, Michael Lindsay-Hogg.